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Maceió/Al, 26 de abril de 2024

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Wadson Regis Wadson Regis
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.
01/08/2017 às 10:45

É greve! Direitos cobrados e direitos negados por quem para tudo

No dia 1º de maio de 1943, quando o presidente Getúlio Vargas sancionou a CLT, por meio do Drecreto-Lei nº 5.452, imaginava-se que os direitos trabalhistas fossem assegurados, afinal, passava a ser lei. A festa da Consolidação, pelo então presidente, aconteceu no Estádio de São Januário (do Vasco da Gama), que estava lotado para comemorar o feito.

74 anos depois vemos que lei e ordem judicial, que deveriam ser cumpridas, são ignoradas justamente por quem busca na lei os direitos assegurados.

Tenho um posicionamento sobre o modelo sindical da maioria das categorias. Citarei apenas três casos, que representam muito bem a miopia que provoca transtornos na vida de todos nós.

1 – Não sei se você sabe, mas Maceió é a única capital do país que não tem hospital público municipal. A maioria dos municípios alagoanos também não oferece o mínimo de saúde básica. O resultado é sobrecarga no HGE, que recentemente foi tema no Fantástico, na estreia do quadro "Tudo Pela Vida - Tudo pela Vida - Quando o Remédio é Tentar o Impossível".

Em menos de 24 horas depois da reportagem um representante do Sindicato dos servidores da saúde teve a cara de pau de convidar o governador Renan Filho para passar um dia no HGE. Na minha opinião quem tem moral para tal convocação é pessoas como o médico cirurgião Paulo Valões, personagem principal da reportagem e que luta diariamente para salvar vidas, mesmo com as condições a que dispõe. O Fantástico mostrou o limite no HGE, mas não citou uma vírgula dos investimentos do Estado na saúde pública.

2 – Os educadores de Maceió e Arapiraca montaram greve para cobrar reajuste salarial, o que é justo e de direito. Mas esqueceram que no meio dos interesses estão os alunos da educação básica. Na capital os servidores entenderam que a luta precisa continuar, mas sem prejudicar os alunos. Já em Arapiraca a situação é política e a crise continua.

3 – Nesta terça-feira o Sindicato dos Rodoviários comandou uma paralização total dos ônibus da capital. Não está em questão apenas o caos momentâneo, mas o interesse da categoria em cobrar do patrão uma conta que ele diz não poder pagar. A mesa de negociação continua aberta, inclusive com participação da justiça, mas os trabalhadores optaram pelo radicalismo, ignorando os direitos dos outros. 

Assim como no caso dos rodoviários, na saúde e na educação pública, outros sindicatos decidem parar tudo, geralmente para cobrar melhorias nos salários. Olham para os seus direitos, garantidos desde o 1º de maio de 1943, mas fecham os mesmos olhos para os direitos dos outros, esses garantidos há muito mais tempo.

Sindicato que não respeita os direitos dos outros não tem moral para cobrar os direitos adquiridos.

Daí me remete a pensar se não seria o caso de adotar o Código de Hamurabi. Para quem não sabe, é um conjunto de leis criadas na Mesopotâmia, por volta do século XVIII a.C (Antes de Cristo), pelo rei Hamurabi da primeira dinastia babilônica. O código é baseado na lei de talião, “olho por olho, dente por dente”.

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