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Polícia Científica inclui produção de padrões balísticos para reduzir passivo de armas de fogo

A rmas de fogo foram selecionadas para que fossem produzidos os projéteis padrões e inseridos em banco de dados | Ascom Polícia Científica

Aarão José 

A Polícia Científica de Alagoas avançou, em uma etapa considerada inédita no trabalho de análise de armamentos apreendidos no estado. Durante a penúltima fase de uma série de mutirões realizados pelo Instituto de Criminalística de Maceió (ICM), peritos criminais produziram, pela primeira vez, elementos de munições padrões de armas selecionadas para inclusão no Banco Nacional de Perfis Balísticos

A novidade foi destacada pelo perito criminal Paulo Rogério, da Seção de Balística Forense, que coordenou o mutirão. Ele explicou que entre as atividades, o grupo produziu os chamados “elementos de munições padrão”, provenientes de disparos controlados realizados com armamentos para inserção no Banco Nacional de Perfis Balísticos do Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB).


“Não foram todas as armas, mas algumas que seguem critérios do SINAB. As armas de fogo foram selecionadas para que fossem produzidos os projéteis padrões e inseridos no banco, permitindo pesquisas não apenas na partição estadual, mas também em todo banco nacional”, afirmou o perito.

Segundo ele, o objetivo é verificar se alguma das armas apreendidas pode estar relacionada a ações violentas ou crimes ocorridos em Alagoas ou em qualquer outro estado do país. As armas utilizadas nessa etapa chegaram ao ICM no início do ano e fazem parte do passivo acumulado. “Em outra oportunidade, vamos inserir os padrões produzidos no banco para tentar estabelecer alguma correlação entre ações violentas com o uso de armas de fogo”, completou.


Mutirões reduzem passivo e ampliam eficiência

A iniciativa integra um conjunto de três mutirões voltados à diminuição do acúmulo de armamentos à espera de exames no setor de balística forense. A última etapa deste ano está programada para dezembro.

A expectativa, segundo a chefia do ICM, é que cerca de 300 laudos sejam concluídos, correspondendo à análise de aproximadamente 300 armas de fogo ao término dos mutirões. Cada fase mobiliza peritos que, de forma voluntária, dedicam parte de seus dias exclusivamente à realização dos exames, trabalhando com lotes de armamentos e prazos definidos pela chefia do Instituto.


A estratégia segue o modelo bem-sucedido aplicado em 2024, quando o ICM realizou mutirões que, ao longo de oito dias, permitiram testar a eficiência de mais de mil armas de cano curto, atingindo integralmente a meta prevista no cronograma anual.

Apreensões crescentes reforçam demanda

Os mutirões também respondem ao aumento constante das apreensões de armas no estado. Apenas em 2024, a Polícia Militar de Alagoas retirou de circulação mais de 1.400 armas de fogo de diversos calibres. Entre janeiro e maio deste ano, outras 653 foram apreendidas, número que não inclui o material recolhido pela Polícia Civil.

Todo esse armamento é encaminhado à Polícia Científica para a realização de exames obrigatórios, etapa essencial para investigações criminais e para a consolidação de informações nos bancos estaduais e nacionais de balística.