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Wadson Regis Wadson Regis
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.
06/02/2018 às 09:50

QUE CRIME É ESSE? Alagoas tem motoristas inabilitados transportando estudantes. E mais: 90% dos veículos seriam reprovados numa inspeção

O trânsito brasileiro mata sem piedade. Geralmente, o causador do acidente havia ingerido bebida alcoólica, estava ao celular, em alta velocidade ou é inabilitado, esta última infração cada vez mais comum, flagrada nas operações da Lei Seca e blitz do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) e do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV). São irresponsáveis ao volante, que viram criminosos após um acidente com vítima.  

Mas, o que dizer quando 100% dos gestores municipais descumprem, há 20 anos, uma lei federal estabelecida nos artigos 136 a 139, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB)?

A Lei 9.503, de setembro de 1997, está completando 21 anos. São duas gerações a mercê dos cuidados de políticos criminosos, que têm a cara de pau de lamentar – à imprensa ou no velório -  e dizer que o município prestará toda ajuda para minimizar os efeitos após um acidente com o transporte escolar.

Perdas irreparáveis
Só em 2017 foram seis acidentes com veículos escolares, com a perda de oito estudantes. Se o número impressiona, o que dizer quando há motoristas inabilitados transportando gerações? E como defender prefeitos e prefeitas, quando 90% dos veículos escolares seriam reprovados numa inspeção de rotina?

Aos olhos de todos, os veículos geralmente circulam superlotados, com mais de dez anos de uso, sem monitor e sem equipamentos de segurança obrigatórios. Só que o risco é ainda maior:  O Conselho Estadual de Trânsito (Cetran) já sabe que há motoristas inabilitados ao volante e outros habilitados com a CNH categoria B, quando a lei determina que deve ser categoria D.

Com o levantamento em mãos, no dia 26 de setembro de 2017, o Detran Alagoas alertou os riscos à Controladoria Geral da União (CGU). Neste mesmo dia, diante do ministro da Transparência, Wagner de Campos Rosário e do governador Renan Filho, o transporte escolar do Estado passou a ser regulamentado, mas a instrução normativa não valeu de nada. O Estado municipalizou os recursos para o transporte escolar e os prefeitos continuam sem fazer o dever de casa.  

A CGU diz que a situação representa a má gestão do dinheiro público, mas a vida nos ensina que é muito pior. Permitir menores ao volante do transporte escolar, permitir a superlotação, fechar os olhos para a ausência de monitores, de equipamentos de segurança e que veículos inapropriados transportem o futuro deste país é um crime doloso.  

Com o crime em andamento, a culpa é generalizada, porque debatem educação de qualidade, mas esquecem de pensar na segurança dos estudantes, que saem de casa e desconhecem os riscos diários até chegar à escola.

Alô, governador!
Alô, Associação dos Municípios Alagoanos (AMA)!
Alô, Controladoria Geral da União (CGU)!
Alô, Ministério Público Estadual (MPE)!
Alô, Detran!
Alô, Concelho Estadual de Trânsito (Cetran)!

Até quando?

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