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Maceió/Al, 17 de setembro de 2024

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12/09/2024 às 13:15

Médica Legista de Alagoas é eleita imortal da Academia Nacional de Medicina Legal

Doutora Maria Luísa foi eleita para a cadeira n.º 27. Ascom Polícia Científica Doutora Maria Luísa foi eleita para a cadeira n.º 27. Ascom Polícia Científica

Aarão José

A renomada perita médica legista aposentada Maria Luísa Duarte foi recentemente nomeada imortal da Academia Nacional de Medicina Legal (ANML). A cerimônia de entrega do diploma para ocupar uma das cadeiras aconteceu no último dia 7 de setembro, durante o VII Congresso Brasileiro de Medicina Legal e Perícias Médicas, realizado no Rio de Janeiro

Fundada em 16 de outubro de 2008, a ANML é uma entidade científica sem fins lucrativos dedicada ao aprimoramento e divulgação de conhecimentos em Medicina Legal e áreas correlatas. A academia visa fomentar o interesse pela pesquisa e pelo ensino da Medicina Legal em todo o país, além de ser guardiã da doutrina médico-legal.

Ano passado a entidade abriu edital para que profissionais de todo país concorressem a cinco vagas. Os candidatos deveriam escolher um dos patronos de uma dessas cadeiras, realizar uma ampla pesquisa e escrever uma redação ou memorial sobre o patrono e entregar juntamente com o currículo pessoal, tudo devidamente documentado e comprovado para ser analisado e aprovado por uma comissão da academia.

Doutora Maria Luísa foi eleita para a cadeira n.º 27, patroneada por Napoleão Lyrio Teixeira, tornando-se a terceira mulher a integrar a academia, juntando-se à Dra. Tereza Pacheco, já falecida, também alagoana, que atuava no IML Nina Rodrigues, em Salvador. Atualmente, apenas duas mulheres fazem parte da academia.

Natural de Palmeira dos Índios, Maria Luísa se formou em Medicina pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) em 1982. Após se formar, a doutora desejou especializar-se em Cirurgia Geral ou Anatomia Patológica, porque ambas lidam com anatomia, corpo, e a anatomia patológica é mais ligada ainda a Medicina Legal, pois nela é feita a necropsia clínica (médicos patologistas que atuam no Serviço de Verificação de Óbito).

Ela iniciou sua carreira como médica legista após ser aprovada em um concurso público para o cargo em 1987, passando por diversas etapas rigorosas, incluindo treinamento na academia de polícia civil e provas de aptidão física, sendo oficialmente empossada no cargo em dezembro de 1988.

“Surgiu a oportunidade do concurso, e até então eu trabalhava como clínica médica e auxiliava cirurgias acompanhando cirurgiões diversos. Resolvi fazer o concurso. Fui aprovada no 1° concurso que foi anulado e também no segundo. Em 1990 me tornei legalmente médica legista, após prova de título de especialista durante um congresso de Medicina Legal. No mesmo ano comecei a lecionar Medicina Legal e Deontologia na antiga Escola de Ciências Médicas, hoje Uncisal [Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas]”, afirmou a médica.

Em 1994, Maria Luísa foi aprovada para a residência médica em Anatomia Patológica no Hospital Universitário. Durante sua trajetória acadêmica, ela cursou mestrado e doutorado na Universidade Federal Fluminense (UFF) e fez pós-doutorado em Medicina Legal e Ética Médica na Universidade de Coimbra, em Portugal, onde seu relatório final foi publicado como um e-book de livre acesso lançado em 2020, no XIV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade (Educon), e novamente divulgado na Bienal do ano passado.

Com um vasto currículo acadêmico e profissional, Maria Luísa é também conhecida por sua atuação como professora, orientadora e membro de comissões examinadoras. Suas contribuições incluem uma extensa lista de publicações e artigos na área de Medicina Legal e Patologia. Dentre esses trabalhos, ela desenvolveu algumas pesquisas com a colaboração da perita odontolegista Ana Paula Nemésio, com quem trabalhou por 12 anos nos plantões do Instituto Médico Legal Estácio de Lima.


“Em todos esses anos ela sempre foi um exemplo de dedicação, responsabilidade e excelência no exercício da Medicina Legal. Em minha carreira, ela foi fonte de inspiração e aprendizado em relação à atividade pericial, bem como acompanhou e encorajou meu trabalho como docente. Além do trabalho pericial em si, tive a chance de participar como coorientadora em algumas pesquisas orientadas por ela e desenvolvidas com docentes da Uncisal, as quais geraram diversas publicações científicas. Pra mim é motivo de orgulho ter participado de maneira tão próxima da vida profissional da amiga e colega Maria Luísa e ter aprendido tanto durante esses anos de convivência”, afirmou Nemésio.

Maria Luísa celebrou o reconhecimento dessa conquista expressando gratidão a todos que contribuíram para suas realizações. “Gostaria de fazer uma referência ao professor doutor Genival Veloso de França, meu mentor durante o período em que atuei como perita médica legista e docente. E agradeço a Deus e as pessoas que me forneceram oportunidades que não deixei escapar, como este momento especial de ficar na história da Medicina Legal do Brasil. A todos, muito obrigada!”, agradeceu a imortal.

Em 2014, a perita médica legista, se aposentou das atividades no Instituto Médico Legal Estácio de Lima e em 2023, após 33 anos de dedicação ao ensino, também se aposentou da função de professora titular da Uncisal. Agora, após ser diplomada como imortal da ANML, ela continuará contribuindo para o desenvolvimento da Medicina Legal no Brasil.



Ascom Polícia Científica

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