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Maceió/Al, 03 de maio de 2024

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23/04/2024 às 17:01

Obesidade nas mulheres: público feminino ainda é maioria quando se fala sobre a doença

Andressa Ferro - nutricionista especialista em mulher Andressa Ferro - nutricionista especialista em mulher

A obesidade se tornou um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e ainda é um desafio crescente na sociedade brasileira. Além disso, há uma notável prevalência entre o público feminino, onde a proporção de mulheres acima dos 20 anos com obesidade aumentou de 14,5% para 30,2%, de 2003 a 2019, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A obesidade, além de representar uma questão de saúde, traz uma série de desafios emocionais e sociais, especialmente para as mulheres. O estigma e o preconceito associados a essa condição podem ter impactos significativos na vida desse público, afetando sua autoestima, oportunidades profissionais e saúde mental. Assim, maior é a chance de a pessoa ter um quadro de transtorno do humor, como depressão, ansiedade, transtornos de personalidade que podem ser desencadeados ou agravados pelo comprometimento da qualidade de vida que a própria obesidade gera.

De acordo com a nutricionista especialista em emagrecimento e saúde da mulher, Andressa Ferro, é sempre importante observar outros parâmetros nesse contexto da obesidade em si. “A obesidade também é fruto do ambiente, não é apenas o peso. É necessário avaliar o estilo de vida da pessoa, se pratica exercício, como são os hábitos, como está o parâmetro bioquímico, se já tem alteração na glicemia ou no colesterol. É analisando e refinando essas informações para se ter um contexto da obesidade”, explica.

Esse é um quadro que acaba tendo um peso maior na mulher, principalmente no contexto da saúde mental, já que é uma condição que está muito ligada ao comportamento alimentar, que vem atrelado com o relacionamento consigo mesmo. Logo, a busca por se encaixar dentro de padrões de beleza pode levar a problemas de compulsão, o que desencadeia uma série de comportamentos alimentares que precisam ser observados e avaliados.

“Existem diversos tipos de transtornos, como a anorexia e bulimia, que são quadros além de clínicos patológicos que exigem um tratamento multidisciplinar. Existe também o que chamamos de comer transtornado, que muitas mulheres não sabem a diferença. Esse é um ato em que se come um pouco mais do que o necessário devido a uma emoção não bem resolvida naquele momento”, destaca a nutricionista.

Movidos por episódios de ansiedade, o comer transtornado sempre acaba sendo descontado na comida. Nesses casos, não necessariamente a paciente vai ter um transtorno alimentar, mas sim episódios que precisam ser tratados também com uma equipe multidisciplinar para tentar descobrir o que desperta essa necessidade e quais ferramentas nutricionais e psicológicas podem ser adotadas para que isso não ocorra.

Andressa Ferro ainda explica que isso ocorre porque a pessoa quer a sensação de bem-estar que a comida vai proporcionar. No entanto, essa é uma sensação que pode ser obtida com outras coisas também, não precisando recorrer sempre aos alimentos.

“Quando isso acontece, se entende que foi passado do ponto. De forma generalizada, para que se possa começar a se investigar, sempre que acontecerem esses episódios eu indico anotar. A partir disso a gente começa a observar quando foi que aconteceu, como foi, como ela se sentiu e quais foram os pensamentos que fizeram a paciente comer. Esse é um ciclo que inclusive costuma ser realimentado. Por isso é importante mapear os acontecimentos, é o início para que se possa começar um tratamento dessa condição”, aconselha.

Além disso, é essencial ficar alerta ao sobrepeso e sinais que o corpo dá para que haja um cuidado e atenção redobrada com sintomas como queda de cabelo exacerbada, falta de energia ou dificuldade no sono, o que pode se tornar uma obesidade no futuro.

Importante salientar que o tratamento envolve uma rede multidisciplinar focada em trazer o ambiente adequado que favoreça o processo de emagrecimento e principalmente de conhecimento sobre si mesma.

“Eu costumo falar que na nutrição nós só temos um ponto, porque quando estamos falando de recuperar um indivíduo não é somente o peso, mas sim todas as queixas que vem junto com aquela condição. O caminho para chegar a uma melhora desse quadro não envolve somente a alimentação e a suplementação. É preciso buscar a terapia, práticas de exercício físico e regulação do sono. É preciso ampliar esse olhar, inclusive para o ambiente ao qual ela está incluída. No fim das contas, se essa mulher passa pelo processo de se conhecer, de se entender, naturalmente o peso vai desdobrar e vai evoluir gradativamente”, finaliza Andressa Ferro.

Fonte: Yezzi Assessoria

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