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Maceió/Al, 23 de abril de 2025

Artigos

22/04/2025 às 14:54

21 de abril de 2025, a “maioridade” do Maracatu Baque Alagoano

Lívia Cavalcante. Lívia Cavalcante.

Hélton Santos, psicólogo e coordenador administrativo do Maracatu Baque Alagoano

A história do maracatu alagoano é diversa, contada a partir de diferentes perspectivas, rodeada por algumas incertezas históricas e, inevitavelmente, confunde-se com a própria história política e social do estado. Desde a emancipação política de Alagoas, em 1817, o maracatu já figurava nas páginas dos jornais da época. O Jornal do Pilar (1876), O Orbe (1886) e Gutemberg (1911) são exemplos de alguns desses periódicos que associavam o maracatu ao carnaval alagoano de rua e aos terreiros, como no caso do pai de santo Chico Foguinho, da rua do Reguinho – atual rua Dias Cabral.

Ainda que o termo maracatu utilizado nessas edições não explicite detalhes da expressão artística, cultural e religiosa a qual se referiam, o maracatu que tem surgido em Alagoas nas últimas décadas é reflexo dessa herança cultural e do resgate de uma memória viva e pulsante da cultura popular de nosso estado. Assim, a fundação do Maracatu Baque Alagoano, em 21 de abril de 2007, faz parte ativamente desse movimento de salvaguarda e perpetuação da memória cultural e sonora afro-alagoana.

Neste ano de 2025, temos muitos motivos para comemorar e fazer pública essa felicidade pela chegada dos 18 anos de história do Maracatu Baque Alagoano com “sangue nos olhos e calo na mão”, como canta uma de nossas loas.

Inicialmente, a provocação lançada por mestre Wilson na oficina percussiva, em 2007, foi acolhida por alguns/algumas oficineiros/as que assumiram o compromisso e os riscos de levar adiante o projeto de um maracatu com a cara de Alagoas. Desde então, aqueles membros fundadores se empenharam na consolidação do Maracatu Baque Alagoano como referência na retomada do baque virado, desenvolvendo uma linguagem e sonoridade próprias.

Nesses 18 anos, comemoramos grandes ações e iniciativas como o Polo dos Maracatus, realizado todos os anos no período das prévias carnavalescas, o Festival da Cultura Popular, realizado anualmente no mês de agosto homenageando figuras e grupos importantes para a cultura alagoana, assim como a passagem e contribuição dos mestres que fazem parte dessa história, como Wilson, Dalmo, Júlio, Marcelo e nossos mestres atuais Rômulo e Andressa.

São quase duas décadas de trabalho e dedicação à cultura popular alagoana, ocupando o bairro histórico do Jaraguá, fazendo cortejos pelas ruas de Maceió e pelos interiores do estado, contribuindo para a criação de novos grupos e formando parcerias com as demais expressões artísticas da nossa cultura. São 18 anos que o maracatu de baque virado voltou a ecoar na terra de Dandara e Zumbi!

Convidamos, então, Alagoas a tocar o tambor, soltar o baque, fazer ecoar agogô e gonguê, não deixar nosso Baque morrer, rufar as caixas, balançar os agbês, entoar alto nosso maracatu trovão, levantar o estandarte, assumir a luta e festejar as conquistas.

“Bate forte, meu batuqueiro/ quando essa loa tocar/

Meu Baque Alagoano tem história pra contar!”

Sobre o grupo


O Maracatu Baque Alagoano conta com quase 100 integrantes em sua formação, dos 3 aos 70 anos. É composto por cinco alas, divididas de acordo com os instrumentos: xequerês ou agbês, agogôs, gonguê, caixas de guerra e as alfaias ou tambores de maracatu. Toca músicas autorais, chamadas loas, e também músicas de outros grupos de maracatu, de coco, guerreiro, baiana, além de dar seu toque a canções do samba, manguebeat e MPB.

Surgiu após uma oficina no Cenarte em 2007 com o mestre Wilson Santos e desde então não parou mais de batucar. Segue com o mesmo espírito de ensinar o maracatu a quem queira aprender, realizando uma oficina a cada ano para a entrada de novos batuqueiros e batuqueiras. Ensaia todos os sábados na Praça Marcílio Dias, no Jaraguá, a partir das 14h e sempre de forma aberta ao público. Mais informações no Instagram @maracatubaquealagoano.

Fonte: Assessoria

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