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27/06/2023 às 19:12

Ambiente seguro e diverso potencializa a preservação da saúde mental de pessoas LGBTQIAP+

Rozane Fialho, psicóloga especializada em políticas públicas, direitos humanos e fundadora da Rede Psicoterapia, plataforma digital que conecta psicólogos e pacientes Rozane Fialho, psicóloga especializada em políticas públicas, direitos humanos e fundadora da Rede Psicoterapia, plataforma digital que conecta psicólogos e pacientes

Um ambiente plural e diverso possibilita que os jovens tenham liberdade para viverem a sexualidade de modo pleno, gerando um sentimento de pertencimento ao lugar. “Este sentimento é um potente aliado na preservação da saúde mental dos jovens, que muitas vezes já se sentiram discriminados ou rejeitados em outros ambientes”. É o que explica Rozane Fialho, psicóloga especializada em políticas públicas, direitos humanos e fundadora da Rede Psicoterapia, plataforma digital que conecta psicólogos e pacientes.

A Share Student Living, empresa de residenciais para estudantes que possui quatro prédios em São Paulo e um no Rio Grande do Sul, é uma das companhias que contam com os serviços da Rede Psicoterapia para apoiar seus moradores, que geralmente chegam de outras regiões do país e do mundo para iniciar uma nova jornada de independência, na maioria das vezes longe da família. Tendo a integração e a diversidade como princípios, a Share Student Living valoriza a convivência, o compartilhamento e a criação de comunidades, para que os residentes se sintam acolhidos, troquem experiências e despertem sua verdadeira identidade sem se sentirem ameaçados.

É o que afirma João Mei, jovem de 20 anos que reside em uma das unidades da Share em São Paulo: “Todo mundo sente angústia quando vai morar num lugar novo, mas a angústia é maior pra quem é LGBTQIAP+. Será que vou ser aceito e bem tratado pelas pessoas à minha volta? Será que vou poder ser 100% autêntico? Porque eu e muitos amigos homossexuais pensamos que é melhor ser aceito do que ser você mesmo. Sou de Peruíbe, litoral de São Paulo, e me assumi para meus pais quando tinha 15 anos. Eles aceitaram tranquilamente, o que foi uma sorte pra mim, pois nem todos têm essa compreensão dos familiares. Mas quando decidi mudar para a capital para estudar, eles ficaram muito receosos pela minha segurança. Todos sabem que existe ainda muito violência contra pessoas LGBTQIAP+ e meus pais ficaram com medo de que eu ficasse inseguro longe deles. No entanto, escolher um ambiente como a Share os deixou bem mais tranquilos. Aqui temos segurança em todos os sentidos, o ambiente é diverso e todos são muito bem acolhidos.”

Já Kate Krause, de 21 anos, e também moradora do residencial estudantil, diz que só descobriu sua sexualidade quando teve a oportunidade de morar sozinha em uma nova cidade. A estudante de odontologia também é criadora de conteúdo e já postou vídeos sobre o tema LGBTQIAP+ em seu canal, visando ajudar outros jovens que estejam nesse processo de descoberta. “Sou de Criciúma (SC), e lá a população ainda é muito conservadora, então eu sentia muito medo de ser eu mesma. Eu já gostava de meninas, mas não aceitava, pois achava que era algo errado por conta da pressão da sociedade. Quando cheguei a São Paulo, especificamente na Share, que é um ambiente totalmente diverso com pessoas de todos os lugares do mundo, raças e orientações sexuais, eu percebi que tinha liberdade para impulsionar minhas próprias descobertas.

A psicóloga explica que o acolhimento de um ambiente diverso como o da Share facilita muito essa fase de desenvolvimento: “Muitos jovens LGBTQIAP+ chegam à idade adulta com algum nível de comprometimento da saúde mental. Compartilhar problemas, dúvidas e experiências é sempre uma boa maneira de se desenvolver.”

“Nós promovemos essa cultura dentro dos nossos residenciais e nada mais coerente que oferecermos um serviço de acompanhamento psicológico para que esse progresso seja ainda mais efetivo. Toda atenção é necessária quando se trata de saúde mental. Sabemos do impacto direto das emoções nos processos de aprendizagem e também no desenvolvimento pessoal e profissional de qualquer ser humano”, afirma Ewerton Camarano, COO da Share Student Living.

Rozane ainda cita outra questão essencial para a saúde mental: o respeito às diferenças. “Se de um lado temos pessoas sofrendo por terem a sexualidade questionada, ou até desconsiderada, do outro lado temos pessoas que não sabem respeitar os direitos e limites alheios. Avançamos em alguns pontos, mas temos muito trabalho a ser realizado para diminuir preconceitos e violências (psicológica e física) direcionados às pessoas que não pertencem ao padrão hétero sexual normativo.”

Pesquisas:

  • No Brasil, 12% das pessoas adultas se declaram assexuais, lésbicas, gays, bissexuais e transgênero. São 19 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE.
  • Pesquisa da consultoria Mais Diversidade divulgada em junho de 2022 ouviu 2.168 pessoas LGBTQIA+ no Brasil e constatou que 1.520 delas, o equivalente a 70%, não se sentem seguras no ambiente de trabalho.
  • A Pesquisa do Orgulho, realizada pelo Datafolha em 2022 , aponta que somente 37% do público Lgbtqiap+ concordam totalmente que possuem respeito da sociedade, e 57% indicaram que sofrem algum tipo de violência, preconceito ou intolerância.
  • Quase metade dos jovens LGBT+ dos Estados Unidos “consideraram seriamente” o suicídio em 2021, aponta a Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, em um estudo sobre a relação entre a opção sexual e o suicídio entre jovens. Os resultados mostraram os homossexuais têm mais probabilidade de praticar o ato. Além disso, a pesquisa concluiu que o local de convívio social também exerce bastante influência – ambientes mais abertos à homossexualidade apresentam menos casos de suicídio.




Fonte: Assessoria 

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