Seguindo a recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de utilizar linguagem direta e compreensível na confecção de decisões judiciais, o juiz Alberto Jorge Correia de Barros Lima ministrou, nesta quinta-feira (29), a aula “A simplificação da linguagem no Judiciário: uma ética para linguagem”. A capacitação foi direcionada aos novos magistrados do Judiciário alagoano, que passam por curso de formação inicial promovido pela Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal).
O docente pontuou a necessidade dos juízes adaptarem a linguagem, sem formalismo exacerbado, com o objetivo de fazer a população compreender a comunicação do Poder judiciário.
“Com a aula pretendemos capacitá-los a fazer comunicações claras e simplificadas nas sentenças, disparos e decisões, mas sem perder o sentido dos segmentos cultos necessários para o exercício da magistratura. Sendo assim, as pessoas sem conhecimento jurídico aprofundado terão oportunidade de compreender as mensagens com maior facilidade”, destacou Alberto Jorge.
A juíza substituta Ana Celina, participante do curso de formação, ressaltou que a capacitação fomentou reflexões importantes sobre a linguagem dos magistrados. “O vocabulário extremamente técnico e rebuscado termina não sendo eficiente, pois nos afasta do jurisdicionado”, argumentou.
Entenda a Simplificação da linguagem em segmentos da Justiça
A iniciativa consiste na adoção de ações e projetos a serem desenvolvidos em todos os segmentos da Justiça e em todos os graus de jurisdição. O compromisso busca, sem negligenciar a boa técnica, estimular os juízes e setores técnicos a:
» Eliminar termos excessivamente formais e dispensáveis à compreensão do conteúdo a ser transmitido;
» Adotar linguagem direta e concisa nos documentos, comunicados públicos, despachos, decisões, sentenças, votos e acórdãos;
» Explicar, sempre que possível, o impacto da decisão ou julgamento na vida do cidadão;
» Utilizar versão resumida dos votos nas sessões de julgamento, sem prejuízo da juntada de versão ampliada nos processos judiciais;
» Fomentar pronunciamentos objetivos e breves nos eventos organizados pelo Poder Judiciário;
» Reformular protocolos de eventos, dispensando, sempre que possível, formalidades excessivas;
» Utilizar linguagem acessível à pessoa com deficiência (Libras, audiodescrição e outras) e respeitosa à dignidade de toda a sociedade.
Douglas Henrique e Maikel Marques - Dicom/TJAL
(82) 996302401 (Redação) - Comercial: [email protected]
© 2025 Portal AL1 - Todos os direitos reservados.