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Maceió/Al, 22 de outubro de 2024

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21/10/2024 às 19:01

Maior evento do país sobre paleontologia é realizado em Maceió

Divulgação SGB Divulgação SGB

Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) participaram do XXVIII Congresso Brasileiro de Paleontologia – maior evento do setor do país, ocorrido de 16 a 19 de outubro, em Maceió. O tema deste ano foi “A Paleontologia como Patrimônio Cultural: a repatriação dos fósseis brasileiros”.

Para Cleide Regina, do SGB, a paleontologia desempenha um papel fundamental no desenvolvimento dos projetos da instituição, tanto para a compreensão da história da vida na Terra (estudando fósseis de organismos antigos) quanto na datação de rochas e na interpretação de ambientes passados. “Essas informações são muito importantes para mapeamento geológico, estudos climáticos e na exploração de recursos minerais e energéticos, como petróleo e carvão. A paleontologia conecta o passado geológico com o biológico, oferecendo informações sobre a evolução da Terra”, destacou.

Durante o evento, o paleontólogo do SGB Edio-Ernst Kischlat falou de uma série de comandos para o Tree Analysis Using New Technology (TNT), que facilita muito a padronização de análises filogenéticas, proporcionando resultados comparativos com o Phylogenetic Analysis Using Parsimony (PAUP), outro programa com igual função. “O objetivo principal se resumiu na pergunta: se ambos os programas fazem as mesmas coisas e se serão realmente estas coisas as mesmas? As conclusões mostram que nem sempre os resultados são os mesmos, existindo inclusive confusão de conceitos, com ambos possuindo, cada um, limitações distintas”, explicou.

Outra apresentação, realizada por Marcos Cristóvão, foi o pôster sobre a ocorrência de icnofósseis (vestígios preservados, que indicam atividades dos organismos que viveram há milhares de anos) no município de Juatuba, na região central do estado de Minas Gerais, indicando as implicações temporais e paleoambientais disso.

Já a pesquisa realizada no sul do Piauí – que revelou a presença, em rochas metamórficas, de microfósseis com quase 1 bilhão de anos – teve apresentação de Eduardo Soares de Rezende. “O estudo é inovador, pois os fósseis foram extraídos de rochas que passaram por intenso calor (cerca de 500°C), algo raro, já que a maioria dos registros de vida costumam ser encontrados em rochas sedimentares ou de baixa temperatura”, ressaltou.

E completou: “este é um ponto importante porque amplia o campo de estudo para paleontólogos, que normalmente evitam rochas que foram submetidas a temperaturas mais elevadas. Além disso, oferece novas perspectivas na área da geomicrobiologia ao investigar o papel dos microrganismos na formação de minerais de ferro e manganês”.

O que é paleontologia?

A paleontologia é uma ciência que estuda os aspectos da vida na Terra em períodos geológicos passados, utilizando como principais objetos de análises os fósseis de animais e vegetais que habitaram essas épocas. Em Alagoas, os estudos de vegetais pré-históricos se iniciaram há pouco tempo e já se sabe que a região semiárida no período jurássico tinha clima frio com vegetação típica, como as árvores araucárias.

A partir do estudo dos fósseis, os paleontólogos conseguem adquirir várias informações sobre o ser fossilizado e de como era a vida no planeta. Ainda são capazes de traçar diversas características peculiares sobre o comportamento, a alimentação e o ambiente onde habitava esse organismo. Através da análise do fóssil, também é possível descobrir sua provável causa de morte.

A paleontologia de Alagoas está distribuída desde a região costeira, com microfósseis e fósseis principalmente de peixes, datando do período Cretáceo, passando pelo agreste e indo até o sertão do estado com um expressivo registro de depósitos de tanque com a megafauna pleistocênica.

XXVIII Congresso Brasileiro de Paleontologia

Nesta edição, o encontro visou reunir os maiores especialistas da área para falar sobre a paleontologia nos seus diferentes aspectos. Entre os assuntos, foram discutidos como era a vida na Terra, particularmente no Nordeste brasileiro, há 400 milhões de anos.

No campo político da ciência, tiveram discussões dos problemas enfrentados nos diferentes continentes. Os principais paleontólogos brasileiros apresentaram avanços e novas descobertas de sítios que guardam material fóssil de períodos superiores há 400 milhões de anos.

Fonte: Assessoria 

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