Com a aproximação da COP-30 no Brasil e com o intuito de fortalecer as iniciativas de povos indígenas, comunidades tradicionais, quilombolas e trabalhadores (as) da cidade e do campo na busca por justiça climática e uma transição justa, o Fundo Brasil de Direitos Humanos destinará R$ 2,5 milhões para apoiar 40 projetos que promovem e consolidam soluções coletivas, a fim de mitigar os impactos causados pela crise ambiental.
O edital conjunto Raízes e Labora: Fortalecendo Soluções de Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Trabalhadores (as) rumo à Justiça Climática e à Transição Justa reflete o compromisso do Fundo Brasil de Direitos Humanos com o enfrentamento da crise climática, especialmente em um momento decisivo para o futuro do planeta.
As doações, que variam de R$50 mil a R$100 mil para cada projeto, serão feitas antes da COP 30, em novembro na cidade de Belém (PA). A conferência reunirá líderes globais, especialistas e ativistas para discutir soluções para a crise climática, com foco em ações concretas para a preservação ambiental e a promoção de uma transição justa e sustentável.
Entre as organizações que já recebem recursos do Fundo Brasil para incidir sobre a agenda climática global está a Cúpula dos Povos. Com sede no Pará, reúne povos indígenas, coletivos e movimentos sociais em ações preparatórias para a COP 30. A iniciativa visa promover o debate sobre transição energética justa, planos de prevenção a eventos climáticos extremos, acesso a água e saneamento, combate ao racismo ambiental, reforma agrária e demarcação de terras indígenas.
Os impactos das mudanças climáticas afetam de forma mais intensa povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e trabalhadores das cidades, campos, águas e florestas, dificultando suas atividades diárias, a manutenção de seus modos de vida e sua subsistência. No entanto, esses grupos estão criando soluções eficazes, como práticas de agroecologia, agroflorestas e energia solar, que demonstram que a resposta à crise climática está na democratização e no fortalecimento de soluções coletivas populares.
Segundo o Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima de 2023, a perda de ecossistemas e seus serviços têm impactos em cascata e a longo prazo sobre as pessoas em todo o mundo, especialmente para os povos indígenas e comunidades locais que dependem diretamente dos ecossistemas, para atender às necessidades básicas. O relatório ainda reitera que entre 2010 e 2020, a mortalidade humana causada por enchentes, secas e tempestades foi 15 vezes maior em regiões altamente vulneráveis, em comparação com regiões de vulnerabilidade muito baixa.
“Por isso, o edital visa apoiar essas comunidades, ampliando sua participação no debate sobre justiça climática, racismo ambiental e trabalho digno. O objetivo é fortalecer ações que impactem tanto a COP 30 quanto os anos seguintes, ampliando a visibilidade dessas iniciativas”, explica Ana Valéria Araújo, diretora executiva do Fundo Brasil e integrante do comitê gestor do Labora, que conta também com representantes de Laudes Foundation, Fundação Ford e Open Society Foundations.
A parceria também destaca a importância da filantropia de justiça social para a defesa da democracia e a construção de um futuro sustentável, com foco nos grupos que preservam os biomas brasileiros e enfrentam a crise climática.
As propostas podem ser enviadas de 19 de março a 25 de abril de 2025, até as 18h (horário de Brasília), exclusivamente pelo Portal de Projetos do Fundo Brasil.
Para mais informações acesse o link do edital.
Sobre o Fundo Brasil de Direitos Humanos
O Fundo Brasil de Direitos Humanos é uma fundação independente, sem fins lucrativos, criada em 2006 por ativistas com a missão de promover o respeito aos direitos humanos no país, criando mecanismos sustentáveis, inovadores e efetivos para fortalecer organizações da sociedade civil e para desenvolver a filantropia de justiça social. A fundação faz isso captando recursos para destiná-los a organizações e comunidades que lutam por direitos fundamentais e combatem as desigualdades, a violência institucional e a discriminação em todo o país. Desta forma, atua como uma ponte, conectando doadores a projetos de transformação social.
A instituição apoia a busca por justiça racial e de gênero, a luta por direitos dos povos indígenas, de populações quilombolas e tradicionais, por justiça climática e socioambiental na Amazônia e nos demais biomas do país, por direitos de crianças e jovens, de pessoas LGBTQIA+, de trabalhadores rurais e precarizados, de comunidades impactadas por obras de infraestrutura e empreendimentos urbanos, de vítimas da violência de Estado e seus familiares, a luta contra o encarceramento em massa e a tortura no sistema prisional, entre outras.
O Fundo Brasil já apoiou mais de 1.800 projetos e doou mais de R$96 milhões. Para saber mais, acesse o site do Fundo Brasil.
Sobre o Labora
Lançado em 2022, o Labora – Fundo de Apoio ao Trabalho Digno é uma iniciativa criada colaborativamente pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos, por Laudes Foundation, Fundação Ford e Open Society Foundations com objetivo de fortalecer a sociedade civil organizada na luta por trabalho digno no Brasil. O Labora entende que o trabalho digno para todas as pessoas é fundamental para superar as profundas desigualdades que marcam o país. Desta forma, é imprescindível para a democracia brasileira e tem como premissas a promoção de justiça racial, de gênero e climática, e a superação das exclusões baseadas em outros marcadores sociais da diferença, como sexualidade e deficiências, sem o que a desigualdade permanece e se perpetua.
O Labora também promove encontros para diálogo, mobilização e articulação entre diferentes atores da sociedade civil organizada, da pesquisa acadêmica e da filantropia, buscando impulsionar debates que apontem para possíveis sínteses e caminhos de incidência a partir dos diversos entendimentos sobre o que deve ser o trabalho digno com garantias sociais e respeito às especificidades territoriais no Brasil contemporâneo. Conheça mais sobre o projetoclicando aqui.
Sobre o Raízes
Raízes – Fundo de Justiça Climática para Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais é uma iniciativa do Fundo Brasil de Direitos Humanos para apoiar a luta por direitos e por justiça climática e ambiental na Amazônia e nos outros cinco biomas brasileiros.
Com um olhar interseccional, que traz para o centro das metodologias de seleção e apoio as intersecções de gênero, raça e território. Raízes fortalece coletivos, grupos, comunidades e organizações de base por meio de apoio financeiro e técnico. Esses apoios são voltados às ações de defesa de direitos, de proteção de recursos naturais, de formação e treinamento, de articulação e participação ativa de povos indígenas e comunidades tradicionais nos debates sobre os temas de justiça climática. O Raízes também dispõe de fundos para responder rapidamente a emergências, ao mesmo tempo que atua em questões estruturantes.
Promover a justiça climática no Brasil exige reconhecer que as comunidades tradicionais e povos indígenas são guardiões da biodiversidade e protagonistas na construção de soluções locais, assim como na mitigação e adaptação dos efeitos das mudanças do clima. Fortalecer sua autonomia, respeitar seus saberes e garantir recursos adequados para suas iniciativas é caminho essencial para enfrentar a crise climática e construir um futuro mais justo, equilibrado e sustentável. Saiba mais sobre esse fundo clicando aqui.
Fonte: Assessoria
(82) 996302401 (Redação) - Comercial: [email protected]
© 2025 Portal AL1 - Todos os direitos reservados.