Filipe Norberto
"Entender a inteligência artificial significa compreender, basicamente, a própria humanidade, a própria vida social, mas também entender que o mundo muda e que a nossa geração vai enfrentar a maior transformação humana já vista na história”, disse o juiz Esdras Benchimol, do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), na abertura do
curso "Novas tecnologias e inteligência artificial generativa aplicadas ao Poder Judiciário", que acontece nesta quinta (24) e sexta (25), na sede da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal).
A formação, destinada a magistrados do Poder Judiciário de Alagoas, dá continuidade ao ciclo de capacitações organizadas pela Esmal com ênfase nos instrumentos de Inteligência Artificial Generativa (IAG), demandas judiciais e uso da IA.
Esdras Silva Benchimol, docente responsável pelas aulas do curso, destacou a versatilidade e a facilidade de manejo das ferramentas de IAG como vantagens para sua utilização no cotidiano dos operadores do Direito.
"A IA pode ser utilizada para tudo; ela desempenha desde as tarefas mais básicas até as mais sofisticadas. Não é exigido, para o seu funcionamento, um nível de conhecimento prévio muito grande. O sistema é treinado para nos ajudar a encontrar soluções de acordo com as nossas demandas", afirmou.
O professor salientou, ainda, que, por meio da otimização do tempo possibilitada pela utilização da Inteligência Artificial, o magistrado consegue executar decisões de forma mais eficiente e célere.
"Assimilar essas novas soluções também torna possível que aquelas tarefas de baixa complexidade, que exigiam muito tempo de nós, passem a ser executadas por meio do aparelho. Continuamos a executar nossas funções com empatia e análises criteriosas, mas com o auxílio dessas máquinas", explicou.
Alana Sobral, juíza de Porto Real do Colégio, considerou o curso proveitoso e disse que, com o conhecimento adquirido nas lições, é possível gerar uma jurisdição ainda mais benéfica para a população.
"Eu tenho certeza de que, com o aprendizado das técnicas para a realização das minutas, a prestação será mais acelerada e ágil", concluiu.
Ética e responsabilidade
O juiz coordenador-geral dos cursos, Alberto Jorge Correia, que também participa do curso, ressaltou a necessidade de o Judiciário se adaptar a essa nova realidade, sem deixar de lado as diretrizes éticas e a cautela no uso da tecnologia.
"Tecnologias relativas à inteligência artificial generativa são fundamentais para que possamos produzir mais rapidamente e com controle, observando exatamente o que está ocorrendo e tendo o juiz como o prolator da decisão, sabendo fazer as perguntas (prompts) corretamente. Enfim, como um sabedor do Direito, de antemão, se a tecnologia veio para ajudar e produzir mais rapidamente, é muito bem-vinda", avaliou.
Para o magistrado, a formação objetiva o desenvolvimento de noções acerca dos contornos da tecnologia e suas falhas.
"Já tivemos que nos adaptar a outras tecnologias. Assim é com a inteligência artificial: não temos como fugir; temos que ingressar e entender, em primeiro lugar, o que ela significa, como usá-la e se isso vai, efetivamente, nos ajudar. Eu creio que sim", finalizou.
(82) 996302401 (Redação) - Comercial: [email protected]
© 2025 Portal AL1 - Todos os direitos reservados.