OPINIÃO E INFORMAÇÃO Facebook Twitter
Maceió/Al, 06 de maio de 2025

Notícias

05/05/2025 às 17:57

Projeto da Sudene contribui para a criação de Centro de Bionegócios e Estudos da Caatinga

O fruto do licuri é um dos insumos pesquisados pelo Impacta Bioeconomia, da Sudene. Joasouza (Depositphotos) O fruto do licuri é um dos insumos pesquisados pelo Impacta Bioeconomia, da Sudene. Joasouza (Depositphotos)

As bases lançadas pelo programa Impacta Bioeconomia - iniciativa da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) voltada à valorização da biodiversidade dos biomas da área de atuação da Autarquia - estruturaram mais um projeto que vai fortalecer a convivência produtiva e sustentável com a Caatinga. Trata-se do Centro de Centro de Bionegócios e Estudos da Caatinga, equipamento que será instalado junto à Universidade Federal de Pernambuco e pretende estruturar novas pesquisas e modelos de negócio para aumentar a competitividade de empresas, cooperativas e pequenos produtores que atuam com a convivência produtiva e sustentável junto ao bioma. O equipamento foi contemplado com investimento de R$ 14,9 milhões por meio de edital lançado pela Financiadoras de Estudos e Projetos (Finep).

Embora os projetos sejam distintos e contem com fontes próprias de financiamento, o Impacta Bioeconomia serviu de modelo conceitual e articulador para a construção da proposta submetida à Finep. A partir das discussões e parcerias fomentadas pela Sudene, o projeto do novo centro foi ampliado, incorporando outros grupos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e instituições científicas e tecnológicas parceiras, ganhando robustez técnica e abrangência institucional.

O centro terá como foco a pesquisa de biomoléculas com potencial econômico, a criação de uma extratoteca com compostos bioativos e o desenvolvimento de bioinsumos e bioprodutos de alto valor agregado. Também estão previstas pesquisas voltadas à produção de bioóleos e à análise de aspectos legais, ambientais e comerciais das cadeias produtivas da Caatinga. O objetivo é aproximar o conhecimento científico das necessidades do setor produtivo e estimular novas oportunidades econômicas para a população local.

Segundo o professor Luis Alberto Lira Soares, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Complexo Econômico Industrial da Saúde (iCeis), (ICEIS/UFPE), o centro representa um avanço importante para a ciência e a bioeconomia regional. Ele destaca que o projeto permitirá o mapeamento detalhado das cadeias produtivas baseadas em insumos naturais, gerando informações estratégicas para agricultores, empresas e órgãos públicos. A expectativa é desenvolver produtos com potencial de mercado nas áreas de alimentos, cosméticos e medicamentos, respeitando normas sanitárias e ambientais. Entre os itens a serem pesquisados, estão bioinsumos associados à espécies típicas da flora do bioma - a exemplo do licuri, umbu, maracujá de São Caetano - além de óleos essenciais e biocosméticos.

Outro ponto importante do projeto é a valorização dos saberes tradicionais e das práticas sustentáveis. Serão promovidas ações para o uso responsável dos recursos naturais da Caatinga, como a coleta sustentável de frutos, sementes e plantas medicinais. Técnicas que preservam o solo e a vegetação nativa, como as agroflorestas e agrocaatingas, serão estimuladas como formas de combater o desmatamento e recuperar áreas degradadas.

A nova infraestrutura incorporada à UFPE eliminará gargalos históricos, como a necessidade de enviar amostras para análise em outros estados, e fortalecerá a capacidade de pesquisa da universidade. Os laboratórios serão multiusuários e estarão disponíveis para pesquisadores, produtores e gestores públicos, com possibilidade de uso gratuito por instituições públicas. A expectativa é ampliar a qualidade das pesquisas e apoiar o desenvolvimento de soluções que atendam diretamente à população do semiárido.

Para o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, a criação do centro mostra o potencial transformador de políticas públicas bem estruturadas. “É gratificante ver um programa idealizado pela Sudene inspirar uma iniciativa científica dessa magnitude. Estamos fortalecendo o protagonismo da Caatinga como um espaço de oportunidades sustentáveis e de desenvolvimento para o povo nordestino”, comentou.

O programa Impacta Bioeconomia, que deu origem à proposta, foi lançado com o objetivo de identificar ativos naturais da Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado que possam ser utilizados de forma sustentável, inclusive na área da saúde. Com investimento direto de R$ 553 mil da Sudene, o programa une instituições como a UFPE e a Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) para estimular a inovação, a ciência e a sustentabilidade na Região.

Ascom Sudene

Comentários

tce-triplica
Siga o AL1 nas redes sociais Facebook Twitter

(82) 996302401 (Redação) - Comercial: [email protected]

© 2025 Portal AL1 - Todos os direitos reservados.