Deputados criticam uso da PM contra protesto da Polícia Civil

Na sessão ordinária desta terça-feira, 20, os deputados Cabo Bebeto (PL) e Delegando Leonam (união Brasil) criticaram o Governo do Estado pelo uso da Polícia Militar para reprimir um protesto pacífico de policiais civis. "Falo aqui em nome de milhares de policiais civis de Alagoas, homens e mulheres que sangram, esperam, confiam, mas não são ouvidos", destacou Cabo Bebeto, afirmando que a categoria espera, desde 2019, pelo direito a compensação financeira pela geração da caga horária de trinta para quarenta horas - que já é reconhecido pelo STF.

"Na semana passada, após quatro meses de tentativa de reunião via ofício, e-mail ou ligação para assessoria, a categoria decide fazer uma manifestação na porta da Procuradoria-Geral do Estado. E mesmo assim são recusados em reunião pela procuradora. Pela primeira vez, vejo policiais militares serem enviados para uma manifestação de policiais civis. Eu entrei na Polícia Militar em 2002, eu já fiz várias manifestações e nunca fui enviado, por nenhum Governo, para reprimir ou para acabar manifestação pacífica de nenhuma categoria. O que será que o Governo do Estado está esperando? Ordem judicial deve ser cumprida", lamentou Cabo Bebeto sobre o assunto.

"Na quinta-feira, mandaram para a manifestação 40 policiais militares. Naquele mesmo dia, houve uma chacina em Estrela de Alagoas. Cinco pessoas foram assassinadas. O efetivo daquela cidade é de apenas três policiais. Os 40 policiais militares que estavam na Procuradoria são um número maior do que o efetivo de Marechal Deodoro ou Cajueiro", afirmou Cabo Bebeto.

Na mesma linha de raciocínio, o deputado Delegado Leonam considerou a situação como injusta. "O limite esgotou com a presença da Polícia Militar na manifestação da Polícia Civil, como forma de intimidação", disse o parlamentar, acrescentando que 8 policiais civis passaram por um processo administrativo e tiveram suas armas recolhidas. "Eu queria que o governador Paulo Dantas enviasse as tropas da Polícia Militar, com tamanha rapidez que enviou à porta da Procuradoria-Geral do Estado, para combater a criminalidade do Estado de Alagoas. Fica aqui, mais uma vez, a minha indignação. Faço aqui o pleito para que o governador reveja essa postura", concluiu Delegado Leonam.

Ascom ALE