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Maceió/Al, 23 de maio de 2025

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21/05/2025 às 13:55

2025 tem queda no número de mortes nas rodovias federais

Fiscalização Policial da Lei Seca | PRF Fiscalização Policial da Lei Seca | PRF

O primeiro trimestre de 2025 registrou uma queda de 5,71% no número de mortes em acidentes ocorridos nas rodovias federais brasileiras, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) também apontam uma redução de 1,67% no número total de acidentes.

Um dos fatores que desenvolveram para essa melhoria foi o aumento significativo na fiscalização da Lei Seca. De acordo com a PRF, houve um crescimento de 34% na realização de comandos de fiscalização, saltando de 15.854 operações no primeiro trimestre de 2024 para 21.167 no mesmo período deste ano.

O resultado dessa intensificação foi uma redução de 1,87% no número de autuações por constatação de embriaguez e de recusa ao teste do bafômetro. Mais expressiva ainda foi a queda de 16,74% apenas nas autuações específicas para dirigir embriagado.

Para Adalgisa Lopes, presidente da Associação das Clínicas de Trânsito de Minas Gerais (Actrans-MG) , os dados mostram que o aumento da fiscalização tem um papel fundamental na mudança gradual de comportamento. "A presença ostensiva da fiscalização cria um efeito dissuasivo importante. Quando o motorista sabe que há grande probabilidade de ser abordado em um comando da Lei Seca, ele tende a compensar a decisão de beber e dirigir" , explica.

A redução de mortes em quase 6% é significativa quando falamos de vidas humanas. “Cada percentual representa famílias que não foram devastadas pela perda de um ente querido em acidentes evitáveis” , afirma Adalgisa.

No entanto, apesar dos avanços, os números ainda preocupam os especialistas. Giovanna Varoni, diretora da Actrans-MG , analisa o comportamento persistente de motoristas que insistem em dirigir após o consumo de álcool. "O que observamos é um motorista complexo de negação do risco. Muitos desenvolvem o que chamamos de 'viés de otimismo', acreditando que acidentes só acontecem com os outros" , destaca Varoni. “Há também um componente cultural muito forte no Brasil, onde o álcool está presente em quase todas as celebrações e encontros sociais, criando uma normalização perigosa do ‘só um pouquinho’ ou ‘estou acostumado’” , acrescenta.

As psicólogas ressaltam ainda que o comportamento de risco está frequentemente associado a traços de personalidade específicos. "Pessoas com maior tendência à impulsividade e busca por sensações tendem a subestimar os riscos e superestimar suas habilidades ao volante. É o que chamamos de ilusão de controle, que é potencializado pelo próprio efeito do álcool no cérebro, que exige justamente o julgamento e a capacidade de avaliar riscos" , explica Giovanna.

Como mudar

Adalgisa Lopes complementa que a mudança de comportamento exige mais do que apenas paciência. “Precisamos de uma abordagem multifacetada que combine fiscalização rigorosa, educação contínua e campanhas de conscientização que atinjam o nível emocional das pessoas. Os números mostram que não estamos no caminho certo, mas ainda há muito a ser feito” , enfatizou.

O presidente da Actrans-MG também destaca a importância da campanha Maio Amarelo nesse contexto. "O Maio Amarelo tem um papel crucial para manter o tema da segurança no trânsito em evidência. Precisamos que a sociedade compreenda que dirigir sob efeito de álcool não é apenas uma infração administrativa ou um crime de trânsito, mas uma escolha consciente que coloca em risco vidas inocentes" , conclui.

Fonte: Assessoria

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