Nos últimos cinco anos, os desastres causaram mais de R$ 544 bilhões em prejuízos. Enquanto isso, a União repassou apenas R$ 3 bilhões para ações de gestão climática, principalmente prevenção. Os dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM) foram destacados na última plenária do palco principal da XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios.
Os especialistas subiram a plenária que aconteceu na tarde desta quarta-feira, 21 de maio, e foi coordenada pelo 1º tesoureiro da CNM e prefeito de Santarém (PA), Nélio Aguiar. Ele lembrou que a CNM busca espaço no debate mundial. “Estamos conversando com os organizadores para que a gente possa ter um momento dos Municípios e para que a gente possa ser ouvido e possamos colocar nossas posições”, destacou.
Um dos convidados para o painel foi o fundador e sócio da VBH (empresa alemã), Peter Von Bolen Und Halbach, que atua na criação de créditos de carbono. “A missão da nossa empresa é capacitar governos, estados e cidades de todo mundo para desenvolver sistemas de créditos de carbono de alta qualidade com benefícios a longo prazo para o meio ambiente, a sociedade e para a economia”, explicou.
O embaixador do Cazaquistão, Bolat Nussupov, destacou a importância da cooperação com os Municípios brasileiros e informou que as mudanças climáticas têm afetado o país europeu. “Para mim é uma grande honra representar o meu país neste importante fórum de Municípios e vejo esta oportunidade como um sinal de respeito e cooperação entre os nossos países. As mudanças climáticas estão sendo uma questão urgente em todo o mundo, inclusive no Cazaquistão e estamos implementando políticas para a proteção do meio ambiente”, destacou.
O especialista jurídico Ludovino Lopes apontou para o protagonismo dos Municípios nessa discussão. “Questões de climas não se resolvem em conferências e sim em territórios e não há pessoas que conheçam mais de território que vocês que são prefeitas e prefeitos. O Brasil tem um desafio muito grande que é a COP 30 e não é apenas a materialização da Conferência, é fundamentalmente assumir um papel estratégico, com a capacidade prática. Ser a ponte entre o que estamos fazendo e o futuro global”, afirmou.
A gerente de Sustentabilidade da CNM, Claudia Lins, também foi uma das palestrantes. Ela ressaltou que a COP 30 será um momento de agir. “Tem muita coisa que já está sendo feita pelos Municípios e existem caminhos efetivos para que a gente possa ter uma atuação cada vez melhor no que diz respeito a gestão climática e a prevenção de desastres. E quando a gente fala em COP 30 a expectativa é muito grande para que isso possa trazer benefícios para os Municípios”, avaliou.
Os Municípios são os Entes que mais sofrem com as mudanças climáticas. A temática foi tratada com o secretário-executivo do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Valder Ribeiro de Moura. “Para os Municípios eventos climáticos extremos é devastador. Os Municípios têm tido um aumento significativo em termos de desastres e aumento em relação a decretação de emergência e calamidade. Nesse cenário, a COP 30 representa a centralidade do Brasil na discussão da mudança climática ambiental”, apontou.
Confira aqui a galeria de fotos do terceiro dia de evento.
Por Mabilia Souza e Victor Gomes | Da Agência CNM de Notícias
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