Na manhã desta quinta-feira (29), trinta estudantes da Escola Estadual Anaías de Lima conheceram a Biblioteca Estadual Graciliano Ramos. A ação, chamada de Bibliotour, foi promovida pelo Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), vinculado à Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal).
Os jovens foram apresentados ao acervo da biblioteca, que inclui livros didáticos, obras literárias e uma importante coleção de títulos de autores alagoanos. Também receberam informações sobre as características do prédio histórico, anteriormente conhecido como Palacete Barão de Jaraguá.
Uma das guias do passeio, Mariana Severiano, contextualizou a importância histórica do edifício e apresentou os diversos espaços da biblioteca.
“Esse é um ambiente rico tanto em conhecimento quanto em memória histórica. Durante a visita, apresentamos aos alunos um pouco sobre o prédio da biblioteca, sua estrutura e, principalmente, sua história. Explicamos que o edifício foi construído originalmente pelo Barão de Jaraguá, no século XIX, para receber D. Pedro II. Depois, mostramos os espaços internos, incluindo nossos acervos, que ficam nos andares superiores”, pontuou Mariana.
Ao final do tour, os alunos foram convidados a recitar poemas de autores alagoanos. Alguns deles, como Caio Ruan, declamaram trabalhos autorais.
Estudantes tiveram aula de campo sobre cultura e arte de Alagoas. Foto: Filipe Norberto (Ascom/Esmal)
“Fiquei feliz por compartilhar, mas também um pouco nervoso. No meu texto, trouxe a ideia de que, com cada erro, vem um recomeço. A gente aprende que o erro é um professor. Quanto mais erramos, mais aprendemos. E agora eu já entendo que dá até para aprender com os erros dos outros, para evitar errar também”, declarou o jovem poeta.
Para ele, o passeio foi uma excelente oportunidade para conhecer melhor a cultura de seu estado.
“O que mais me chamou atenção foram as histórias, os livros em braile e as bíblias antigas. Isso tudo me surpreendeu bastante”, relatou.
Pensar de forma crítica
A professora de História Lidiane Cardoso acredita que o espaço da biblioteca promove um diálogo interdisciplinar que convida os alunos a desenvolverem um pensamento crítico e transformador sobre cultura, história e literatura.
“Aqui, eles têm contato com documentos históricos, jornais antigos, que revelam aspectos da história de Alagoas muitas vezes silenciados pela narrativa dominante, como os relacionados à população negra”, analisou.
A educadora, que é doutoranda na área de História da Escravidão, reforçou que o contato direto com o material histórico dinamiza o aprendizado e amplia as perspectivas dos estudantes.
“É muito difícil abordar esses temas apenas em sala de aula, mesmo com documentos. Mas aqui os alunos puderam acessar registros reais, ver os jornais da época, observar como as histórias foram contadas — ou omitidas. É uma experiência que reforça o que discutimos em sala e amplia a consciência crítica deles”, concluiu.
Filipe Norberto – Ascom/Esmal
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