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Maceió/Al, 06 de junho de 2025

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04/06/2025 às 18:28

MIDR reforça compromisso do Brasil na redução de riscos de desastres em evento na ONU

Secretário-executivo do MIDR, Valder Ribeiro, em reunião bilateral com a vice-secretária-geral da ONU, Amina J. Mohammed ( Divulgação/MIDR) Secretário-executivo do MIDR, Valder Ribeiro, em reunião bilateral com a vice-secretária-geral da ONU, Amina J. Mohammed ( Divulgação/MIDR)

A delegação brasileira participa ativamente da Plataforma Global para a Redução de Riscos de Desastres (GP2025), o maior fórum mundial dedicado ao tema. O evento, realizado de 2 a 6 de junho, em Genebra, na Suíça, reúne governos, agências das Nações Unidas e organizações da sociedade civil para debater soluções e acelerar a implementação do Marco de Sendai até 2030.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) lidera a delegação brasileira, representado pelo Secretário-Executivo Valder Ribeiro, que chefia o grupo em nome do ministro Waldez Góes, e pelo Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff. Também participam representantes do Ministério das Cidades e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE), reforçando o compromisso conjunto do Governo Federal com a preservação de vidas e o fortalecimento de comunidades mais resilientes diante dos eventos extremos.

O Secretário Wolnei Wolff participou, no primeiro dia do evento, do 'Diálogo Estratégico sobre a Localização do Marco de Sendai', destacando a resposta brasileira à maior tragédia climática da história do país: as inundações de 2024 no Rio Grande do Sul.

A sessão discutiu a importância das ações locais e subnacionais na redução de riscos de desastres, alinhadas às quatro prioridades do Marco de Sendai: compreender os riscos, fortalecer a governança, investir em resiliência e ampliar a preparação para respostas eficazes.



Ao compartilhar a experiência brasileira, Wolnei ressaltou que o desastre no Rio Grande do Sul foi sem precedentes em termos de área atingida, população afetada e prejuízos econômicos. “Além de olharmos para o passado, precisamos pensar no futuro. As cheias parecem estar se tornando mais intensas e frequentes, especialmente na região Sul, que tem a maior projeção de aumento de eventos desse tipo em razão das mudanças climáticas. Por isso, as prioridades do Marco de Sendai são cada vez mais urgentes”, afirmou.

O Marco de Sendai para Redução do Risco de Desastres é um acordo internacional adotado em 2015, durante a 3ª Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Redução do Risco de Desastres, realizada em Sendai, no Japão. Esse marco estabelece uma agenda global para prevenir e reduzir riscos de desastres entre 2015 e 2030, substituindo o marco anterior de Hyogo (2005-2015).

Wolnei também apresentou as ações do Governo Federal para mitigar os impactos e promover uma reconstrução resiliente no estado, pautadas pelo princípio de “reconstruir melhor”. Entre as iniciativas destacadas estão o resgate de cerca de 80 mil pessoas e 15 mil animais, a distribuição de mais de 200 mil cestas de alimentos, e o auxílio financeiro a mais de 430 mil famílias. Além disso, foram liberados recursos para a reconstrução de centenas de pontes, obras de contenção, drenagem e pavimentação, com base em novos critérios hidrológicos que visam fortalecer a infraestrutura frente aos desafios das mudanças do clima.

Reconstrução resiliente

O secretário também ressaltou que, além das ações no Rio Grande do Sul, o Brasil vem implementando políticas de remoção de populações de áreas de risco e de infraestrutura verde. Até o momento, o Governo Federal destinou mais de R$ 3,5 bilhões em ações de resposta e recuperação no estado, com investimentos totais, incluindo apoio a municípios, empresas e população afetada, ultrapassando R$ 100 bilhões.



Na dimensão da reconstrução resiliente, o Governo Federal direcionou esforços significativos para assegurar que as obras levem em conta a adaptação às mudanças climáticas e a segurança futura das comunidades. Até o momento, foram liberados recursos para a reconstrução de 393 pontes, 59 obras de contenção e drenagem, além de 28 pavimentações. O foco está na aplicação dos princípios de “reconstruir melhor” e na construção de infraestrutura mais resiliente, com base em novos critérios de dimensionamento hidrológico emitidos pelo Instituto de Hidrologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Esses parâmetros, que incorporam fatores de segurança adicionais, visam garantir maior resistência às estruturas frente à intensificação dos eventos extremos.

Além disso, a experiência brasileira com ações de “Build Back Better” inclui a remoção de populações de áreas inundáveis e a implantação de infraestrutura verde, como ocorreu na Bahia. No total, o Governo Federal já gastou mais de US$ 650 milhões em ações de resposta e recuperação no Rio Grande do Sul, enquanto os investimentos totais, abrangendo programas de apoio a municípios, estado, empresas e população afetada, ultrapassam US$ 20 bilhões.

Agenda bilateral com a ONU e articulações estratégicas

No segundo dia do evento, o secretário-executivo Valder Ribeiro, no papel de ministro substituto, participou de uma discussão central sobre as plataformas nacionais para redução de riscos de desastres, liderada pelo secretário-geral do Escritório das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres (UNDRR), Kamal Kishore. A sessão reforçou a importância de fortalecer mecanismos nacionais e locais, ampliando a articulação entre governos e sociedade civil para uma resposta mais eficaz aos desastres, alinhada ao Marco de Sendai.

Ainda na terça-feira (3), a delegação brasileira manteve uma agenda de alto nível que reforça o protagonismo do Brasil na articulação internacional para a redução de riscos de desastres.

Outro importante compromisso foi a reunião bilateral com a vice-secretária-geral da Organização das Nações Unidas, Amina J. Mohammed, com a presença do secretário-executivo Valder Ribeiro. Na conversa, foram tratadas as prioridades do Brasil para a COP 30, com destaque para a situação das áreas de risco em favelas, parcerias público-privadas voltadas à recuperação de barragens e à geração de energia solar, além das necessidades de financiamento internacional para apoiar essas ações.

“Tivemos uma reunião estratégica com a secretária-geral adjunta da ONU, o que mostra o protagonismo do Brasil no tema de redução de riscos de desastres. Tivemos oportunidade de tratar das prioridades do Brasil para a COP 30, inclusive o mutirão global de implementação efetiva de políticas ambientais. Nós apresentamos a ela a atuação do MIDR para garantir segurança hídrica e, em especial, as iniciativas de parceria público-privada para recuperação de barragens estratégicas, que podem gerar diferentes oportunidades de aproveitamento econômico”, destacou Valder.


Fonte: Ascom MIDR

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