Empreendedoras da Economia Solidária encontram no artesanato novo significado de vida

Feira permanece no Corredor Vera Arruda até o dia 22 de junho. Alisson Frazão/ Secom Maceió

Mica Pereira

De 13 a 22 de junho, o Corredor Vera Arruda recebe a 8ª Feira Itinerante da Economia Solidária, promovida pela Secretaria do Trabalho, Emprego e Economia Solidária (Semtes). Além de promover para o público a variedade de produtos artesanais presentes em Maceió, a iniciativa também significa uma chance de recomeço e ressignificado para as artesãs.

Natural da cidade de São Paulo, Nilda Medeiros se mudou para Maceió após vir com a filha passar as férias e se apaixonar pela cidade. Desde então, são quatro anos vivendo na capital alagoana, onde ela não só começou uma nova vida, mas também resgatou uma antiga habilidade para gerar renda.

Na antiga cidade, ela produzia e comercializava peças feitas em MDF, mas ao chegar em Maceió percebeu que o público se interessava mais por macramê. Ela aprendeu a nova técnica e investiu no próprio empreendimento com ajuda da Economia Solidária, programa ao qual já participa há um ano.

Nilda Medeiros começou a empreender em Maceió após se mudar da capital paulista. Foto: Alisson Frazão/ Secom Maceió

“Aqui tirei a minha carteirinha de artesã, comecei a participar das feiras e divulgar o meu trabalho nas redes sociais. Sou muito grata à Economia Solidária", afirma. Ela também ressalta a importância da iniciativa para se conectar com outras artesãs, que formam uma rede de apoio.

Para Márcia Cristina, que participa da Economia Solidária há 15 anos, o artesanato chegou em sua vida para um resgate da autoestima. “Você chega aqui, expõe o seu trabalho e vê as pessoas se interessando e indo embora usando a peça. É muito gratificante", diz.

Apaixonada por crochê, ela aprendeu a técnica ainda criança, mas foi só após os 40 anos que transformou a habilidade em profissão. Hoje, Márcia afirma que cada peça é diferente uma da outra, mas todas carregam um pouco da sua identidade. “A técnica é a mesma, mas o formato e a identidade é totalmente seu", reforça.

Márcia Cristina começou a empreender após os 40 anos de idade. Foto: Alisson Frazão/ Secom Maceió

Reencontro com as tradições

Nascida no Pontal da Barra, o filé está presente na família de Roberta Bastos há quatro gerações. Apesar de ter aprendido a técnica aos 9 anos, ela tentou por um tempo seguir outro caminho, comercializando peças que comprava para revender.

Em 2002, resolveu voltar às tradições de família e resolveu começar um empreendimento ao lado da mãe para vender as peças em filé que elas faziam. Hoje, ela toca o negócio com a filha de 19 anos, para quem passou a técnica aprendida com a avó.

Roberta Bastos aprendeu filé aos 9 anos com a mãe. Foto: Alisson Frazão/ Secom Maceió

Juntas, as duas desenvolveram novas peças, como a confecção de bolsas, turbantes, colchas e outros produtos com retalhos de calças jeans. A técnica representa o compromisso sustentável da marca ao reutilizar o tecido que seria descartado.

“E com a Economia Solidária nós conseguimos fazer com que essas peças cheguem até o público. Assim nós trazemos para essas pessoas um pouco do Pontal e da tradição da nossa família", relata Roberta.

Os produtos de Nilda Medeiros, Márcia Cristina e Roberta Bastos e outras artesãs estão disponíveis na 8ª Feira Itinerante da Economia Solidária, até domingo (22), das 16h às 22h no Corredor Vera Arruda. Além dos produtos artesanais, o evento também conta com opções gastronômicas típicas das festas juninas.

Secom Maceió