OPINIÃO E INFORMAÇÃO Facebook Twitter
Maceió/Al, 27 de junho de 2025

Notícias

25/06/2025 às 12:20

2 milhões de adolescentes e jovens estão em empregos verdes no Brasil, aponta Unicef

2 milhões de adolescentes e jovens de 14 a 29 anos atuam em empregos verdes no Brasil, o equivalente a 30% de todos os brasileiros que trabalham nesse setor. É o que aponta o relatório “Habilidades e empregos verdes para adolescentes e jovens no Brasil”, lançado hoje (25) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), por meio da iniciativa 1 Milhão de Oportunidades, em parceria com o Plan Eval. Para fortalecer a participação da juventude no setor, o UNICEF também lançou, hoje, um curso online e gratuito sobre como lidar com a crise climática: acesse aqui.

O estudo acordou um total de 6,8 milhões de empregos verdes no Brasil, que envolveu quase 9 de cada 100 vínculos empregatícios registrados no país. O design ou ocupações que preservam, promovem ou restauram ambientes limpos, saudáveis e sustentáveis, em uma tradução e adaptação para o contexto brasileiro da definição internacional sobre o tema.

O documento mostra uma oportunidade para que governos e empresas acelerem a transição ecológica, promovam o desenvolvimento socioeconômico e criem oportunidades de inclusão ao investir na formação de profissionais para atuar no setor sustentável. Porém, apesar de esforços crescentes para incluir habilidades verdes na educação profissional, essa oferta ainda é limitada e equipamentos em regiões específicas, como os grandes centros urbanos. Isso significa que muitos adolescentes e jovens seguem excluídos da conquista do conhecimento que os conduzem ao acesso a empregos verdes.

"É preciso educar crianças, adolescentes e jovens para promover e viver uma vida sustentável, e isso inclui a participação na economia verde. Estamos diante de uma oportunidade de incluir de forma sistemática nos currículos educacionais brasileiros a educação ambiental e de expandir a educação profissional, para que a juventude adquira as habilidades profissionais permitidas para conseguir esses empregos e liderar o desenvolvimento sustentável no País", diz Mônica Pinto, chefe de Educação do UNICEF no Brasil.

Em um mercado de trabalho com altos níveis de informalidade, como é o caso do Brasil, essa educação precisa ainda integrar treinamentos não formais e validar competências adquiridas na prática ou desenvolvidas por comunidades tradicionais, como os saberes e experiências de povos indígenas, por exemplo.

Empregos verdes

Além de analisar a quantidade e a distribuição dos empregos verdes no Brasil, a publicação destacou o potencial para inclusão socioprodutiva de adolescentes e jovens que setores como a agroecologia, as cadeias de produção florestal, a gestão de resíduos, a reciclagem, o saneamento e a geração de energias renováveis possuem.

Segundo o estudo, os empregos verdes atualmente ocupados no país estão dispersos de forma desigual no território brasileiro, com poucos municípios tendo uma alta concentração dessas vagas. Os quase 7 milhões de vagas no setor estão principalmente nos grandes centros urbanos: essas cidades reúnem 53% das vagas sustentáveis, apesar de terem apenas 43% de todos os vínculos empregatícios do Brasil.

Outra descoberta foi que mais homens do que mulheres ocupam vagas de empregos verdes. Enquanto os trabalhadores do sexo masculino representam 60,5% dessa força de trabalho no Brasil, as mulheres são 39,5%. Na faixa etária de 14 a 29 anos, a desigualdade é um pouco menor, de 56,1% (homens) em comparação a 43,8% (mulheres).

O estudo também faz uma comparação entre grandes cidades, e acordos Cuiabá (MT), Florianópolis (SC) e Rio Branco (AC) como as capitais que possuem os maiores percentuais de empregos verdes no Brasil, com cerca de 20% de seus vínculos empregatícios sendo sustentáveis.

Percepções da juventude

O relatório escutou adolescentes e jovens de diferentes regiões do Brasil para compreender o que pensam sobre sua participação no mercado de empregos verdes. A dificuldade de acessar cursos sobre sustentabilidade e de conseguir empregos formais na área foram os temas mais envolvidos pelos grupos focais realizados, com a discriminação por raça, gênero ou etnia sendo outro fator que adolescentes e jovens influenciam a entrada e permanência no setor.

“Está claro que os adolescentes e os jovens querem ter acesso a empregos sustentáveis e dignos, mas têm dificuldade de se capacitar e se candidatar. Isso é ainda pior para aqueles sem experiência, que vivem em cidades pequenas ou em maior situação de vulnerabilidade. Por isso, empresas e governos atuam juntos para expandir programas de capacitação, de orientação e mentoria profissional, adotando políticas afirmativas e abrindo as portas da economia verde para os jovens”, diz Mônica Pinto.

A participação de adolescentes e jovens no mercado de trabalho verde é ainda mais relevante, considerando que são eles os mais impactados pelos efeitos das mudanças climáticas. "Como são os que mais sofrem com a crise climática, é um princípio de justiça intergeracional que as crianças, adolescentes e jovens se beneficiam das soluções pensadas para essa crise. E parte dessa solução é a participação digna em uma economia de baixo carbono", afirma Danilo Moura, especialista em Clima e Meio Ambiente no UNICEF.

Recomendações

Com base na quantidade e distribuição de empregos verdes no Brasil, nas políticas públicas brasileiras de transição ecológica e na escuta de adolescentes e jovens, o UNICEF recomenda que governos e empresas:

- Ampliar o acesso à educação e à capacitação profissional externa para o mercado verde , em especial em regiões interioranas e cidades metropolitanas;

- Implementar políticas de ações afirmativas nos processos de contratação para jovens aprendizes, estágios e vagas de emprego e nos processos de formação técnica, para aumentar a participação de minorias em ocupações verdes.

- Ampliar o acesso e subsídio para transporte e mobilidade de adolescentes e jovens de regiões periféricas e municípios de pequeno e médio porte, facilitando o acesso a entrevistas de emprego, capacitações e treinamentos sobre empregabilidade verde;

- Incentivar a conectividade à Internet para adolescentes e jovens, apoiando o acesso aos processos formativos a distância e facilitando a candidatura a vagas de trabalho;

- Criar e implementar programas de orientação e aconselhamento profissional para adolescentes e jovens, especialmente em setores seguros.

Sobre os dados

O planejamento de empregos verdes no país foi feito com dados de 2022 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), e especificamente em empregos especiais que promovem a economia circular, adotam processos de baixa emissão de gases do efeito estufa ou operam com rígidos controles ambientais. Isso inclui uma gama de vagas, incluindo – mas não se restringindo a – a reciclagem e reutilização de materiais, o setor de eficiência energética, a geração de energia limpa e setores como saneamento básico. Das 673 aulas de trabalho disponíveis no CNAE, 69 foram definidas como atividades verdes.

Sobre o 1 Milhão de Oportunidades (1MiO)

O 1MiO é uma iniciativa do UNICEF, em parceria com governos, empresas privadas, organizações da sociedade civil e agências da ONU. A iniciativa tem como objetivo proporcionar a jovens e adolescentes de 14 a 29 anos, em situação de vulnerabilidade, acesso a oportunidades de ensino de qualidade, habilidades digitais, conexão com a internet, participação cívica, treinamento profissional e empregabilidade, por meio de programas de aprendizagem, estágio e emprego. Para esta iniciativa, o UNICEF conta com uma parceria estratégica da Silatech, Iberdrola, Microsoft e Accenture.

Sobre o UNICEF

O UNICEF, Fundo das Nações Unidas para a Infância, trabalha para proteger os direitos de cada criança e adolescente, em todos os lugares, especialmente nos mais vulneráveis, nos locais mais remotos. Em mais de 190 países e territórios, fazemos o que é preciso para ajudar crianças e adolescentes a sobreviver, prosperar e alcançar seu pleno potencial. Em 2025, o UNICEF comemora 75 anos no Brasil. O trabalho do UNICEF é financiado por contribuições voluntárias. Acompanhe nossas ações no Facebook , Twitter , Instagram , YouTube e LinkedIn .

Você também pode ajudar o UNICEF em suas ações. Faça uma doação agora.

Fonte: Assessoria

Comentários

Coqueiro Seco
Siga o AL1 nas redes sociais Facebook Twitter

(82) 996302401 (Redação) - Comercial: [email protected]

© 2025 Portal AL1 - Todos os direitos reservados.