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Maceió/Al, 29 de junho de 2025

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27/06/2025 às 13:27

Linha direta com a segurança: por meio do 190, sociedade ajuda no combate ao crime

A Central de Operações do Ciosp funciona 24h por dia. Igor Lessa / Ascom PM-AL e arquivo A Central de Operações do Ciosp funciona 24h por dia. Igor Lessa / Ascom PM-AL e arquivo

Fernanda Alves

Considerado a porta de entrada da Segurança Pública, o número 190 tornou-se o principal canal entre a população e a Polícia Militar de Alagoas (PMAL). Por meio de uma chamada telefônica anônima e gratuita, qualquer cidadão pode solicitar atendimento e intervenção de uma guarnição. Noite e dia, 24 horas no ar, a Central de Operações da PM é um dos componentes mais importantes do Centro Integrado Operacional de Segurança Pública (Ciosp).

Por meio dela, um telefonema pode salvaguardar pessoas que estejam em perigo e fazer cessar ameaças. Foi o que aconteceu no dia 19 de fevereiro de 2024, no bairro Cruz das Almas em Maceió, onde uma babá de 18 anos foi vítima de estupro. O autor do crime, o próprio patrão, de 63 anos, foi preso em flagrante, após denúncia recebida pelo 190.

Uma guarnição do 13º Batalhão de Polícia Militar (BPM) foi acionada por volta das 22h. Na chegada ao endereço, do lado de fora da casa, os militares ouviram gritos da vítima pedindo socorro. O proprietário se recusou a abrir a porta, mas diante do possível flagrante e clamor da vítima, a equipe recebeu autorização da Central para arrombar a porta e resgatar a jovem. No interior do imóvel foram encontrados um revólver calibre 38, munições e seringas. Os três filhos pequenos do autor também estavam na casa.



Este foi um dos 150.447 chamados recebidos ao longo de 2024, pela PM em Alagoas, por meio do 190; de acordo com o Anuário Estatístico da PM. O balanço foi produzido pela 2ª Seção do Estado Maior-Geral (Secção de Estatística e Análise Criminal / Subseção de Estatística e Ciência Aplicada da PM). As fontes de dados incluem sistemas desenvolvidos pela Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL), como a Central de Atendimento e Despacho (CAD) e o aplicativo Quimera, além de boletins de ocorrências revisados diariamente pelos analistas de dados da Corporação.

Os dados também apontam que esses mais de 150 mil chamados geraram um total de 113.800 ocorrências atendidas por equipes operacionais, o que equivale a uma média de mais de 311 atendimentos por dia. É preciso diferenciar acionamento de atendimento. O primeiro consiste na ligação em si, cuja ocorrência pode ou não ser confirmada, dependendo de uma série de fatores. Já o atendimento refere-se à conclusão da ocorrência, incluindo o envio de uma equipe ao local indicado no acionamento.



Gerenciamento de dados e informações

O Anuário Estatístico da Polícia Militar de Alagoas é um documento que compila as principais estatísticas. Para uma análise detalhada e precisa, os dados são organizados de acordo com as delimitações geográficas dos municípios alagoanos, distribuídos em cinco áreas estratégicas, representadas pelos Comandos de Policiamento: da Região Metropolitana (CPRM), da Região Agreste (CPRA), da Região Sul (CPRSul), da Região Sertão (CPRS) e da Região Norte e Zona da Mata (CPRN/ZM). Essa divisão permite uma visão clara da atuação da PMAL e dos desafios enfrentados em cada região.

O anuário também traça um comparativo com o ano anterior. No decorrer de 2023, foram registradas pelo Sistema CAD, o total de 167.862 chamados recebidos, resultando em 123.590 atendimentos.

Curiosidade sobre o número

O 190, geralmente, é o primeiro número que vem à mente diante em situações de risco, no Brasil. Em outras nações essa composição é bem variável. Nos Estados Unidos, é o famoso 911, prefixo que já foi inclusive título de série televisiva. Em alguns países, como na União Europeia, o contato é o 112, que serve para acionar a polícia, ambulância ou bombeiros.

Embora seja o primeiro número lembrado, poucos sabem a origem do 190. No ano de 1980, a Organização das Nações Unidas (ONU) determinou que todo país tivesse seus números gratuitos para serviços de emergência.

A explicação apareceu em uma matéria publicada na Revista Superinteressante (22 de fevereiro de 2024), intitulada: “Quem definiu que o número de telefone da polícia seria 190?”. O texto explica que foi o Centro de Comunicação da Polícia Militar (Cecopom), em conjunto com a Telesp (Telecomunicações de São Paulo).

“Já existiam números de utilidade pública na época, como o 102 (serviço de informação) e o 130 (hora certa). Por isso, foi mantido o "1", combinando com os serviços anteriores, e adotado o "9", para evitar confusão com os outros. O "0" veio porque, nessa ocasião, diversos novos serviços foram inaugurados (veja abaixo) e o número da policia era simplesmente o primeiro”, explica a reportagem.

Antes disso, para ligar para o Centro de Operações da PM, era preciso discar um número de telefone fixo, e que não era gratuito.

Do outro lado da linha

Os atendentes recepcionam as chamadas dos cidadãos e registram as ocorrências no sistema. Essas ocorrências são encaminhadas e recepcionadas pelos policiais militares despachantes do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom).

Nos grandes comandos do interior, as funções de atendente e despachante são exercidas por policiais. Cada operador é responsável pelos acionamentos e mesas de gerência de suas respectivas unidades operacionais. É o despachante que faz contato direto com as guarnições específicas de sua mesa.

Nas ruas, estão as guarnições efetivando o atendimento e completando o ciclo. Finalizada a ocorrência, a guarnição faz um breve relato dos fatos, incluindo dados do local e dos envolvidos, e envia o documento para o despachante via aplicativo Quimera.



Um exemplo desse tipo de serviço no interior é o 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM), sediado em Arapiraca, para onde são direcionadas as chamadas do 190 originadas nos municípios de: Arapiraca, Coité do Nóia, Craíbas, Feira Grande, Limoeiro de Anadia e Taquarana, da área do 3º BPM, e também Girau do Ponciano, Lagoa da Canoa, Campo Grande, Olho D’Água Grande e Traipu, que integram a 7ª Companhia de Polícia Militar Independente.

A sargento Elisabete Fernandes lida diretamente com a rotina do Copom no Agreste há quase uma década. Com experiência de quem já exerceu a função de atendente, mas que hoje opera a mesa, a militar entende que “a função do Copom é fundamental para o andamento do serviço. A gente recebe e filtra as ocorrências de acordo com a complexidade e repassa para as guarnições”.

Elisabete esclarece que a atenção e o equilíbrio são preponderantes no serviço. “Normalmente, quem liga, está em uma situação de risco, muitas vezes bem nervosa. A gente tem que manter a calma e acalmar quem está do outro lado para tentar tirar do solicitante o máximo de informações. O objeto é fazer com que a guarnição chegue ao local sabendo com o que vai se deparar. É preciso ter paciência, controle emocional e agilidade”, concluiu a sargento Elisabete.

No caso do Copom, sediado em Maceió, além do município sede, fazem parte do CPRM: Rio Largo, Paripueira, Barra de Santo Antônio, Marechal Deodoro, Pilar, Barra de São Miguel e Satuba. O Copom na região metropolitana atualmente é chefiado pelo tenente-coronel Glemerson Jatobá, que enfatizou que o Centro é essencial para a operacionalidade policial e para a sociedade.

Desde o ano de 2021, o atendimento inicial é feito por trabalhadores contratados pela Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), em especial, agentes do Programa Ronda no Bairro. Já o despachante de cada mesa de gerenciamento é sempre um policial militar da ativa.



“Esse Centro desempenha papéis cruciais, tanto na eficiência das ações policiais quanto na garantia da segurança pública, para toda a sociedade da região metropolitana. O atendimento ao público inicia no teleatendimento do 190 (atualmente executado pelos agentes do Programa Ronda no Bairro), que leva as ocorrências para o Centro de Operações da Polícia Militar, sendo recepcionadas pelos despachantes. Estes, utilizando a rede de rádio, transmitem as ocorrências para as viaturas operacionais, a fim de atender e solucionar a referida ocorrência”, explica o tenente-coronel.

O chefe define o Copom como o cérebro operacional, já que tem a missão de coordenar as ocorrências em tempo real, despachá-las de forma eficiente para as guarnições mais próximas, monitorar as equipes e o andamento das ocorrências, garantindo suporte contínuo às equipes em campo. O Copom também proporciona a integração com outros órgãos, facilitando ações conjuntas. “Tudo isso para garantir segurança para a sociedade com rapidez nas respostas às chamadas e promoção de ordem, justiça e bem estar para a população”, sintetizou o tenente-coronel Glemerson.

Ascom PM-AL

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