Polícia Civil desmascara golpe do seguro e indicia motorista de aplicativo que forjou próprio sequestro

Detalhes da investigação deste caso foram repassados em coletiva de imprensa nesta quinta-feira. Ascom PCAL

A Polícia Civil de Alagoas indiciou um motorista de aplicativo ao descobrir, na investigação, que ele forjou o próprio sequestro e dizer que foi vítima de um violento assalto, durante o qual teria tido parte do corpo incendiada por supostos criminosos.

A investigação, conduzida pela Seção Antissequestro da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), revelou que o homem mentiu à polícia e ateou fogo no próprio carro com o objetivo de aplicar um golpe no seguro automotivo.

Todos os detalhes da investigação foram apresentados na tarde desta quinta-feira (17), em coletiva de imprensa, na sede da Delegacia-Geral da Polícia Civil, em Jacarecica, pelos delegados Gustavo Xavier (delegado-geral), Igor Diego e João Marcello (ambos da Dracco).

No dia do registro da ocorrência, o motorista compareceu à Central de Flagrantes alegando que teria sido abordado por três homens armados, que o colocaram no banco traseiro de seu veículo, um VW/FOX preto, e o levaram até um canavial, onde teriam tentado matá-lo e ateado fogo em seu corpo. Ele contou que conseguiu fugir e buscou atendimento médico antes de relatar o suposto crime.

Contudo, as diligências investigativas e a análise de imagens e informações comprovaram que o próprio motorista comprou combustível em um posto e incendiou intencionalmente seu veículo em uma área isolada, com a intenção de fraudar o seguro, que incluía cobertura contra incêndio. Durante o ato, ele acabou se queimando acidentalmente.

O investigado também acionou a seguradora no mesmo dia do registro da falsa ocorrência, buscando obter vantagem ilícita com base na história forjada. O veículo foi encontrado incendiado em uma área rural do bairro Benedito Bentes e recolhido pela seguradora.

Diante das provas, o motorista foi formalmente indiciado pelos crimes de Estelionato (art. 171, §2º, V), Falsidade Ideológica (art. 299) e Comunicação Falsa de Crime (art. 340), todos do Código Penal. As penas somadas podem chegar a 10 anos de prisão.

A Polícia Civil destacou a atuação rápida e eficiente da equipe, que conseguiu desmontar a versão apresentada e comprovar a tentativa de fraude. O caso será encaminhado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público para seguimento da ação penal. A seguradora também será formalmente informada sobre a conclusão das investigações, a fim de prevenir qualquer pagamento indevido.

Ascom PCAL