Deficiente visual supera limites no karatê adaptado

Dona Cida é deficiente visual e é faixa amarela de Karatê. Clara Vieira/Ascom Semdes

Vanessa Napoleão

Dona Cida tem 65 anos e é deficiente visual desde os 37, quando teve retinose pigmentar, sofrendo perda total visão. Mesmo com dificuldades e desafios, ela procura fazer tudo que fazia antes, com a sua rotina adaptada. E uma das suas conquistas é a faixa amarela no Karatê.

Ela participa de aulas de karatê adaptado no Serviço de Convivência do Centro de Referência de Assistência Social(Cras) Cacilda Sampaio no bairro do Vergel há dois anos e contou um pouquinho da experiência com essa atividade física. “No início fiquei com vergonha de participar, mas a minha amiga Maria, que já participava das aulas com a professora Midori, me incentivou bastante. Aí criei coragem e comecei”, disse.

O Serviço de Convivência promove inclusão, e aproxima pessoas. Para Dona Cida é gratificante participar semanalmente das atividades. “Adoro as amizades e as gargalhadas com as minhas amigas. A professora Midori é muito gentil e com paciência me ensinou tudo o que eu sei. Aprendi os golpes com os comandos dela de direita e esquerda e ouvindo suas palmas”, contou.

A professora de Educação Física e faixa preta 6° Dan de Karate Shotokan, Midori Othuki, dá aulas a mulheres e idosas do SCFV do Cras Cacilda Sampaio desde 2023, e contou como foi a evolução da dona Cida. “Ela sempre foi muito dedicada e esforçada nas aulas para acompanhar as meninas do grupo. E ela conseguiu, apesar da deficiência visual. Por isso, decidi que ela também participaria do exame para mudança de faixa com as outras alunas e ela conseguiu. Hoje ela é faixa amarela”, falou sorridente.

Professora Midori Othuki ensinando Dona Cida durante as aulas no Cras. Foto: Clara Vieira/Ascom Semdes

Dona Cida também contou que fazer atividades físicas melhorou muito sua saúde. “Antes do karatê já fazia atividade com a professora de Educação Física aqui no Cras. E com o Karatê, melhorou minha saúde e minha mobilidade. Fazer karatê é muito bom pra minha mente e alma”, finalizou Cida.

“Aqui elas não estão praticando karatê, arte marcial, e sim, karatê, atividade física e tem muitos benefícios para a saúde delas, ajudando no equilíbrio, na respiração, coordenação motora, melhorando a mente a concentração”, disse Midori.

As aulas de Karatê adaptado acontecem todas as terças e quintas, no Cras Cacilda Sampaio, no Vergel. Foto: Clara Vieira/Ascom Semdes

A inclusão social por meio do esporte é um dos objetivos do Serviço de Convivência, e a coordenadora do Cras Cacilda Sampaio, Patrícia Lima, falou sobre a importância dessas atividades.

“Além de promover a interação e o convívio entre os usuários, as atividades do Serviço de Convivência, elas também podem ajudar a desenvolver habilidades e competências na vida desses usuários, bem como tem outro impacto bem positivo, que é a melhoria da autoestima, e também promove a interação social e práticas esportivas e cultural. No Cras Cacilda Sampaio temos algumas práticas esportivas, como as aulas de Karatê, aula funcional e um grupo cultural que é o grupo do Carimbó Esplendor. Todas essas atividades vêm impactando de maneira bem positiva na vida de nossos usuários”, explicou.

Os idosos e mulheres do Vergel e de regiões vizinhas que quiseram participar dessa atividade e de outras ações podem procurar o Cras Cacilda Sampaio que está localizado na Rua das Flores, Conjunto Joaquim Leão S/N – Vergel do Lago (Ao lado do PAM Dique-Estrada). As aulas de karatê , acontecem todas as terças e quintas-feiras, das 8h às 9h. Mais de 30 idosos e mulheres participam semanalmente. O telefone para mais informações é o 3312-5914.