Naísia Xavier
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas foi uma das participantes de reunião online com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com o intuito de criar uma rede de pesquisa interativa entre os estados do Nordeste, a Rede Pesquisa e Desenvolvimento NE, na quinta-feira (22).
O intuito principal é lidar com assimetrias regionais, ou seja, descompassos na aplicação de recursos ou na obtenção de resultados, quando se levam em conta as especificidades daqueles que precisam de maior atenção para avançar de patamar em determinados aspectos de seu desenvolvimento acadêmico, devido à realidade específica de cada estado da federação, que contam as suas “vocações e vulnerabilidades”, de acordo com Júlio Piffero, da Coordenação Geral de Fomento a Ações Estratégicas da Capes.
Presentes, a maioria das FAPs do Nordeste apresentou as suas prioridades. No caso de Alagoas, dentre outros pontos, foi destacada a necessidade de induzir a publicação científica dos estudos financiados. Já a internacionalização da pesquisa é considerada uma área prioritária tanto pela Capes quanto por todas as Faps presentes.
O diretor-presidente da Fapeal, Fábio Guedes, contribuiu com uma das possibilidades de articulação nesse ponto: “Fazer um programa de atração de professores visitantes, aqui para o sistema de pós-graduação em Alagoas. O efeito multiplicador, e também de capilaridade, é muito maior do que enviar um professor para fora do país e pode abrir, claro, mais janelas para os daqui irem para lá”, ponderou.
Outra contribuição relevante de Alagoas foi para o conteúdo dos eixos de pesquisa prioritários que devem nortear os temas dos projetos de pesquisa a serem submetidos: “Mudanças climáticas e desastres” foi um tópico sugerido pelo professor Fábio Guedes, e o diretor executivo de CT&I da Fundação, professor João Vicente Lima, também solicitou que o tópico “mobilidade urbana” seja incluso nas possibilidades temáticas a serem exploradas pelos pesquisadores. Os temas “tecnologia quântica” e “oceanos” foram incluídos, respectivamente, a pedido das FAPs da Bahia (Fapesb) e Pernambuco (Facepe).
Outro tópico de discussão foram os recursos, já que o sistema brasileiro de financiamento à CT&I funciona por meio de partidas federais e contrapartidas estaduais: “A gente sabe que a participação das faps é super importante: a Capes tem aumentado o número de bolsas em todo o país e essa participação depende das Faps e de outras agências concederem bolsas também”, comentou Luiz Pessan, da Capes, diretor de Programas e Bolsas no País.
Quanto a esta questão, o professor João Vicente Lima defendeu a contrapartida de 30% por cento para os estados, em relação ao valor de financiamento total dos projetos, ficando a Capes responsável pelos 70% restantes.
No momento, a perspectiva é de que as redes de pesquisa nos estados do Nordeste tenham de quatro a seis meses para se articularem, entre o fim de 2025 e o primeiro semestre de 2026. A aplicação dos recursos nos projetos de pesquisa colaborativos deve começar no segundo semestre do próximo ano.
Ao fim, o professor Fábio Guedes refletiu: “Acho que estamos, aqui, dando um exemplo de como construir coletivamente instrumentos de política pública para CT&I (...) Transmitam nossos parabéns à professora Denise [Carvalho, presidente da Capes], porque é dessa maneira que a gente consegue, de forma muito mais eficiente, chegar e atender às demandas da nossa comunidade científica e acadêmica”, declarou.
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