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Maceió/Al, 11 de maio de 2025

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02/04/2025 às 15:31

Abril Azul: O desafio da inclusão de profissionais com o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

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O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, 2 de abril, marca o início de um mês dedicado à inclusão de pessoas diagnosticadas com Autismo. Apesar de suas habilidades profissionais, a falta de informação e o preconceito ainda dificultam a inclusão no mercado de trabalho, tornando um desafio fundamental para que as empresas se preparem e tenham conhecimento para empregar pessoas neurodivergentes.

A data tem como objetivo sensibilizar a sociedade sobre as necessidades e potencialidades das pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), buscando promover maior inclusão e respeito em todos os setores da vida social.

“A realidade é que a inserção de pessoas com autismo no mercado de trabalho continua sendo uma questão desafiadora. Infelizmente muitos profissionais qualificados e com grande potencial não encontram oportunidades, pois não têm suas habilidades e competências valorizadas. Então, fazem parte de uma parcela expressiva que está fora do mercado de trabalho”, afirma Djalma Scartezini - CEO da REIS - Rede Empresarial de Inclusão Social.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país tem aproximadamente 2 milhões de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista. Estima-se que 85% das pessoas com autismo estão desempregadas mundialmente. E no Brasil, mesmo sendo amparadas pela Lei de Cotas, que estabelece uma porcentagem mínima de contratação de profissionais com deficiência nas empresas, essas pessoas ainda enfrentam desafios significativos, como o preconceito, a falta de acessibilidade e a escassez de oportunidades adequadas para o desenvolvimento profissional.

"A gente vê profissionais qualificados sendo excluídos por falta de preparo nas equipes de recrutamento. Sem entender as necessidades de acessibilidade e comunicação adaptada, muitas pessoas não conseguem passar nos processos seletivos. O alto índice de desemprego reflete a falta de capacitação das empresas. Mesmo quando conseguem entrar, muitos profissionais não permanecem pela falta de acolhimento e compreensão das características de pessoas com autismo e neurodivergentes. Empresas que investem em capacitação e acompanhamento têm mais sucesso na inclusão e retenção de talentos”, explica Marcelo Vitoriano, CEO da Specialisterne, organização social de origem dinamarquesa presente em 20 países, que atua na formação e inclusão de pessoas com autismo no mercado de trabalho.

Para o CEO da REIS, a presença de profissionais neurodivergentes no ambiente de trabalho não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma oportunidade de enriquecer os times com habilidades e perspectivas únicas. Habilidades como foco, atenção aos detalhes e pensamento analítico podem ser características valiosas em diversas áreas, especialmente em cargos que exigem alta precisão e resolução de problemas complexos.

Nesse contexto, a Lei 14.992, sancionada em 2024, surge como um avanço importante para promover a inclusão de pessoas com autismo no mercado de trabalho. A legislação altera a Lei 13.667/2018, exigindo que o Sistema Nacional de Emprego (Sine) se adapte às normas de acessibilidade e integre-se ao Sistema Nacional de Cadastro da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (SisTEA), facilitando a intermediação de vagas. Além disso, a lei incentiva a realização de feiras de emprego e ações de sensibilização dos empregadores, reforçando a importância da inclusão de pessoas com deficiência e o reconhecimento de seus talentos no ambiente corporativo.

Outro fator preponderante é a inclusão e capacitação de jovens com autismo no ambiente escolar para garantir que desenvolvam as habilidades necessárias para acessar o mercado de trabalho no futuro. A formação adequada, com adaptações pedagógicas e apoio especializado, permite que os estudantes adquiram não apenas conhecimentos acadêmicos, mas também habilidades sociais e comportamentais que são fundamentais para a convivência e o sucesso no ambiente profissional.

“Ao investir em um ensino inclusivo e personalizado, as escolas desempenham um papel crucial na preparação desses jovens para enfrentar os desafios do mercado de trabalho, promovendo sua autonomia e autoestima, e abrindo portas para um futuro mais igualitário e acessível”, afirma Djalma.

Sobre a REIS


A REIS surgiu, há 12 anos, durante o 26º Fórum de Empregabilidade Serasa Experian. Fundada por João Ribas, precursor do movimento, atualmente a rede é composta por um grupo de mais de 60 empresas nacionais e multinacionais que se comprometem com os princípios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e das Nações Unidas (ONU) para promover a empregabilidade das pessoas com deficiência e junto com 43 países é parte da Rede Global de Empresas Inclusivas, sendo uma das redes nacionais mais antigas e celebradas.

Fonte: Assessoria

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