Ana Beatriz Rodrigues
“O principal é sonhar e acreditar. Muitas vezes, as pessoas desistem porque acham que é difícil. Eu, por exemplo, comecei a correr em 2017 e meu sonho era participar da São Silvestre. Diziam que era impossível, mas eu acreditei, lutei e consegui. Hoje, estou indo para a quarta participação consecutiva, isso é motivo de muito orgulho para mim e para quem acredita no paradesporto”, conta Givaldo Augusto, paratleta há 18 anos.
Para que os sonhos de Givaldo possam se realizar, diversas pessoas e instituições se ajudam. Uma delas é a Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Selaj), que enviou oito cadeiras de rodas especiais para a prática esportiva. Esses investimentos levaram Givaldo a conquistar pódio na São Silvestre, pois sem essas cadeiras especiais, os paratletas teriam mais dificuldade para chegar tão longe.
Carlos Guedes, o “Carlinhos” acompanha Givaldo desde o início da prática paradesportiva e compartilha das mesmas alegrias, desafios e conquistas. Junto, eles fazem musculação, basquete, handebol e corrida e são gratos por ter uma secretaria que auxilia não só na hospedagem, mas também na cadeira que faz com que eles subam ao pódio.
Investimentos arrojados
Para que Givaldo e Carlinhos sejam exemplos e tenham história para contar, a Selaj investiu R$ 52 mil. Uma das coisas que chamam atenção é o cenário paradesportivo em Alagoas, por causa da amplitude geográfica dos eventos nacionais e internacionais (Chile, São Paulo, Minas Gerais, Blumenau, Recife e Fortaleza), demonstrando o alcance e a representação de Alagoas no cenário nacional e internacional do Paradesporto.
O maior investimento foi dentro do edital Yohansson Nascimento de Fomento ao Esporte de Alagoas, que consiste em selecionar projetos na área esportiva que atendam em seus planos de trabalho a realização de eventos, oficinas, cursos, treinamentos, contratação de equipes, aquisição de equipamentos esportivos e apoio aos atletas.
Foram beneficiadas com editais e incentivos a Associação Pestalozzi de Maceió, Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal), Associação dos Surdos de Maceió (ASM), Federação Alagoana Desportiva dos Surdos (Falds), Instituto Amor 21 e Associação Atlética Anthares.
Pequena ação e impacto gigantesco
Entre os beneficiados da Associação Atlética Anthares está Maxwell Santos, atleta da para esgrima, que participou da Copa do Mundo da modalidade, realizada em São Paulo. A competição contou com a presença de mais de 18 países e 72 atletas. Com o apoio da Selaj para a aquisição de seus materiais esportivos, Maxwell terminou a competição em 15º lugar.
“Uma pequena ação pode ter um impacto gigantesco. Por exemplo, com as oito cadeiras que recebemos, conseguimos atender até 100 pessoas por mês, organizando o uso de forma eficiente. E o mais interessante é que não atendemos apenas os alunos, mas também suas famílias, melhorando a vida de todas as pessoas que estão ao redor da pessoa com deficiência”, explica Diego Calado, professor de educação física da Adefal.
Outro Paratleta beneficiado pelo Caminhos do Esporte foi o Júnior Alexandre, que por meio da natação conseguiu ser campeão por Alagoas diversas vezes. Uma parte do sucesso, advem do treino, outra, do incentivo do professor, da Pestalozzi e também do governo de Alagoas.
Ao ser questionado sobre a importância da portaria para que os paratletas possam ir além, ele respondeu que é fundamental. “Quem treina quer competir, né? A gente vive isso no dia a dia: treino, alimentação regrada, disciplina. E saber que vai ter competição, que vai ter esse apoio, faz toda a diferença. Antigamente, aqui em Alagoas, não tinha isso.A gente consegue viajar tranquilo e com segurança. E, como eu digo, se é pra ir competir, é pra trazer resultado — esse é o foco!”, afirma Júnior.
Muito além de acessibilidade
O esporte é um estilo de vida. “O esporte transforma vidas, especialmente para as pessoas com deficiência. Temos exemplos concretos disso. Um dos nossos atletas perdeu a perna enquanto trabalhava em um parque de diversões. Nos primeiros meses, ele pensou em desistir da vida, mas quando conheceu o esporte, tudo mudou. Hoje, ele tem motivação e uma nova perspectiva”, explica o professor Diego Calado.
Fonte: Agência Alagoas
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