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Maceió/Al, 07 de maio de 2025

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05/05/2025 às 15:34

Arquitetura prisional e socioeducativa será tema da entrevista com Suzann Cordeiro

O programa Ufal e Sociedade traz nesta segunda-feira (5), a partir das 11h, uma entrevista com a arquiteta e urbanista Suzann Cordeiro. Professora do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Ufal e coordenadora do Núcleo de Pesquisas sobre Projetos Especiais (Nuppes), ela é referência nacional e internacional em Arquitetura Prisional e Socioeducativa.

Com especializações em Psicologia e Criminologia, ela se dedicou a investigar como o espaço físico impacta na ressocialização de reeducandos, propondo alternativas arquitetônicas que respeitam a dignidade humana. Seus estudos romperam os limites da academia e alcançaram instituições em diversos países da América Latina e da África.

Entre suas contribuições mais relevantes, destaca-se a atuação como membro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), entre 2011 e 2013, período em que coordenou a elaboração das Diretrizes Básicas para Arquitetura Penal (Resolução nº 9/2011) —documento hoje adotado como referência em países da América Latina. Suzann também é citada como “consultora especialista nacional” em diversas ações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), dentro dos programas Pena Justa, Fazendo Justiça e Justiça Presente.

Outro marco importante de sua trajetória é o Manual de Arquitetura Judiciária, concebido e organizado pelo Nuppes da Ufal para o CNJ, sob sua coordenação e com participação de discentes da Universidade. A publicação reúne conteúdo inédito, já reconhecido nacional e internacionalmente, e propõe padrões arquitetônicos baseados em garantias de direitos humanos para unidades de audiência de custódia. O material, dividido em duas partes, aborda tanto a humanização dessas audiências quanto as orientações técnicas para novos projetos e reformas, alinhando-se à Resolução 213 do CNJ.

O trabalho reflete a articulação interdisciplinar entre arquitetura, direito, psicologia e sociologia e aponta caminhos para enfrentar desafios sociais, políticos e econômicos por meio do planejamento do espaço.

No programa inédito, Suzann compartilha ainda os bastidores de sua pesquisa imersiva: foram 45 dias vivendo dentro de presídios, convivendo com reeducandos e observando de perto a complexa relação entre espaço e subjetividade. A partir dessa vivência, ela está desenvolvendo um instrumento de verificação das condições físicas das unidades prisionais, que considera não só aspectos como funcionalidade, ventilação, iluminação e conforto acústico, mas também políticas de gênero e a capacidade real de o espaço contribuir com o processo de ressocialização.

Para Suzann, discutir arquitetura prisional e socioeducativa é discutir humanidade. “A gente vive em espaços. Todas as relações e fenômenos acontecem em algum tipo de espaço -construído ou não. O nosso corpo é espacial, a nossa existência é espacial. Precisamos entender como nos relacionamos com o ambiente à nossa volta para compreender por que ainda reproduzimos práticas de violência, preconceito e exclusão”, destacou.

A arquiteta também explica que não se trata apenas de oferecer estruturas físicas, mas de criar espaços que dialoguem com a historicidade, as subjetividades e as marcas de quem os habita. “Existe uma diferença entre um espaço humanizado e um espaço apenas humanitário. Humanizar é reconhecer que cada sujeito é único, é permitir que o espaço o acolha como coautor da sua trajetória”, disse.

Ficha técnica do programa Ufal e Sociedade

Operador de áudio: Helder Melo

Direção técnica: Edilberto Sandes (Brother)

Locução: Lenilda Luna

Produção: Cecília Calado

Ascom Ufal

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