O prazo final para entrega da Declaração do Imposto de Renda 2025 se encerra em 30 de maio, e muitos contribuintes ainda não enviaram suas informações à Receita Federal. A reta final exige atenção redobrada, especialmente com relação ao preenchimento correto dos dados e à utilização adequada de deduções e benefícios fiscais.
“A essa altura, o contribuinte precisa ser ágil, mas sem abrir mão da precisão. Os erros mais comuns são justamente nos detalhes que parecem simples, mas têm grande impacto na declaração final”, alerta Antônio Queiroz, sócio da Queiroz & Venâncio Consultoria Contábil.
Como preencher corretamente a declaração
Quem ainda está com a declaração em aberto deve focar nos pontos que mais geram dúvidas e inconsistências:
Deduções permitidas: Incluem despesas com saúde, educação, pensão alimentícia judicial e dependentes. Mas há limites e regras específicas para cada uma delas. Por exemplo, o valor dedutível por dependente é de R$ 2.275,08, e o teto anual para educação é de R$ 3.561,50 por pessoa.
Rendimentos recebidos de pessoas jurídicas: Devem ser informados com exatidão, usando os dados do informe de rendimentos fornecido pela fonte pagadora. "Um valor errado aqui pode te levar direto para a malha fina", afirma Antônio Queiroz.
Rendimentos isentos ou tributados exclusivamente na fonte: Como poupança, indenizações trabalhistas, lucros e dividendos e prêmios de loteria. Mesmo que não sofram tributação, devem ser declarados corretamente.
Preenchimento dos bens e direitos: É comum omitir ou registrar de forma incompleta imóveis, veículos e contas bancárias, o que pode gerar inconsistências.
Como não cair na malha fina: erros mais comuns
A malha fina ainda é um dos maiores temores dos contribuintes. Erros simples são os principais causadores de retenção da declaração para verificação:
Omissão de rendimentos próprios ou de dependentes
Despesas médicas sem comprovantes ou com valores inconsistentes
Divergência entre o que foi declarado e os dados enviados por empresas e instituições financeiras
Inclusão indevida de dependentes (sem vínculo legal ou com rendimentos não declarados)
Informação incorreta de valores de imóveis, financiamentos ou veículos
“Um erro que vemos com frequência é o contribuinte declarar despesas médicas que não têm lastro documental adequado. A Receita cruza todas as informações, e qualquer inconsistência pode travar a restituição ou até gerar multa”, explica Queiroz.
Benefícios fiscais que muitos deixam de aproveitar
Além de evitar erros, o contribuinte pode usar a declaração para obter vantagens legais que reduzem o imposto a pagar ou aumentam a restituição. Veja alguns exemplos:
Contribuições à previdência privada (PGBL): Dedutíveis até 12% da renda tributável.
Despesas com saúde: Não têm limite de dedução, mas exigem comprovação.
Despesas escrituradas em livro-caixa: Aplicável a profissionais autônomos e liberais.
Atualização do valor de imóveis com pagamento de imposto reduzido: Pode ser vantajosa em determinadas situações, como no planejamento de venda.
Atenção redobrada ao usar a declaração pré-preenchida
Apesar de facilitar o processo, a declaração pré-preenchida não é infalível. É fundamental revisar todos os dados automaticamente importados, como valores de rendimentos, despesas médicas e informações de imóveis.
“Confiar cegamente na declaração pré-preenchida pode ser um erro. É preciso conferir tudo. A responsabilidade ainda é do contribuinte”, alerta o contador.
Faltando poucos dias para o fim do prazo, a recomendação é buscar ajuda profissional se houver qualquer dúvida. A multa por atraso na entrega é de no mínimo R$ 165,74, podendo chegar a 20% do imposto devido.
“Mesmo na reta final, é possível fazer uma declaração segura e até recuperar valores pagos a mais. O importante é não agir com pressa, mas com estratégia”, conclui Antônio Queiroz.
(82) 996302401 (Redação) - Comercial: [email protected]
© 2025 Portal AL1 - Todos os direitos reservados.