Aposentadoria: jovens adultos estão mais específicos no tema, aponta estudo

Mudança de comportamento evidencia nova relação com a informação e com o planejamento em longo prazo

Em 2019, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019, que instituiu a Reforma da Previdência Social no Brasil. A referida emenda promoveu alterações estruturais no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), modificando critérios essenciais para a concessão de aposentadorias, como a exigência de idade mínima, o tempo de contribuição e a fórmula de cálculo dos benefícios.

Até então, o ordenamento jurídico permitiu a prorrogação por tempo de contribuição, sem a necessidade de cumprimento de uma idade mínima, possivelmente que foi extinta com a nova redação constitucional. A EC nº 103/2019 também institui regras de transição obrigatória aos segurados filiados ao RGPS antes de sua promulgação. Esse processo, em sua totalidade, acabou gerando insegurança geral, movimento que fez pessoas de todo o país buscarem meios para entender quando e como poderão se aposentar.

O Meu INSS, nesse contexto, tornou-se uma ferramenta elementar. Trata-se de uma plataforma digital do Instituto Nacional do Seguro Social especificamente ao cidadão para acompanhar seus processos, entre outras atividades que envolvem a contratação.

Um estudo recente produzido pelo escritório Bocchi Advogados , em parceria com a Agência Conversion, declarou que o público entre 25 e 34 anos liderou o número de acessos ao portal Meu INSS no tocante aos últimos três meses, representando 27,57% do total. A faixa etária de 18 a 24 anos aparece em seguida, com 16,46%.

As faixas etárias entre 35 e 44 anos (18,29%) e entre 45 e 54 anos (15,22%) também apresentam presença significativa na plataforma, enquanto os usuários entre 55 e 64 anos (14,42%) e com mais de 65 anos (8,05%) aparecem na sequência.

Em tese, a explicação para essas características relacionadas às faixas etárias mencionadas anteriormente pode estar, em certo sentido, ligada ao perfil dessa geração. Para aqueles que cresceram em um mundo conectado, com acesso cotidiano à internet, tornou-se mais prático e habitual buscar informações e resolver uma série de questões através dessa ferramenta.

Nesse sentido, o Meu INSS oferece um ambiente digital completo para a consulta sobre aposentadoria, solicitação de determinados benefícios, histórico de contribuições, entre outras finalidades. É importante enfatizar que o site também disponibiliza a emissão de extratos, agendamento de perícias e recursos administrativos.

Observa-se uma demonstração direta entre o advento da Reforma da Previdência, por meio da Emenda Constitucional nº 103/2019, e o aumento expressivo nas buscas por informações relacionadas à aposentadoria em plataformas digitais. Em novembro de 2018, por exemplo, o termo “simular retirada” contabilizou 3.022 pesquisas na internet.

Um ano depois, em novembro de 2019, período que coincidiu com a promulgação da referida emenda constitucional, esse número mais do que dobrou, alcançando 7.311 buscas mensais, refletindo o interesse crescente da população em entender quando e como vai se aposentar.

No ano passado, em 2024, as pesquisas atingiram um pico de 16.620 buscas mensais, coincidindo com o período em que o Supremo Tribunal Federal (STF) discutia, com mais afinco, a tese da “revisão da vida toda” – movimento que atraiu ainda mais atenção para a temática. Nessa perspectiva, de acordo com os dados apontam, ainda, que 61,16% dos acessos ao site Meu INSS são realizados por homens, enquanto 38,24% são feitos por mulheres.

Em síntese, os dados evidenciam que o Meu INSS se consolida como uma ferramenta essencial não apenas para aqueles que estão no fim da vida profissional, no processo de alcançar a tão sonhada aposentadoria, mas também para os jovens que desejam, desde sua inserção no mercado de trabalho, compreender como será seu futuro em relação à aposentadoria.

Fonte: Assessoria