Maria Clara Tenório (estagiária)
A Prefeitura de Maceió tem investido cada vez mais em inovação como caminho para fortalecer a educação pública da capital, buscando transformar a rotina escolar e garantir aos alunos uma aprendizagem mais dinâmica, inclusiva e alinhada às exigências do mundo contemporâneo.
Entre as iniciativas recentes, destaca-se a aquisição do Projeto Microkids, que busca trabalhar tanto as tecnologias plugadas (computadores e softwares), quanto as não plugadas (materiais físicos e manuais) em sala de aula, promovendo a chamada “cultura maker”, na qual o aluno aprende colocando a mão na massa.
O projeto, ofertado para o ensino fundamental em 2023 e 2024, disponibilizou, para 84 escolas da rede com oferta de ensino do 1º ao 9º ano, kits, com materiais físicos, desplugados, além de cadernos, ferramentas e componentes eletrônicos, como LEDs, que permitem que as crianças construam projetos que envolvem a eletrônica básica e a lógica de funcionamento.
Na rede de ensino de Maceió, a iniciativa foi implantada por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), que promoveu formações virtuais para capacitar os educadores.
“A mentoria do projeto Microkids terminou no fim do ano passado, mas as escolas ficaram com todos os materiais adquiridos, as formações e as orientações dadas para que fossem implementados de acordo com o planejamento curricular de cada escola. Essa temática da tecnologia é atemporal, então ela sempre vai caber nos projetos pedagógicos do município. A ideia foi dar às escolas essa autonomia para trabalhar o projeto, sem um prazo específico para finalizar”, explicou Claudia Valéria Souza, técnica pedagógica de Formação da Semed.
Construindo narrativas
A professora Vanessa Sobral, que atua com a turma do quarto ano na Escola Municipal Tereza de Jesus, compartilhou sua experiência com o projeto. “Comecei a trabalhar com o projeto Microkids no ano passado. Primeiro, espelhava no projetor e fazia junto com os alunos. Eles iam explorando o programa no computador, aprendendo a usar as ferramentas, aumentando letra, inserindo balões, construindo histórias em quadrinhos. Aos poucos, foram se familiarizando e neste ano estou dando continuidade ao trabalho”, contou.
Um dos programas utilizados é o “Era Uma Vez”, onde os alunos selecionam imagens e constroem narrativas diversas a partir delas, produzindo histórias e gibis. Eles escolhem personagens e cenários, exercitando leitura, escrita, criatividade, noções de design e estrutura textual. Além disso, também é exercitada a etapa manual.
“Eles montaram prédios, casas e ambulâncias com luzes, aprendendo sobre circuitos e polaridade de forma prática. Eles amam. Alguns até dizem que é o melhor dia da semana quando têm aula com o projeto”, continuou a professora.
Para Vanessa, o impacto é claro: “Através do projeto, conseguimos diversificar o aprendizado, possibilitando que o aluno tenha acesso à criação e a novas atividades que tirem ele da sala de aula. Isso faz com que ele comece a produzir, tanto manualmente, com os conteúdos da revista, quanto na informática. É uma iniciativa muito rica”, finalizou.
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