Projeto da Secretaria da Primeira Infância já garantiu carteira de identidade a mais de 2 mil crianças alagoanas

Emissão da primeira identidade abre as portas da cidadania às crianças alagoanas. Thiago Ataíde

William Makaisy

Em muitas regiões do interior de Alagoas, a infância ainda esbarra na dificuldade de acesso a um direito básico: a documentação civil. Pensando em enfrentar essa realidade e garantir que nenhuma criança fique invisível aos olhos do Estado, a Secretaria de Estado da Primeira Infância (Cria) criou o projeto Primeira CIN, uma iniciativa que leva cidadania na forma de identidade civil e que já garantiu Registro a 2.702 crianças em Alagoas.

Fruto da parceria entre o Cria e o Instituto de Identificação de Alagoas, o Primeira CIN atua de forma itinerante, se deslocando até os municípios com uma estrutura preparada para emitir os documentos dos pequenos cidadãos. Equipes técnicas e sociais se organizam para acolher as famílias, orientar sobre a importância da documentação e realizar o cadastramento das crianças de forma rápida e humanizada.

Com o documento em mãos, essas crianças passam a existir oficialmente dentro do sistema de proteção social do Governo de Alagoas — o que significa, também, poder ser inseridas em políticas públicas voltadas para a infância, como o Cartão Cria, programas de saúde, educação, assistência social e segurança.

A secretária de Estado da Primeira Infância, Caroline Leite, destaca a importância do registro das crianças para acesso aos direitos básicos.

"Documentar uma criança é reconhecê-la como cidadã. É dizer ao mundo: ela existe, importa e precisa ser protegida. Por isso, esse projeto tem um papel significativo nas ações do Cria. Para que uma criança seja inserida em uma política pública, ela precisa, antes, ser vista e ouvida", afirma a secretária.

A ausência de um registro oficial impacta diretamente a vida de uma criança. Sem o RG, ela pode ter dificuldades para acessar a escola, atendimento médico, benefícios sociais e até mesmo para ser localizada em caso de desaparecimento. O documento, portanto, é mais que um pedaço de papel, é uma ferramenta de dignidade e de segurança.

Para Sandy, moradora de União dos Palmares e mãe de uma criança matriculada na creche Cria da região, o projeto chegar de forma itinerante até as creches Cria facilita a vida de todos.

“Estou achando um projeto incrível. Achei a ação maravilhosa porque é muito difícil tirar a identidade para criança; precisamos nos deslocar e nem sempre temos tempo por conta dos afazeres do dia a dia. Aqui estamos conseguindo fazer de forma fácil e rápida. Sou muito grata ao Cria por isso”, disse.

Ascom Cria