Conhecer o mundo é o principal sonho de mulheres brasileiras de todas as idades, segundo a pesquisa Sonhe Como uma Garota, da organização Think Olga. Entre as 1.080 entrevistadas, com idades entre 18 e 60 anos, todas mencionaram a vontade de viajar, um desejo que vai muito além do turismo. O levantamento revela que o deslocamento físico é também emocional: uma busca por liberdade, autoconhecimento e ruptura com padrões sociais ainda impostos às mulheres.
“Quando essa mulher sai de seu contexto, ela deixa para trás as pressões que achatam seus sonhos e descobre novas versões de si mesma”, afirma Maíra Liguori, presidente da ONG. Para ela, o passaporte passou a representar mais do que acesso a outros países, é símbolo de escolha e reinvenção. Apesar dos obstáculos, como jornadas múltiplas, desigualdade salarial, medo da violência e barreiras culturais, mulheres escolhem seguir em movimento.
É o caso da terapeuta energética Cinthia Rian Arena, que decidiu escutar o coração e traçou a própria rota desbravado o mundo. Ao todo, ela percorreu 40 países e 21 estados brasileiros. Dessa jornada nasceu o livro Cinthilando pelo Mundo: A Vida que Eu Escolhi (Editora Ipê das Letras), onde compartilha relatos de sensibilidade, descobertas e transformações. O ponto de partida veio após uma mudança para a Escócia, quando percebeu que a vida que levava já não fazia sentido. Em uma das páginas, ela escreve: “Se Deus me quisesse parada num único lugar, ele teria me feito árvore”.
Cada experiência vivida por Cinthia se transforma em reflexão. Em sua escrita, a estrada vira espelho, e o mundo, um convite constante ao recomeço. “Mais que investigar novos destinos, o sonho de explorar o mundo em nossa própria companhia é um ato de coragem. Escolher essa jornada requer desapego, planejamento, foco. Desafiar nossos medos fortalece a intuição e a confiança nos mistérios da vida, e nos impulsiona a desbravar a vida de outras perspectivas”, revela Cinthia.
Viver intensamente foi a marca que a jovem brasileira Juliana Marins, de 26 anos, deixou para o mundo. Depois de passar por Filipinas, Tailândia e Vietnã, a publicitária natural de Niterói se acidentou durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, e foi encontrada sem vida após quatro dias espera do resgate. Apesar da tragédia, sua história inspirou milhares de pessoas nas redes sociais. Fazer um mochilão era um sonho. Ela estava muito feliz, conforme amigos e familiares atestaram em publicações. Em uma de suas últimas mensagens, Juliana escreveu: “Terminei a ligação com um sorrisão no rosto, rindo das bobeiras dos meus pais e com uma paz no coração por ter vindo ao mundo nessa família”.
A partida precoce de Juliana Marins acendeu um alerta sobre a segurança em roteiros turísticos. Ao mesmo tempo, deixou como legado o exemplo de uma alma livre de uma mulher que escolheu viver com intensidade, plenitude e liberdade. Seja viajando de avião, ônibus, a pé, explorando trilhas ou se aventurando pelas páginas de um livro, mulheres continuam em movimento, pelo mundo e dentro de si.
Com coragem, sensibilidade e determinação, elas redesenham seus caminhos, ampliam horizontes e mostram que sonhar é, também, um ato de resistência. Juliana fazia parte desse grupo. Preparada, cercada de informações, apoiada por redes e confiante nos serviços contratados, ela acreditava estar segura. Sua partida, no entanto, revelou falhas e omissões graves, lembrando que nem sempre essa confiança é correspondida.
Cada passo dado em uma viagem representa mais do que deslocamento. É símbolo da liberdade de ser quem se é, da força de ser mulher e do direito de viver plenamente. "Ao viajar, a gente não carrega apenas uma mala. Levamos confiança, expectativas e o desejo profundo de viver", afirma a escritora e viajante Cinthia Rian Arena. "A história da Juliana nos sacode porque nós reconhecemos nela, mulheres que sonham alto e não querem mais esperar. A vida não espera.” O momento de realizar nossos sonhos e agora.
Juliana gostava de citar um provérbio indonésio que agora ressoa com ainda mais força: "Ame a vida que você vive. Viva a vida que você ama." A frase, simples e potente, reforça que o momento de realizar nossos sonhos é agora com segurança, respeito e responsabilidade.
“Mais que investigar novos destinos, o sonho de explorar o mundo em nossa própria companhia é um ato de coragem. Escolher essa jornada requer desapego, planejamento, foco. Desafiar nossos medos fortalece a intuição e a confiança nos mistérios da vida, e nos impulsiona a desbravar a vida de outras perspectivas”, revela Cinthia.
Fonte: Assessoria
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