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18/08/2016 às 16:39

Alta Fidelidade

Musical em cartaz no Teatro Deodoro retrata em detalhes vida e obra de Cássia Eller

"Cássia Eller - o musical" entra em cartaz nesta sexta, no Teatro Deodoro. (Foto: divulgação)

Carlos Nealdo

O baixista alagoano Fernando Nunes tinha acabado de chegar ao Rio de Janeiro vindo de Salvador — onde morava na época — para dividir apartamento com o baterista Nilton César Lacerda dos Santos (o Cesinha), quando o destino começou a traçar novos rumos para a sua carreira. Era 1994 e Cássia Eller se prepara para gravar seu terceiro disco — álbum que levaria seu nome, lançado naquele ano pela PolyGram. 

Cesinha tinha sido convidado pela cantora, morta em 2001, para participar da gravação do disco ao lado, entre outros, do baixista Marcelo Vieira, o Dunga, que sumiu um dia antes de entrarem em estúdio para gravar as músicas que fariam parte do CD. "Na verdade, ele havia saído em turnê com o Lulu (Santos)", relembra Nunes, 22 anos depois. 

Para tentar solucionar o problema, Cesinha falou do amigo baixista com quem dividia apartamento para Guto Graça Mello, produtor do CD. No dia seguinte, Fernando Nunes entraria em estúdio, contrariando Cássia Eller, que não sabia da mudança feita na véspera. "Quando ela chegou, já estávamos executando as músicas. Ela olhou com cara de poucos amigos quando me viu no lugar do Dunga", relembra. 

Não por acaso, a primeira música que Fernando Nunes tocou naquele dia é a que abre "Cássia Eller - o musical", em cartaz de sexta, 19, até domingo, 21, no Teatro Deodoro. "Não diz o nome (da música) para não estragar a surpresa", pede o músico à reportagem. 

Codiretor musical do espetáculo ao lado da percussionista Lan Lan, que também integrou a banda de Cássia Eller e é amiga de Fernando Nunes desde a época em que ambos moravam em Salvador, o músico alagoano lembra que durante as reuniões para a escolha das músicas que integrariam o musical, faltava definir qual, entre tantos sucessos da cantora, abriria o espetáculo. 

"Eu me lembrei da primeira música que toquei há duas décadas e sugeri. A roteirista (Patrícia Andrade) considerou que a letra da música tinha tudo a ver com a abertura do musical e decidiu por ela", conta. 

Dirigido por João Fonseca e Vinícius Arneiro, o espetáculo passeia pela vida e obra da artista que ressignificou músicas como "Malandragem" (Cazuza/Frajat), "ECT" (Carlinhos Brown/Marisa Monte/Nando Reis) e "1º de Julho" (Renato Russo), todas presentes no musical. "O espetáculo é muito leve e alegre como a Cássia", ressalta Fernando Nunes. "Está longe daquela imagem de roqueira da cantora", completa. 

"Acho que ela ia gostar que fosse assim. Simples e teatral, como ela era. Música e emoção na veia", emenda o diretor João Fonseca, que aproveita para agradecer a Lan Lan e Nunes. "Sem eles, nosso mundo ficaria muito incompleto", ressalta, parafraseando "Com você meu mundo ficaria completo", música de Nando Reis também imortalizada por Cássia Eller. 

No elenco, o espetáculo conta com os atores Tacy de Campos (Cássia Eller), Eline Porto (Cláudia/Eugênia) Emerson Espíndola (Ronaldo/Marcelo Saback/Elder/Executivo/ Nando Reis), Juliane Bodini (Nanci Eller/Ana), Jana Figarella (Rúbia/Dora/Cássia Eller) Thainá Gallo (Moema/Lan Lan) e  Jandir Ferrari, que entre outros interpreta Fernando Nunes, que se emocionou todas as vezes em que assistiu à apresentação. 

“Nesse musical estou não só matando a saudade, como estou tendo o prazer de trabalhar com pessoas incríveis que estão perpetuando  a história da Cássia e reproduzindo com precisão e respeito a estrela que passou pela terra e que ainda ilumina como um segundo sol em nossas vidas”, ressalta Fernando Nunes. 

A reportagem quer saber o que aconteceu naquele dia em que, contrariada, Cássia Eller descobriu que Dunga tinha sido substituído pelo músico alagoano. "No segundo dia de gravação do disco, ela veio me perguntar o que eu ouvia", responde. "Eu disse que gostava dos Beatles. Ela riu e ali começou uma grande amizade", completa. 

A relação se estreitou a ponto de Cássia Eller convidar o músico para ocupar a  lacuna deixada por Tavinho Fialho, baixista oficial da banda da cantora e  morto em acidente automobilístico uma semana antes do nascimento de Francisco Eller, o Chicão, seu filho com Cássia Eller. Mas isso é uma outra história.

Serviço:

O que: "Cássia Eller - o musical"

Quando: dias 19, 20 e 21

Onde: Teatro Deodoro

Horário: Sexta e sábado, às 20h; domingo, às 19h

Preço: de R$ 25 a R$ 90

Informações: 3315-5656

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