No início de 2018, Maceió se tornou assunto nacional ao sofrer com um fenômeno de afundamento do solo e aparecimento de rachaduras em milhares de casas, que posteriormente veio a ser atribuída à exploração desenfreada da mineradora Braskem na localidade. Por conta disso, cerca de 60 mil moradores perderam suas casas, mais de 4.500 empresas foram atingidas e o maior desastre ambiental da história de Alagoas começou a ser anunciado.
Mas o que muitos não sabem é que a Odebrecht, proprietária da Braskem, possui uma vertente ambiental que posteriormente veio a ser vendida para uma empresa canadense chamada Brookifield, sendo responsável desde 2019 por 70% das ações da BRK Ambiental, empresa que venceu o leilão de distribuição de água e saneamento básico de Maceió e da região metropolitana. A venda ocorreu pouco antes de a empresa assumir as águas de Alagoas.
O acordo de venda foi estipulado em quase R$ 3 bilhões de reais, em uma negociação que iniciou em poucos meses dos primeiros tremores no bairro do Pinheiro, ainda no ano de 2017.
O advogado Geraldo Carvalho aponta que todo o processo de venda se deu para que a Odebrecht, lucrando milhões com a venda de sua subsidiária Ambiental, pudesse passar a administrar mais um serviço público em Alagoas. “Ela só não ganhou em nome próprio, porque a situação da própria Odebrecht com a corrupção denunciada na operação Lava Jato e posteriormente o escândalo ambiental da Braskem não permitiria que a empresa pudesse disputar o leilão”, afirma. “No direito esse fenômeno é chamado de sucessão empresarial, método que por vezes é utilizado para livrar empresas de responsabilidades trabalhistas, tributárias etc.”.
Ainda para o advogado essa ação foi um “prêmio para a Braskem que causou um problema ambiental e social imensurável, não pagou a contento todos que deve, com indenizações aceitas a preço de desespero, e ainda ganhou quase 3 bilhões de reais pela venda da subsidiária”.
Após uma exposição nas redes sociais do caso, a BRK Ambiental foi questionada pelo próprio advogado sobre a relação com a Braskem e a venda, mas não deu quaisquer explicações sobre o caso e pediu para que o assunto fosse tratado em particular. “A questão é, eles não querem que essa relação venha a público. Nem eles, nem os políticos que tinham a obrigação de esclarecer tudo à população. Será que o povo de Maceió iria gostar de saber que a empresa que administra as nossas águas, cobrando uma fortuna por um serviço péssimo, pode ter algum tipo de influência da mineradora que causou tanto estrago na cidade?”, questiona Geraldo Carvalho.
Documento para checagem de informações: https://www.braskem.com.br/portal/Principal/arquivos/imagens/Brakem_AcordoAcionistas.pdf
Fonte: Assessoria
Em nota enviada, a BRK rebate o que foi dito pelo advogado. Leia abaixo:
A BRK esclarece que, diferentemente do que foi citado pelo advogado Geraldo Carvalho na entrevista divulgada nos veículos de comunicação Tribuna Hoje e Tribuna Independente nessa segunda-feira (23/05), a empresa não tem a relação com a Braskem. A BRK faz parte da Brookfield, companhia canadense que chegou ao Brasil em 1899 e que comprou a Odebrecht Ambiental em 2017, três anos antes de a empresa vencer o leilão de saneamento do bloco A. Dessa forma, não há nenhuma relação da BRK com o antigo controlador.
A empresa reforça ainda que entrou em contato com o advogado através das redes sociais no último dia 10 de maio, após a publicação de um vídeo em que o mesmo propagava informações equivocadas acerca do tema. A reação do advogado foi manter apenas um dos comentários postados pela BRK, ocultando dos seus seguidores os outros esclarecimentos postados pela empresa sobre os pontos citados no vídeo.
A BRK lamenta que o acesso aos esclarecimentos tenha sido limitado na publicação em questão e reitera que continuará trabalhando contra a desinformação, com transparência e respeito à sociedade alagoana.
BRK
(82) 996302401 (Redação) - Comercial: [email protected]
© 2025 Portal AL1 - Todos os direitos reservados.