Arte dos colecionáveis: como o toy art se destacou no mercado brasileiro

Arte surgiu nos anos 90 muito presente no Japão

A febre dos colecionáveis é algo que avassala o mundo e no Brasil não poderia ser diferente. Timidamente, os toys arts ganharam espaço nas prateleiras e muita gente começou a se interessar no consumo, mas também na produção dos bonecos.

Em síntese, o toy art é uma tela em três dimensões onde artistas e designers expressam sua arte de forma contemporânea, moderna e popular. Eles são considerados colecionáveis porque abrangem uma variedade de temas e edições limitadas.

Um desses artistas, que já produziu mais de dois mil toys, é Geraldo Lopes, alagoano que abriu sua empresa especializada nos colecionáveis e ganhou destaque nacional ao participar de feiras e fechar parcerias com grandes marcas.

Para ele, o mundo do toy art está em ascensão no Brasil e deve crescer ainda mais. “A tendência veio do Japão para ficar. Os bonecos movimentam uma parcela econômica de um público de colecionadores que veem esse mercado como muito promissor”, salienta.

A arte surgiu em 1998, quando o artista Michael Lau de Hong Kong levou para uma amostra de brinquedos sua coleção de G.I Joe customizados com roupas estilo hip-hop, com direito a correntes e tudo mais. A moda pegou e hoje esses produtos ganharam força e relevância tanto na qualidade como nos valores.

A maioria das coleções de toys sai em edições limitadas e cada boneco tem um grau de raridade, alguns chegam a valer mais de 200 dólares. As peças são geralmente feitas de vinil, resina, papel ou plush.

O fato de serem personalizados e numerados em edições limitadas e exclusivas atrai os olhares de muitos consumidores, que buscam algo único e que combine com seu gosto. As inspirações para os trabalhos surgem do mundo pop, do grafite, da moda e outras inspirações contemporâneas.

Vistos como parte intrínseca do mundo geek, o designer enxerga no seu trabalho uma oportunidade de ultrapassar barreiras. “Eu como artista posso explorar o universo dos Toy Arts em diferentes mundos como o geek, pop, corporativo, design e moda. Por isso os produtos que eu faço atingem diferentes públicos, inclusive de fora do Brasil”, destaca Geraldo Lopes.

Uma de suas clientes recorrentes é Mira Costa, que ama viajar pelo mundo e já conheceu mais de 70 países. Para o seu primeiro pedido, a escolha foi algo voltado para o nordeste. “Eu conheci o trabalho do Geraldo pelo instagram e pedi para ele construir um toy com a temática nordeste. Ele fez um lampião que eu achei a coisa mais linda. Em seguida, encomendei uma mala customizada, porque eu costumo viajar muito. Depois ele me disse que esse meu pedido foi o primeiro nesse formato que ele fez”, conta.

Mira conta que a mala de viagem teve como finalidade diferenciar seus pertences no aeroporto e que, por ser exclusiva, chama atenção por onde passa. Além desses, ela conta que encomendou uma série de quadros e também itens de moda como um tênis personalizado.

Com tantos pedidos, Mira conta que pretende comprar mais. “Tenho uma marca de cachaça e quero encomendar mais um toy, desta vez um cachaceiro. Gosto dos toys arts porque acho alegre e com muita personalidade”, explica.

Para muitos, os toys arts estão no equilíbrio entre a arte e consumismo, pois é um produto de arte fina que é vendido por um preço razoável, mas que possui um processo de fabricação um pouco mais refinado e lento. Os produtos também não tem idade e ganham os corações tanto de crianças como de adultos colecionadores. 

Fonte: Yezzi Assessoria