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Maceió/Al, 21 de novembro de 2024

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Arnóbio Cavalcanti Arnóbio Cavalcanti
Doutor em Economia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, HHESS, França. Professor da Universidade Federal de Alagoas com linhas de pesquisa em Finanças Públicas, Economia do Setor Público, Macroeconometria e Desenvolvimento Regional.
21/12/2023 às 09:03

Rendimento per capita das regiões retrata a pobreza do Nordeste

Dados apurados, no último ano, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua – do rendimento nominal domiciliar per capita, mostram o retrato da desigualdade regional brasileira

Tomando por base as 3 regiões do país que apresentaram a menor participação em valor absoluto no PIB do país, no ano de 2022, observou-se que a região do Centro-Oeste apresentou um rendimento nominal domiciliar per capitade R$ 1.909,00, um valor 17,5% superior a renda média nacional (R$ 1.625,00), tendo o Coeficiente de Desequilíbrio Regional (CDR) igual a 1,00. O Norte registrou um rendimento de R$ 1.107,00 e um CDR de 0,68. Por fim, a região Nordeste acusou um rendimento 63% inferior ao da região do Centro Oeste e um rendimento de R$ 1.023,00, tornando-se a região de menor rendimento do Brasil.

Destacamos que, conforme previsto pelo decreto n. 9.291/2018, o Coeficiente de Desequilíbrio Regional (CDR) é calculado a partir dos valores de rendimentos regionais em comparação com a média nacional e a população residente apuradas na PNAD, enquanto que, o rendimento nominal domiciliar per capita é obtido através das rendas brutas de trabalho e de outras fontes, recebidas no mês de referência da pesquisa PNAD.

Analisando, ainda, o comportamento dos valores de rendimento nominal mensal domiciliar per capita das cinco menores economias do Nordeste (excluímos as maiores economias da região: Bahia, Pernambuco e Ceará), em 2022, constatamos um novo desequilíbrio, desta vez, entre os estados.

O Rio Grande do Norte apresentou um rendimento nominal domiciliar per capita de R$ 1.267,00maiormédia do Nordeste, seguido por Sergipe. Maranhão teve a menor renda da região, com um rendimento per capita de apenas R$ 814,00, o que corresponde a 65% do rendimento médio do Rio Grande do Norte. Por fim, Alagoas, conforme pode ser visto, teve um rendimento de R$ 935,00, superando apenas o estado do Maranhãoapesar de apresentar um aumento de cerca de 20% de sua renda em relação ao ano de 2021. 

Assim, esses dois quadros mostram a necessidade urgente de adoção de mudanças importantes no tocante a atual política de desenvolvimento regional, com vistas à redução de desigualdades de renda, enquanto abordagem territorial no Brasil.

 

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