Durante o final do século XIX e o início do século XX, surgiu uma escola de economistas oferecendo uma análise dinâmica e interdisciplinar da sociedade com base nos seus aspectos organizacionais, jurídicos e, de forma mais geral, institucionais. Esta análise utiliza, portanto, a sociologia, a história, por exemplo, para explicar as formas como os indivíduos devem e podem se comportar: trata-se da corrente “institucionalista”.
Os institucionalistas rompem completamente com a visão dominante da teoria economia, à época, que era baseada no individualismo metodológico, onde apenas o “indivíduo” pode adotar valores, fazer escolhas e conhecer a realidade econômica. Esses economistas acreditam que essa máxima da teoria neoclássica – individualismo - está incompleta e uma abordagem multidisciplinar será necessária para compreender a evolução e comportamento da nossa sociedade.
Diferentemente dos neoclássicos (liberais) que acreditam que o comportamento do indivíduo define o resultado da economia, para os institucionalistas, são as “instituições” que moldam o comportamento do indivíduo e da economia. Para os institucionalistas, a presença das instituições, nas relações humanas, permite aumentar a assertividade dos indivíduos nas tomadas de decisões.
Para eles, as instituições são construções sociais que elegem o comportamento econômico e social dos indivíduos, como também seus costumes, leis, códigos de conduta, normas e regras de comportamento. O crescimento econômico de um país resulta do comportamento coerentes dos indivíduos alinhado com as “instituições sociais” em que o mesmo está inserido.
Os institucionalistas
Em 1899, T. Veblen, um dos fundadores dessa escola, publicou a obra “Teoria da Classe de Lazer” Essa obra é considerada uma das obras mais importantes na interpretação do papel da nossa sociedade na decisão dos indivíduos. Segundo T. Veblen, o homem manifesta suas ações influenciado pela sociedade que vive. Cada grupo social tende estabelecer seu modo de vida buscando sempre atingir o grupo superior em termos de hierarquia social. O indivíduo não age sozinho. No passado, os burgueses imitavam os nobres. Ultimamente, os empregados desejavam a vida dos seus chefes e os chefes desejam chegar o estado de seu patrão. Essa busca das pessoas de ascensão a uma nova classe social explica porque certos produtos, quando aumentam de preço, tem seu consumo elevado.
Para W. E. Atkins, os comportamentos dos grupos sociais deveriam ser o centro da análise econômica., não os indivíduos. A atividade econômica está organizada em costumes, tradições e leis de seus interesses, enquanto que o comportamento econômico das evoluem a cada geração, levando em conta o tempo e o lugar que se aplicam. Para ele, são os comportamentos de grupo e não os preços que devem estar no centro da análise econômica.
As contribuições essenciais do economista J. R. Commons estão nas áreas da economia do trabalho, da economia monetária e da economia pública. Segundo Commons, na sua obra Economia Institucional (1934), o erro dos economistas neoclássicos foi ignorar a importância da ação coletiva, concentrando-se apenas nas ações individuais. Além disso, estes mesmos economistas concentraram-se nas relações entre os humanos e a natureza onde, de acordo com Commons, são as relações entre os humanos que importam.
Neo-institucionalistas
R. Coase, O. Williamsom e E. Ostron, considerados fundadores da corrente neo-institucionalista, desenvolveram estudos sobre os custos de transações e gestão dos bens comuns, o que proporcionou a prêmio Nobel de Economia de 2009.
Seus estudos se baseiam do arranjo institucional que, geralmente, é composto de vários elementos como: assembleias, empresas, famílias, negociações, decisões, acordos, monitoramentos, sanções e instâncias de fácil acesso para a resolução de conflitos. Os estudos deles mostraram que, a resolução de conflitos nas instituições envolvendo transações econômicas acontecem não só através dos mercados, mas também dentro das empresas, associações e famílias.
Para você, a melhor maneira de se resolver a instabilidade da economia alagoana seria através de ações individuais ou institucionais?
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