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Maceió/Al, 02 de junho de 2025

Colunistas

Arnóbio Cavalcanti Arnóbio Cavalcanti
Doutor em Economia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, HHESS, França. Professor da Universidade Federal de Alagoas com linhas de pesquisa em Finanças Públicas, Economia do Setor Público, Macroeconometria e Desenvolvimento Regional.
30/05/2025 às 12:56

Mudanças no IOF: O que isso Significa para Você?

Os novos decretos que alteram o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em operações de crédito, câmbio e aportes em seguros do tipo VGBL estão no centro dos debates entre o governo e o Congresso. Com essas medidas, o governo visa impulsionar a arrecadação de impostos e tentar controlar o déficit nas contas públicas.

O aumento das alíquotas do IOF, estabelecido pelo governo federal na semana passada por meio de decretos presidenciais (12.466 e 12.467), tem provocado fortes reações nas duas Casas Legislativas. Na Câmara, deputados já protocolaram mais de 20 Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) contra a elevação do IOF. Na Câmara Alta, são dois. O clima no Congresso é de derrubada do novo IOF.

Antes mesmo de tomar essa medida drástica, pois há mais de 25 anos não se derruba um decreto presidencial, o Congresso estabeleceu um prazo de 10 dias para a equipe econômica apresentar um plano alternativo ao aumento do IOF.

Passaremos a analisar, a seguir, os efeitos provocados pelas mudanças na alíquota do IOF.

Compras internacionais e serviços pagos com cartão

A alíquota do IOF foi unificada em 3,5% para todas as remessas e pagamentos no exterior, como compras em sites internacionais, saques em viagens, carregamento de cartões pré-pagos. Antes, as alíquotas eram 3,38%, com previsão de redução gradual até 2028. Com essas medidas, o governo reverte essa tendência.

Impacto sobre fretes e serviços internacionais

O imposto sobre os serviços de frete internacional subiu de 0,38% para 3,5%, representando uma alta de quase 800%. Esse aumento vai incidir sobre todas as empresas que atuam em serviços do exterior por remessa, afetando o custo final dos produtos importados.

Com isso, o aumento dos preços dos importados vai comprimir a renda e o gasto das famílias, produzindo efeitos sobre a inflação.

Compras no varejo nacional

Para as compras feitas no Brasil, o aumento do IOF – saindo de 3,38% para 3,5% - irá pesar no bolso do consumidor final, principalmente nas parcelas com cartão de crédito.

O aumento do IOF afeta bastante o cotidiano dos consumidores finais, principalmente nas compras parceladas no cartão de crédito.

Crédito para empresas mais caro

Visando dar tratamento semelhante entre as pessoas físicas e jurídicas, o decreto estabelece que as empresas também passam a pagar mais IOF em empréstimos. Assim, a alíquota total subiu de 1,88% ao ano para até 3,95%.

Taxa do Simples Nacional

Para essas empresas, a alíquota subiu de 0,88% para 1,95% ao ano em operações de até R$ 30 mil. Está previsto que a MEI (Microempreendedor Individual) terá direito a condições específicas.

Cooperativas de Crédito de grande porte passam a pagar IOF

Todas as operações de Cooperativas de crédito acima de R$ 100 milhões ao ano terão alíquota anual de 3,95%. As demais seguem com IOF zero. Com isso, o governo visa equiparar cooperativas de grande porte às demais empresas.

Previdência privada de alta renda passa a ser tributada

Antes isentas de IOF, essas operações de previdência privada passam a pagar a alíquota de 5% para aportes mensais acima de R$ 50 mil. Os aportes inferiores a R$ 50 mil em planos como o VGBL continuam isentos de IOF.

Compra de dólar, euro e outras moedas em espécie

Taxa sobe de 1,1% para 3,5%.

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