O estudo de previsão de cenário futuro é um dos campos mais
importantes da economia. Atualmente, no Brasil, empresários, consumidores e/ou
investidores só costumam tomar suas decisões levando em conta estudos do
cenário macroeconômico produzidos por diversas instituições de pesquisa do país.
Para o governo, esse corolário também é verdadeiro (“governar é prever”).
Vale destacar que, antes de Keynes (anos 1930), os estudos de previsão não tinham tamanha importância. Acreditava-se na lei de Say: que bastava ofertar (produzir) bens na economia, que o mesmo era absorvido pelo mercado. O preço dos bens, consistia assim, o melhor mecanismo para regular a economia, igualando a oferta com a demanda.
Demanda efetiva
Keynes muda completamente a teoria até então vigente. Ele
introduz o conceito de Demanda Efetiva, invertendo o conceito da lei Say: “não
é a oferta que cria sua própria demanda. É a demanda efetiva que cria sua
própria oferta”. Esse conceito perdurou durante o pós-guerra.
Os neoclássicos acreditavam, por exemplo, que a quantidade de emprego era definida pelo valor do salário pago. Para eles, os empresários estão sempre propensos a investir quando o custo da mão-de-obra está baixo.
Keynes, ao contrário, mostrou que a economia não funciona bem assim com os neoclássicos pensavam. Se os salários pagos pelos empresários forem baixos, não vai haver consumidor (trabalhador) para comprar os produtos ofertados pelas empresas, com a economia entrando em recessão. Para ele, os empresários decidem investir em função da expectativa das suas vendas futura (Demanda Efetiva).
As antecipações (previsões) dos empresários são racionais? Keynes tem dúvidas disso. Em se trados da decisão de investir, os empresários agem pelo seu “espírito animal”, na expectativa imediata de melhores resultados.
As antecipações adaptativas
Nos anos 1960, os neoclássicos aportam o conceito de
antecipações, trazendo um forte questionamento para as teses keynesianas.
Para Milton Friedman, os agentes econômicos são capazes de prever progressivamente as mudanças de preço e salários. Eles sentem quando os aumentos dos preços no mercado estão aumentando e começam reivindicar melhoria dos seus salários (antecipações adaptações).
Antecipações racionais
Os discípulos de Friedman, os economistas J. Muth e R. Lucas
(prêmio Nobel 1995) foram mais longe que seu mestre. Para eles, os agentes
econômicos só tomam suas decisões utilizando as informações disponíveis no
mercado, consideradas como racionais. Raros são os casos em que os agentes
econômicos (empresários, trabalhadores e governo) erram suas previsões.
Todos os agentes econômicos têm acesso a todas as informações disponíveis e, por isso, os indivíduos não cometem erros sistemáticos ao fazer previsão sobre o futuro. De fato, as pessoas aprendem rapidamente os mecanismos do comportamento da economia, razão pela qual, podem normalmente antecipar assuas decisões e se adaptarem às mudanças nas circunstâncias econômicas quando elas estão acontecendo.
A teoria de antecipações racionais conclui, portanto, pela ineficiência das políticas econômicas (orçamentário, monetária e fiscal). Elas não seriam capazes de gerar alterações no produto da economia, somente mudanças nos preços. Os agentes econômicos estão sempre procurando entender a movimentação dos mercados, tomando decisões racional, visando neutralizar os efeitos negativos que venham afetar seus interesses.
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