Quando tratamos de crescimento econômico, referimo-nos ao aumento da produção e da riqueza disponível em um país, uma região ou um estado subnacional, durante o período de um ano civil. No Brasil, o IBGE utiliza como principal medida de crescimento econômico o Produto Interno Bruto (PIB), indicador desenvolvido pelo economista russo Simon Kuznets na década de 1930.
A rigor, o crescimento econômico descreve apenas o aumento da produção econômica de uma região. Quando levamos em consideração as transformações econômicas e sociais associadas a esse crescimento, entramos no campo de estudo do desenvolvimento econômico.
O tema voltou ao debate público recentemente, pois, no último dia 14/11, o IBGE divulgou os dados do PIB estadual referentes ao ano de 2022. O estudo revelou que, entre as 27 unidades federativas, 24 registraram alta em volume do PIB. Os maiores crescimentos foram observados em Roraima (11,3%), Mato Grosso (10,4%), Piauí (6,3%) e Tocantins (6,0%). Por outro lado, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Pará foram os únicos estados com retração.
Em termos de participação regional no PIB, entre 2021 e 2022, o Sudeste e o Centro-Oeste aumentaram sua participação, enquanto as regiões Sul e Norte tiveram redução. O Nordeste manteve sua fatia do PIB nacional, mas Alagoas, que em 2021 representava 6,1% do PIB nordestino, passou para 5,5% em 2022.
Este artigo não pretende abordar as disparidades do crescimento regional brasileiro nem analisar a trajetória do desenvolvimento no país. Nosso objetivo é apresentar, à luz das diferentes escolas econômicas, as principais teorias que explicam a origem e as causas do crescimento econômico.
Teorias do Crescimento Econômico
Uma teoria de crescimento econômico é um modelo que busca compreender as causas do crescimento em um sistema econômico. Aplicados a casos práticos, esses modelos ajudam a identificar os determinantes do crescimento de uma região e justificam por que países, estados ou regiões apresentam ritmos diferentes de expansão econômica.
Modelos de Crescimento Exógeno
Os primeiros modelos econômicos se basearam no conceito de crescimento exógeno, que explica os mecanismos de expansão no curto e médio prazo. O mais conhecido é o modelo de Solow, que identifica o aumento do capital per capita como o principal fator de crescimento nesses períodos. Contudo, segundo esse modelo, no longo prazo, a economia tende a um estado de estagnação, superado apenas por meio da inovação tecnológica. Entretanto, ele não esclarece a origem dessa inovação.
Modelos de Crescimento Endógeno
Para superar as limitações dos modelos exógenos no longo prazo, surgiram, a partir da década de 1970, teorias que endogenizam os fatores de crescimento. Entre os destaques estão os trabalhos de Sérgio Rebelo e de economistas como Paul Romer e Robert Lucas, que propuseram que o progresso técnico e o conhecimento são motores internos do crescimento.
Nessa abordagem, fatores como capital humano, inovação e investimento em pesquisa são cruciais para a expansão econômica sustentável. Além disso, economistas como Finn Kydland e Edward Prescott destacaram a importância da credibilidade institucional e da estabilidade jurídica para estimular investimentos e inovação.
Modelo de Crescimento de Goodwin
O modelo de Richard Goodwin, inspirado no sistema presa-predador de Lotka-Volterra, oferece uma perspectiva diferente. Ele relaciona a dinâmica entre a taxa de emprego da força de trabalho e a participação dos trabalhadores na produção, mostrando que o crescimento econômico pode gerar ciclos de instabilidade. A abordagem marxista de Goodwin evidencia o conflito entre capital e trabalho sobre a apropriação dos excedentes do crescimento. Segundo esse modelo, o sistema capitalista tende a gerar instabilidades econômicas que dificultam o crescimento equilibrado no curto e médio prazo.
Reflexão para o crescimento de Alagoas
Diante dos três modelos apresentados, surge a pergunta: qual abordagem seria mais adequada para promover o crescimento econômico sustentável em Alagoas? Deveria o estado:
Adotar o modelo exógeno, focando no aumento de capital e mão de obra?
Optar pelo modelo endógeno, com ênfase em investimentos no capital humano e na inovação?
Seguir o modelo de Goodwin, reconhecendo a instabilidade inerente ao sistema capitalista e buscando mitigar seus efeitos?
A escolha da estratégia mais adequada dependerá de uma análise aprofundada das características econômicas, sociais e institucionais do Estado, bem como dos desafios específicos que Alagoas enfrenta para alcançar um crescimento sustentável e inclusivo.
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