Bolsas em todo o mundo caem até 20% em meio à tensão gerada pela guerra comercial deflagrada desde a posse de Trump.
Os primeiros sinais de forte queda foram emitidos na Ásia. No Japão e em Taiwan, os investidores chegaram a inclusive suspender os negócios em meio à queda vertiginosa dos preços em um curto espaço de tempo. Esse movimento já era previsto pela teoria econômica?
Primeiras versões da teoria econômica: embate entre liberais e keynesianos
O problema da tomada de decisões econômicas e seu impacto nas Bolsas foi sempre tradicionalmente analisado tanto sob a ótica dos economistas liberais, como pelos keynesianos. Para a corrente liberal, o mercado financeiro se comporta como um mercado qualquer. Com o choque das tarifas, o mercado financeiro e as bolsas tendem a se autorregular ao longo do tempo. Os keynesianos, ao contrário, acreditam que as Bolsas atuam num ambiente onde imperam os “espíritos predadores” capitalistas, capazes de comportamentos irracionais, o que pode levar ao “crash” das Bolsas, como ocorreu em 1929 e 2008.
A contribuição de Minsky: paradoxo da tranquilidade
Durante a segunda metade dos anos 1980, o economista americano Hyman Minsky apresentou uma nova explicação das características para as crises financeiras e a instabilidade das Bolsas. Na sua obra “Stabilizing on Unstable Economy” (1986), o autor mostra que é a própria estabilidade econômica que gera a instabilidade dos mercados financeiros: paradoxo da tranquilidade.
A obra de Minsky é considerada, uma das maiores contribuições em teoria monetária e financeira. Essa teoria é inteiramente fundamentada no princípio do comportamento psicológico dos agentes financeiros.
Para Minsky, quando a economia inicia uma fase de expansão - como o período pós-COVID - os agentes econômicos adotam comportamento mais conservador, passando a financiar seus investimentos através dos seus lucros. Com a expansão se prolongando, os lucros tornam-se cada vez mais regulares, fazendo com que os agentes adotem um comportamento mais arriscado e especulativo, passando a adotar uma política de aumento do seu endividamento para financiar seus investimentos. Com isso, a inflação passa a crescer de forma descontrolada, as autoridades monetárias dos Bancos Centrais elevaram as taxas de juros para evitar o “superaquecimento” da economia. O aumento das taxas de juros irá diminuir o apetite dos agentes para investir, mergulhando a economia numa crise sem precedentes.
Reflexão
No seu entender, a possível crise econômica mundial que se avizinha pode ser atribuída a vários fatores, incluindo o "tarifaço" de Trump e o "paradoxo" de Minsky? Ou será que a combinação desses fatores que contribuem para a crise econômica mundial?
O "tarifaço" de Trump pode ser um gatilho para a crise, enquanto o "paradoxo" de Minsky pode ser um fator subjacente que aumenta a vulnerabilidade da economia a choques externos. Qual é a sua opinião?
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