Duas visões de mundo
O protecionismo corresponde a uma doutrina econômica que defende a necessidade de proteger a produção nacional contra a concorrência estrangeira e a uma política econômica de trocas internacionais que estabelece barreiras tarifárias e não tarifárias, visando limitar as importações de bens e serviços. Esse movimento acredita que essas ações irão promover ou proteger a produção nacional da concorrência estrangeira, reequilibrando a balança comercial do país. Essa corrente surgiu durante os séculos XVI e XVII, decorrente da escola mercantilista. Para os protecionistas, o comércio internacional não gera efeito positivo na economia.
O livre comércio é uma doutrina econômica que defende a livre circulação de bens, serviços e capitais entre as nações. Nasceu durante a Revolução Industrial do século XIX, sob forte influência da escola neoclássica, se contrapondo ao protecionismo. Baseia-se na teoria da vantagem comparativa de Adam Smith, que afirma que a abertura ao comércio leva a especializações nacionais, aumentando a produção total e beneficiando a economia do país. A política comercial preconizada defende o "laissez-faire" no mercado, removendo barreiras como taxas alfandegárias, embargos comerciais e cotas de importação. Para os defensores do livre comércio, a economia do país ganha produtividade com o desenvolvimento do comércio internacional.
Quais as vantagens do livre comércio?
O livre comércio permite a criação de maiores oportunidades: as empresas conquistam novos mercados e obtêm ganhos de economias de escala, com a redução do custo unitário e o aumento das quantidades produzidas. A competição internacional entre os países vai incentivar o surgimento de novas empresas nacionais, aumentando os investimentos, a inovação tecnológica e a melhoria da qualidade. Além disso, reduz o risco de surgimento de monopólios na economia. Por fim, os consumidores das nações envolvidas se beneficiam com a entrada de novos produtos com preços mais baixos.
Por que adotar uma política protecionista?
A adoção de uma política protecionista protege os diversos setores econômicos do país, principalmente as indústrias emergentes que não são competitivas o suficiente para enfrentar a concorrência internacional. Melhora a estrutura produtiva do país e salvaguarda o emprego em setores ameaçados.
Por sua vez, o protecionismo leva a guerras comerciais entre nações (medidas retaliatórias de outros países, boicotes), isolamento da economia nacional, aumento da inflação interna, prejudicando os consumidores e empresas locais. Além disso, produz atrasos tecnológicos, perda de competitividade, aumento do desemprego, entre outros.
Reflexão
Qual será o futuro do comércio global? O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), estabelecido em 1947, acelerou o comércio internacional por mais de 30 anos e produziu um crescimento exponencial da economia mundial. No entanto, a partir dos anos 1980, a economia passou por uma sucessão de crises em diversas partes do mundo, o que levou a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 1995. O agravamento veio com a Crise Financeira do Subprime, em 2008, que começou nos Estados Unidos e se espalhou rapidamente por todo o mundo, desencadeando falência de grandes bancos e empresas de investimento internacionais. Isso deixou uma marca de esgotamento no comércio global, agravada também pela crise financeira e a pandemia de Covid-19. Por fim, com a posse do presidente dos EUA, Donald Trump, a disputa comercial sino-americana tem deixado a economia global perplexa.
Será que estamos próximos de uma nova ordem para o comércio internacional?
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