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Maceió/Al, 29 de maio de 2025

Colunistas

Arnóbio Cavalcanti Arnóbio Cavalcanti
Doutor em Economia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, HHESS, França. Professor da Universidade Federal de Alagoas com linhas de pesquisa em Finanças Públicas, Economia do Setor Público, Macroeconometria e Desenvolvimento Regional.
26/05/2025 às 13:36

Comércio Global: livre comércio ou protecionismo?

Duas visões de mundo

O protecionismo corresponde a uma doutrina econômica que defende a necessidade de proteger a produção nacional contra a concorrência estrangeira e a uma política econômica de trocas internacionais que estabelece barreiras tarifárias e não tarifárias, visando limitar as importações de bens e serviços. Esse movimento acredita que essas ações irão promover ou proteger a produção nacional da concorrência estrangeira, reequilibrando a balança comercial do país. Essa corrente surgiu durante os séculos XVI e XVII, decorrente da escola mercantilista. Para os protecionistas, o comércio internacional não gera efeito positivo na economia.

O livre comércio é uma doutrina econômica que defende a livre circulação de bens, serviços e capitais entre as nações. Nasceu durante a Revolução Industrial do século XIX, sob forte influência da escola neoclássica, se contrapondo ao protecionismo. Baseia-se na teoria da vantagem comparativa de Adam Smith, que afirma que a abertura ao comércio leva a especializações nacionais, aumentando a produção total e beneficiando a economia do país. A política comercial preconizada defende o "laissez-faire" no mercado, removendo barreiras como taxas alfandegárias, embargos comerciais e cotas de importação. Para os defensores do livre comércio, a economia do país ganha produtividade com o desenvolvimento do comércio internacional.

Quais as vantagens do livre comércio?

O livre comércio permite a criação de maiores oportunidades: as empresas conquistam novos mercados e obtêm ganhos de economias de escala, com a redução do custo unitário e o aumento das quantidades produzidas. A competição internacional entre os países vai incentivar o surgimento de novas empresas nacionais, aumentando os investimentos, a inovação tecnológica e a melhoria da qualidade. Além disso, reduz o risco de surgimento de monopólios na economia. Por fim, os consumidores das nações envolvidas se beneficiam com a entrada de novos produtos com preços mais baixos.

Por que adotar uma política protecionista?

A adoção de uma política protecionista protege os diversos setores econômicos do país, principalmente as indústrias emergentes que não são competitivas o suficiente para enfrentar a concorrência internacional. Melhora a estrutura produtiva do país e salvaguarda o emprego em setores ameaçados.

Por sua vez, o protecionismo leva a guerras comerciais entre nações (medidas retaliatórias de outros países, boicotes), isolamento da economia nacional, aumento da inflação interna, prejudicando os consumidores e empresas locais. Além disso, produz atrasos tecnológicos, perda de competitividade, aumento do desemprego, entre outros.

Reflexão

Qual será o futuro do comércio global? O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), estabelecido em 1947, acelerou o comércio internacional por mais de 30 anos e produziu um crescimento exponencial da economia mundial. No entanto, a partir dos anos 1980, a economia passou por uma sucessão de crises em diversas partes do mundo, o que levou a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 1995. O agravamento veio com a Crise Financeira do Subprime, em 2008, que começou nos Estados Unidos e se espalhou rapidamente por todo o mundo, desencadeando falência de grandes bancos e empresas de investimento internacionais. Isso deixou uma marca de esgotamento no comércio global, agravada também pela crise financeira e a pandemia de Covid-19. Por fim, com a posse do presidente dos EUA, Donald Trump, a disputa comercial sino-americana tem deixado a economia global perplexa.

Será que estamos próximos de uma nova ordem para o comércio internacional?

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