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Maceió/Al, 02 de agosto de 2025

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Arnóbio Cavalcanti Arnóbio Cavalcanti
Doutor em Economia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, HHESS, França. Professor da Universidade Federal de Alagoas com linhas de pesquisa em Finanças Públicas, Economia do Setor Público, Macroeconometria e Desenvolvimento Regional.
01/08/2025 às 10:45

Qual é o melhor modelo de crescimento sustentável para o Brasil? - economia para não economistas

Na economia, o crescimento representa a riqueza gerada por um país. O crescimento é avaliado pela variação de um indicador de riqueza, com o PIB sendo o mais utilizado nas pesquisas econômicas.

Neste artigo, forneceremos uma visão geral das teorias de crescimento, propondo uma reflexão para a economia do Brasil.

As medidas de riqueza

Os economistas geralmente avaliam a riqueza produzida em empresas e países.

No âmbito empresarial, o valor agregado (VA) é o principal instrumento usado.

O valor agregado (VA) é a riqueza gerada pelas empresas por meio de suas atividades produtivas. Ele é determinado subtraindo o valor dos bens e serviços utilizados na produção, ou seja, os consumos intermediários (CI), do valor gerado pelas vendas dos produtos (VP).

O produto interno bruto (PIB) é o indicador de riqueza mais utilizado para países. Ele representa a soma dos valores agregados produzidos por todas as empresas localizadas no país.

O crescimento econômico

Ao falarmos de crescimento econômico, estamos nos referindo ao aumento do PIB. De modo geral, a taxa de variação do PIB em um período específico, geralmente durante o ano, é utilizada para medir o crescimento, refletindo a expansão da riqueza gerada pelas empresas do país. Ele é representado em porcentagem.

As fases do crescimento

O crescimento passa por períodos de expansão e de recessão.

Durante a expansão, a economia registra um crescimento mais acelerado, com o PIB do país aumentando. Durante uma recessão, a economia experimenta uma redução na taxa de crescimento, resultando em uma taxa de crescimento do PIB baixa ou até negativa.

As teorias de crescimento

As teorias sobre o crescimento econômico constituem um conjunto de ideias econômicas que buscam clarificar a origem e os fatores que impulsionam o crescimento econômico de uma nação. Na década de 1940, o economista britânico Roy Harrod e o russo Evsey Domar desenvolveram o célebre modelo de crescimento conhecido como Harrod-Domar. Associados à escola keynesiana, eles mostraram que não era viável, a longo prazo, alcançar um crescimento sustentável que garantisse a plena utilização da força de trabalho. Desde então, diversas teorias alternativas foram propostas: os modelos de crescimento exógeno, que foram posteriormente seguidos pelos atuais modelos de crescimento endógeno.

Em 1956, Robert Solow, laureado com o Prêmio Nobel de Economia em 1987, introduziu o modelo de crescimento exógeno. Solow fundamenta suas análises no equilíbrio geral walrasiano ao investigar o crescimento de uma economia isolada. Ele demonstrou que, a longo prazo, o crescimento não pode ser atribuído apenas à alteração no uso do capital e do trabalho. Para Solow, o modelo de Harrod-Domar havia ficado ultrapassado, pois não levava em conta dois outros aspectos essenciais exógenos para o crescimento: o avanço tecnológico e o nível da tecnologia disponível.

Nos anos 1980, os modelos de crescimento endógeno emergiram na tentativa de corrigir as limitações dos modelos que viam o crescimento como exógeno. Esse tipo de modelo foi introduzido inicialmente por Paul Romer, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2018. Esse modelo propõe que, em uma economia que se baseia no desenvolvimento do seu próprio capital humano e na inovação, geram impactos positivos para o crescimento econômico.

Reflexão

Na sua opinião, quais desses modelos o Brasil deveria implementar para alcançar um crescimento sustentável?

É viável focar em elementos externos da economia, como a importação de tecnologia, conforme sugerido pelo modelo de Solow? Ou devemos priorizar o aprimoramento dos fatores internos da economia, como elevar o nível educacional da força de trabalho, tal como propõe o modelo de Romer? Ou você defende a perspectiva do modelo de Harrod-Domar, que sustenta que um crescimento econômico sustentável é inviável?

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