Todos já ouviram falar em que fulano “sofre de Gota” (artrite inflamatória); que cicrano ” está com a Gota com você” (irado, furioso), mas poucos de nós sabemos que surgiu nas baladas brasileiras há alguns anos, uma outra forma de Gota (droga pesada) que mata e deixa sequelas terríveis no organismo. Trata-se do GHB, mais conhecido entre nós, como GOTA é um depressor do sistema nervoso central (SNC) que é comumente usada como droga das baladas. O GHB é abusado por adolescentes e jovens adultos em bares, festas, clubes e "raves" e muitas vezes é colocado em bebidas alcoólicas.
EFEITOS
O GHB, assim como o ecstasy causam a reabsorção da serotonina, dopamina e noradrenalina no cérebro, causando euforia, sensação de bem-estar, falta de inibição, aumento da libido e alterações da percepção sensorial. Em contrapartida os riscos de problemas são altíssimos, sobretudo se o uso da droga for combinado com grandes quantidades de bebidas alcoólicas.
Após o uso da droga os efeitos são hipertermia, náuseas, vômito, taquicardia e depressão. Ainda estuda-se o perigo de desenvolvimento de doenças psicóticas pelo uso contínuo, como a esquizofrenia”.
De acordo com a National Institute on Drug Abuse (Nida), a composição do GHB é predominantemente depressora do sistema nervoso central, assim como o Royphinol. Estudos feitos pelo instituto apontam que a droga pode causar insuficiência respiratória, deixando o paciente em coma. Esses casos geralmente ocorrem quando o GHB é consumido junto com bebidas alcoólicas
Em 1874, o Gama-Hidroxibutirato (GHB) teve seu primeiro cadastramento enquanto droga, quando sua primeira síntese foi documentada como composto GHB reportada por Alexander Zaytsev.
No início da década de 90 foi disseminada como uma droga de abuso. Foi sintetizada como análogo do ácido gama-aminobutírico (GABA), como o objetivo de se conseguir uma substância similar, capaz de atravessar a barreira hematoencefálica. Posteriormente foi usado como estimulador do crescimento muscular, efeito que não foi comprovado cientificamente. Por causar diminuição do nível de consciência, depressão respiratória e convulsões, foi banido pelo FDA- Food and Drug Administration) -agencia norte-americana que controla drogas e alimentos - como medicamento, que em raros casos ainda são utilizados para o tratamento de distúrbio do sono e epilepsia.
No Brasil, tem seu uso controlado, sendo a importação do medicamento regulamentada pelos controles da ANVISA. Como droga é produzido ilicitamente e permanece sendo frequentemente usado, quer individualmente "Droga" ou por terceiros como "Droga do Estupro" e "Boa Noite, Cinderela". Casos de morte tem sido descritos tanto no emprego individual como droga e também no uso para a prática de crimes de estupro e furtos.
Desde de 2010 as noitadas das grandes cidades brasileiras são frequentadas por drogas pesadas. O GHB (gamma-hidroxibutirato), vem se destacando como uma porta de entrada para os iniciantes no mundo das drogas. Com marketing de substância inofensiva, que provoca euforia sem causar dependência, a droga é experimentada pelos jovens da classe média nas baladas de São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Salvador, Recife, Feira de Santana/BA e numa infinidade de outras cidades.
A experiência com GHB ou Gota é assim descrita: “Estava com um copo de suco quando um amigo chegou, pingou uma gota no meu copo e disse para eu provar, dez minutos depois minha visão embaçou e fui tomado por uma euforia e muita disposição, comecei a achar tudo engraçado na festa, a onda só passou quase duas horas mais tarde, quando comecei a sentir dores pelo corpo e muito mal-estar”,
A nova droga, assim como o ecstasy, apresenta uma peculiaridade: aumenta o consumo de água e reduz o desejo de beber álcool. Isso porque, segundo o farmacêutico e bioquímico Nilo Miranda Bezerra Júnior, drogas sintéticas como ecstasy, LSD e GHB aumentam consideravelmente a temperatura do corpo e, em consequência, a sede. O calor chega a níveis alarmantes e pode até causar hipertermia maligna. “Usuários destas drogas chegam a beber dois litros de água em menos de duas horas”, enfatizou.
De acordo com a polícia, o GHB (Gota) é acondicionada em frascos de colírio ou solução nasal e durante as festas as gotas são vendidas aos jovens, por, em média, R$ 50. No Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba há registro de apreensões de GHB pela Polícia Federal desde 2003, quando começou a ser usada no Brasil. Já nos Estados Unidos começou a ser consumida nos anos 1980 em academias, mas sua venda foi proibida em 2000, quando 60 mortes tiveram como causa o uso da droga.
Conforme informações dos usuários, no momento da venda há uma recomendação para que a “Gota” não seja administrada diretamente na língua, pois causa overdose instantânea. Uma gota é para ser diluída em cerca de 250ml de água.
No Brasil, a Portaria 344, de 12 de maio de 1998, da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), trás na lista B1 o GHB como psicotrópico de venda permitida com prescrição médica. O GHB é um pó que ao ser diluído ganha aspecto transparente e sem cheiro, apenas o sabor, segundo especialistas, é salgado.
Em 2003, houve registro da morte de um jovem por overdose de GHB em Curitiba. Já no meio artístico, o ator americano River Phoenix morreu, em 1993, aos 23 anos, após overdose da droga.
Parentes de vítimas de overdose com o GHB criaram nos Estados Unidos uma organização não governamental que faz campanha contra o uso da droga. O site da entidade - www.projectghb.org - exibe fotos de jovens mortos e lista mais de 200 casos relacionados ao GHB.
Assim como a maioria das drogas, a *GOTA alegra, ilude e mata.
(82) 996302401 (Redação) - Comercial: [email protected]
© 2024 Portal AL1 - Todos os direitos reservados.