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Maceió/Al, 22 de dezembro de 2024

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Jorge Luiz Bezerra Jorge Luiz Bezerra
É professor universitário, advogado, Mestre em Direito pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), delegado de Polícia Federal aposentado, especialista em Política Criminal, Segurança Pública e Privada, além de autor de diversos livros e artigos jurídicos.
25/03/2020 às 16:12

COVIDIOTA é como se deve chamar aquele que ignora a pandemia do COVID-19 e expõe a si e terceiros

Foliões da primavera norte-americana festejam juntos na terça-feira (17/03/2020), em Pompano Beach/Flórida. AP / Julio Cortez Foliões da primavera norte-americana festejam juntos na terça-feira (17/03/2020), em Pompano Beach/Flórida. AP / Julio Cortez

O termo COVIDIOTA surgiu como uma acepção genérica para aqueles que se comportam mal durante a pandemia de coronavírus. O Urban Dictionay nos presenteou com esta perfeita e bem-humorada definição. (https://www.urbandictionary.com)

O neologismo tem amplo espectro, alcança aqueles que encheram as praias da Flórida e California entre outras ou mesmo nas brasileiríssimas praias do Rio de Janeiro e na Baixada Santista no último fim de semana, mesmo diante da advertência e até proibição das autoridades públicas que ficassem em seus lares, evitassem contatos físicos, reuniões, enfim que NÃO saíssem de casa. Cabe também, para os consumidores neuróticos que se acotovelavam  e continuam se engalfinhando,  disputando a aquisição de papel higiênico, água, detergente líquido e mantimentos em geral nos supermercados nos EUA, França, Reino Unido, Brasil e outros. Os COVIDIOTAS, efetivamente não praticam medidas preventivas adequadas em meio à grande mortandade que vem sendo gerada pela pandemia do novo coronavírus.

O novo vocábulo que, como visto faz um sarcasmo com o nome oficial da doença, COVID-19, mais a palavra idiota - passou a ser "coronaviral" nas mídias sociais.

Na Web, na linguagem popular define-se "COVIDIOTA" como "alguém que ignora os avisos sobre saúde ou segurança pública".  Na semana passada, um grupo de COVIDIOTAS de uma faculdade lotou as praias da Flórida no gozo das férias de primavera e se divertiu a bordo de um cruzeiro pelas Bahamas, apesar das autoridades de saúde pública terem determinado que as pessoas implementassem distâncias sociais e auto-isolamento. Resultado: cinco (05) alunos da Universidade de Tampa deram positivo para COVID-19, relata a tradicional emissora de rádio WKBN. (https://www.newser.com/story/288511/spring-breakers-get-the coronavirus.html?utm_source=part&utm_medium=synacor&utm_campaign=rss_health_syn).

Ressalte-se que na semana passada, o governador da Flórida, Ron DeSantis fechou, na terça-feira, bares e restringiu a ocupação de restaurantes a 50%,  determinando ainda um limite de 10 pessoas em reuniões na praia.

 “Você vai mesmo visitar a avó? Cara, não seja tão Covidiota”, é outro exemplo de uso do Urban Dictionary em referência à necessidade de evitar contato físico com idosos suscetíveis ao COVID.

Outro exemplo de Covidiota é o do indivíduo que voa para uma zona de pandemia para passar férias com seus filhos, mal consegue retornar e compartilha sua experiência angustiante nas mídias sociais para obter pontos de herói. (https://www.urbandictionary.com/define.php?term=Covidiot&page=2)

O vocabulário viral também abrange o agressor que "acumula mantimentos, espalhando desnecessariamente o medos do COVID-19 e privando outros de suprimentos vitais", de acordo com o site. Por exemplo, os portadores australianos de COVIDIOTISMO recentemente se tornaram manchetes por brigar pela aquisição papel higiênico em supermercados. 

Muitos usuários do Twitter também entraram no trem dos COVIDIOTAS. "As pessoas que chegaram do exterior e não observaram a #Quarentena são os piores #COVIDIOTAS responsáveis pela disseminação do #CoronaVirus na Índia", publicou um usuário do Twitter sobre viajantes irresponsáveis. 

No rol de outros potenciais COVIDIOTAS estão incluídas pessoas radicais que curtem, que se apaixonam por boatos de coronavírus e mitos afins, todos potencialmente perigosos que inundam as ondas da Web.

O sociólogo Demétrio Magnoli, Doutor em Geografia Humana, chama a atenção quanto as consequências de uma paralisia completa no Brasil não podem ser subestimadas: o somatório de dívidas acumuladas, falência das empresas e desemprego em massa pode causar um verdadeiro caos social. “Esse risco existe, é muito presente e não é algo para o futuro distante. Uma coisa é produzir lockdown (paralisação geral da economia) em países que têm níveis de renda, proteção social e desigualdades da Europa. Outra coisa é produzir a restrição similar em países com imensas desigualdades, rede de proteção social frágil e massas de população na pobreza e na informalidade”. (https://exame.abril.com.br/blog/instituto-millenium/como-salvar-o-maximo-de-vidas/).

Magnoli, que também é comentarista da Globo News, destacou também que uma paralisação tão drástica só poderia ser feita por um prazo determinado. “É preciso salvar vidas mantendo a economia ativa. A ideia de que se pode desligar a economia por tempo indefinido deve ser afastada. Só se pode desligar a economia com lockdown por um tempo muito limitado, ou a cura pode se tornar pior do que a doença”, alertou o sociólogo, lembrando que as consequências devastadoras são inevitáveis, e o trabalho deve ser feito no sentido de evitar que isso se transforme em uma implosão geral em todo o mundo. ( https://exame.abril.com.br/blog/).

Neste curso, também são COVIDIOTAS aqueles radicais, que hastearam a bandeira da paralisação geral da economia, pois logicamente, esse isolamento sine die, vai gerar uma quebra da ordem social, com uma onda sem precedentes de violência, de assaltos, saques coletivos pela população com fome, principalmente. Ou seja, há de se buscar sempre uma solução de equilíbrio.

A Profª. Rita Mundim da Fundação Dom Cabral, do alto dos seus 30 anos de exitosa carreira de economista, ensina que: “ os governos devem achar formas de manter as cadeias produtivas funcionando. Ela acredita que, com criatividade e segurança, é extremamente possível permitir que setores da economia, sobretudo os mais essenciais, permaneçam ativos durante o período de quarentena. No entanto, para que isso ocorra, é preciso que o isolamento seja feito com inteligência e eficiência”. (https://exame.abril.com.br/blog/).

Um comediante de mídia social forneceu uma lista abrangente de sintomas de COVIDIOTISMO que englobavam um extraordinário senso de importância pessoal, QI geralmente baixo, uma atração natural por papel higiênico, dieta predominante de massas e nenhuma idéia de espaço pessoal. (https://www.urbandictionary.com/). Diariamente na mídia, vemos políticos de egos inflados dissertando sobre a solução para enfrentar a pandemia, sem esforço percebe-se a sintomatologia do COVIDIOTISMO.

Não é demais lembrar que o tratamento para o COVIDIOTISMO ainda não foi testado, porém tenhamos fé que boas novas advirão.

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