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Maceió/Al, 17 de abril de 2024

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Wadson Regis Wadson Regis
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.
18/06/2019 às 09:07

Pesquisa oficial em Alagoas aponta que a 'merda' está dando no meio da canela. Todos os municípios estão reprovados

Desculpe pela manchete, mas a fedentina vem da cabeça dos nossos gestores. Leia e veja se concorda.

Nas praias de Maceió a beleza compete com as famosas línguas negras. Nas grotas o esgoto caminha lado a lado com os moradores. No interior é muito pior. O resultado deste triste cenário é a escancarada falta de compromisso dos gestores com a qualidade de vida das pessoas.

Em Alagoas o que dá ibope é inaugurar cisterna com festa; entregar reforma de escola com festa; abrir ou reformar posto de saúde com festa; entregar ambulância com festa; cobrir quadra esportiva com festa; carnaval com festa; festejos juninos com festa; padroeira com festa e as concorridas emancipações, onde o ponto alto é sempre um nome do momento no cenário musical. Dinheiro público para festa nunca falta.

Mas quando o assunto é cuidar das pessoas e proporcionar o mínimo de qualidade de vida, esses mesmos gestores se apequenam e usam as seguidas viagens a Brasília com o argumento de buscar recursos para obras estruturantes. Com as redes sociais a todo vapor, mais vale uma foto e “live” com senador e deputado, que meio metro de saneamento básico ou escolas em tempo integral.

Alarmante
Nesta terça-feira a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) divulgou o Ranking da Universalização do Saneamento e, sem nenhuma surpresa, nenhum município de Alagoas está na lista dos que cumprem os requisitos para ofertar à população um sistema de saneamento básico adequado.

Os municípios foram avaliados quanto à oferta de serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, coleta e destinação adequada de resíduos sólidos. “O grande ganho do saneamento não está em si próprio, está na redução das doenças de veiculação hídrica. Esse é o grande ganho que os governantes têm que entender para poder promover mais obras, mais serviços de saneamento”, diz o presidente da Abes, Roberval Tavares de Souza. 

Pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PNSB), o Brasil tem até 2033 para universalizar o saneamento básico que, dentro dos itens da infraestrutura, tem a pior classificação. 

Impactos
De acordo com a Abes, a ausência de saneamento adequado e a falta de higiene têm impactos negativos significativos à saúde da população. A ausência desse serviço é apontada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), como responsável por aproximadamente 88% das mortes por diarreia, segunda maior causa de mortes em crianças de até 5 anos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 94% dos casos de diarreia são devidos à falta de acesso à água de qualidade e ao saneamento precário.

No limite
O Decreto 9.254/2017 estabeleceu que, a partir de 2020, a existência de plano de saneamento básico será condição para o acesso aos recursos orçamentários da União ou aos recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da administração pública federal, quando destinados a serviços de saneamento básico.

Senhoras e senhores políticos, hora de tirar o povo da merda (não é palavrão, mas uma triste realidade). 

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