Desculpe pela manchete, mas a fedentina vem da cabeça dos nossos gestores. Leia e veja se concorda.
Nas praias de Maceió a beleza compete com as famosas línguas
negras. Nas grotas o esgoto caminha lado a lado com os moradores. No interior é
muito pior. O resultado deste triste cenário é a escancarada falta de
compromisso dos gestores com a qualidade de vida das pessoas.
Em Alagoas o que dá ibope é inaugurar cisterna com festa; entregar reforma de escola com festa; abrir ou reformar posto de saúde com festa; entregar ambulância com festa; cobrir quadra esportiva com festa; carnaval com festa; festejos juninos com festa; padroeira com festa e as concorridas emancipações, onde o ponto alto é sempre um nome do momento no cenário musical. Dinheiro público para festa nunca falta.
Mas quando o assunto é cuidar das pessoas e proporcionar o mínimo de qualidade de vida, esses mesmos gestores se apequenam e usam as seguidas viagens a Brasília com o argumento de buscar recursos para obras estruturantes. Com as redes sociais a todo vapor, mais vale uma foto e “live” com senador e deputado, que meio metro de saneamento básico ou escolas em tempo integral.
Alarmante
Nesta terça-feira a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental (Abes) divulgou o Ranking da Universalização do Saneamento e, sem
nenhuma surpresa, nenhum município de Alagoas está na lista dos que cumprem os
requisitos para ofertar à população um sistema de saneamento básico adequado.
Os municípios foram avaliados quanto à oferta de serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, coleta e destinação adequada de resíduos sólidos. “O grande ganho do saneamento não está em si próprio, está na redução das doenças de veiculação hídrica. Esse é o grande ganho que os governantes têm que entender para poder promover mais obras, mais serviços de saneamento”, diz o presidente da Abes, Roberval Tavares de Souza.
Pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PNSB), o Brasil tem até 2033 para universalizar o saneamento básico que, dentro dos itens da infraestrutura, tem a pior classificação.
Impactos
De acordo com a Abes, a ausência de saneamento adequado e a falta de higiene
têm impactos negativos significativos à saúde da população. A ausência desse
serviço é apontada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), como
responsável por aproximadamente 88% das mortes por diarreia, segunda maior
causa de mortes em crianças de até 5 anos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 94% dos casos de diarreia são devidos à falta de acesso à água de qualidade e ao saneamento precário.
No limite
O Decreto 9.254/2017 estabeleceu que, a partir de 2020, a existência de plano
de saneamento básico será condição para o acesso aos recursos orçamentários da
União ou aos recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou
entidade da administração pública federal, quando destinados a serviços de
saneamento básico.
Senhoras e senhores políticos, hora de tirar o povo da merda (não é palavrão, mas uma triste realidade).
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