Escrita pelo dramaturgo russo Anton Tchekhov, o espetáculo A Gaivota chega aos palcos alagoanos para apresentar os conflitos de um jovem escritor. O espetáculo, que será encenado nos dias 15, 16 e 17 no Teatro de Arena Sérgio Cardoso (anexo ao Teatro Deodoro), é uma produção do Centro de Pesquisas Cênicas (CEPEC) com estudantes do nível avançado, que estão concluindo o curso.
Treplev – figura central do espetáculo - é filho de uma atriz famosa, Arkadina. Ao apresentar sua peça ao ciclo social de sua mãe, ele fracassa duas vezes: seu texto é rejeitado pela elite da arte e, Nina, seu amor, estava apaixonada por Trigorin, um famoso escritor e namorado da mãe de Treplev.
No espetáculo, Treplev é um Hamlet da comédia, um escritor romântico cheio de mudanças de humor e em permanente conflito interior, ridicularizado ainda mais pelo contraste entre os seus ideiais utópicos e as roupas simples e ridículas que usa - tal como pretendido por Tchekhov -, para espanto daqueles que viam na figura de Trepliov um herói. Quando ele se decide suicidar, ouve-se um disparo vindo do jardim. Todos pressentem o que se passara.
A Direção Geral do espetáculo é de Claudemir Santos – que também assina a Direção de Movimento, Adaptação, Cenografia e Iluminação. Já a Produção Geral e Figurino são de Aldine de Souza. O elenco conta com Ana Cecília Silva, Hyago Almeida, Kaliny Vitória, Lais Miranda, Luís Miguel, Pedro Salves, Tissiane Lessa, Victor Rocha e Wanessa Cavalcanti, todos alunos/atores do curso do CEPEC.
No espetáculo, os conflitos dos personagens criam uma ligação direta com o espectador ao mesmo tempo em que apresenta uma visão profunda de uma sociedade cada vez mais vulnerável aos males existenciais. A peça representa uma harmonia estética natural, algo incompatível com a frustração encarada pelo personagem central da trama. A poesia é um dos recursos mais utilizados
“O texto é classificado como drama moderno. No enredo, os personagens são marcados pela falta de atitude, pela não ação, pela negação do presente. No discurso dos personagens, eles negam o próprio presente, a própria felicidade. É um texto em que, durante toda a encenação, mais parece que estão fazendo monólogo do que dialogando. Não se trata de um espetáculo popular, mas para aqueles que gostam de arte, de teatro. É um espetáculo conceitual”, conta Claudemir Santos.
A Gaivota foi encenada pela primeira vez, no Teatro Alexandre, em São Petersburgo, em 17 de outubro de 1896. A peça foi vaiada e Tchekhov deixou o teatro em sobressalto, sem se despedir. Dois anos depois, em dezembro de 1898 quando foi encenada pela segunda vez, foi um sucesso. Seguiram-se exibições por toda a Rússia, inclusive em Moscovo e Taganrog.
No Brasil, a peça teve como intérpretes, dentre outros, Pedro Cardoso, Fernanda Torres, Fernanda Montenegro, Samantha Dalsoglio, Fernando Torres, Celso Frateschi, Sérgio Britto, Renata Sorrah e Enrique Diaz.
Sobre importância do espetáculo, o diretor explica que traz uma discussão sobre a necessidade e vontade do artista ser livre. “Porque não é só questão de vontade, há várias gaivotas aí, aquela que quer alçar voos e aquela que já está voando. Mas há sempre aqueles que tentam podar o artista e arrancar essa natureza dele. Pode ser uma gaiola ou aprisionando-o. A coisa mais bela do mundo, por ser natural, por ser livre e a gente busca essa liberdade. No nosso dia a dia, em nossa arte em si”, finaliza o diretor.
Serviço:
A Gaivota
Local: Teatro de Arena Sérgio Cardoso (anexo ao Teatro Deodoro)
Dias: 15 de dezembro (às 20h), 16 e 17 de dezembro (às 19h30).
Ingressos: R$ 50,00 (inteira) / 25,00 (meia) – Todos pagam meia
Vendas por meio da plataforma Sympla.
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