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Maceió/Al, 26 de julho de 2024

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Wadson Regis Wadson Regis
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.
13/05/2024 às 08:41

Obras contra enchentes se arrastam até 15 anos, em pelo menos seis estados. O silêncio é a cumplicidade com a tragédia

Enchente de 2010, em Murici, tirou vidas e mudou a fotografia da cidade. Enchente de 2010, em Murici, tirou vidas e mudou a fotografia da cidade.

A primeira manchete do globo.com desta segunda-feira aponta que “Bahia, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo abrigam projetos de obras que deveriam evitar os impactos de fenômenos da natureza, mas que nunca se concretizaram. Em alguns casos foram cancelados, paralisados ou se arrastam há décadas”. É triste saber que alguém chegou a se preocupar, mas a maioria decidiu negligenciar.

Pernambuco x Alagoas

Em 2010, cidades de Alagoas e Pernambuco sofreram com uma das enchentes mais violentas, desde 1914, ano da primeira tragédia. Dezenas de pessoas morreram, outras perderam da casa ao animal de estimação. O governo pernambucano entrou rapidamente em ação e firmou convênio com governo federal na ordem de R$ 2,2 bilhões, em valores corrigidos, para a construção de cinco barragens para evitar enchentes. Mas, 14 anos depois, só uma foi entregue.

A reportagem do globo.com revela que “o projeto previa as barragens de Barra de Guabiraba, Igarapeba, Serro Azul, Gatos e Panelas. Somente Serro Azul foi concluída. Em 2013, o estado anunciou a conclusão do projeto para 2017 e o início imediato das obras em Barra de Guabiraba e Igarapeba. Segundo o Tribunal de Contas do Estado, foram concluídas 27% das obras em Guarabira e 39,4%, de Igarapeba. Em Gatos as obras avançaram 34,9% e em Panelas, 57,9% . Juntos, os dois últimos projetos vão proteger 200 mil moradores. Em nota, o governo de Pernambuco informou que segue com “rigor” o cronograma de retomada das barragens, interrompidas em 2014. As obras em Panelas foram retomadas em fevereiro, com previsão de entrega até o período de chuva de 2025. A de Gatos será retomada em agosto e tem previsão de 12 meses para a conclusão. A de Igarapeba passa por atualização de projeto neste mês. A de Barra de Guabiraba deve ser avaliada em junho”.

No caso de Alagoas o projeto, apresentado em 2014 pelo escritório do renomado engenheiro Wellington Lou, foi arquivado. Depois das enchentes de 2022 e 2023 chamaram Wellington Lou para “conversar. Estamos chegando ao inverno de 2024 com a possibilidade, clara, de uma nova tragédia. Não há como aceitar CALADO, o claro negacionismo dos que comandam e o silêncio dos que também sofrem a cada inverno.

Povo calado, “líderes comunitários” calados, vereadores calados, prefeitos calados, deputados estaduais e federais calados, governador calado, senadores calados, ministros de Alagoas calados, presidente da Câmara calado e o presidente da República calado. A imprensa também não se posiciona.

Quem é o genocida?

Em tempo: Estou fazendo a minha parte. A deputada estadual Fátima Canuto, o prefeito Renato Filho (Pilar) e a prefeita Ângela Vanessa (São José da Laje) são a minoria que não consegue chamar a atenção para o maior crime social e econômico, que castiga Alagoas desde 1914.  

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