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Maceió/Al, 01 de abril de 2025

Colunistas

Wadson Regis Wadson Regis
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.
24/03/2025 às 11:35

Pegando uma onda, na onda da Gazeta

O evento é bonito e oportuno, a realidade é cruel e fúnebre - Foto: Felipe Sóstenes O evento é bonito e oportuno, a realidade é cruel e fúnebre - Foto: Felipe Sóstenes

Neste momento há uma onda pairando sobre o Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Maceió. Promovido pela Organização Arnon de Mello (OAM), o evento denominado Summit Água, tem em seu eixo de defesa “um panorama sobre os caminhos trilhados em Alagoas no campo do saneamento”. Iniciativa válida e que chama a atenção de todos para um dos mais complexos desafios para os gestores públicos.

Faço, das palavras de Luís Amorim, diretor-executivo da OAM, um paralelo com um crime contra milhares de alagoanos, que mata pessoas e animais, devasta cidades e plantações e adoece famílias após as perdas.

“O tema que nos reúne nesta manhã é oportuno, necessário e urgente. Impacta diretamente a saúde pública, o meio ambiente, a economia, o desenvolvimento urbano e, acima de tudo, a dignidade das pessoas”. São palavras firmes e essenciais para salvaguardar vidas em risco de comunidades ribeirinhas em várias regiões. Só que a realidade é outra.

“Ao longo do Summit Água será apresentado um estudo inédito do Instituto Trata Brasil, que traz um panorama detalhado sobre os caminhos que vêm sendo trilhados em Alagoas no campo do saneamento. O estudo evidencia avanços concretos em diversas regiões de Alagoas, resultado de investimentos consistentes, parcerias sólidas e planejamento técnico, promovidos por um conjunto de forças públicas e privadas comprometidas com o desenvolvimento sustentável”. O estudo é real e realmente aponta os avanços por cima do solo. É uma verdade, mas em parte.

Luís Amorim destacou, em seu discurso de abertura do evento, diante de líderes das concessionárias de água e saneamento que operam em Alagoas (BRK Ambiental, Verde Alagoas, Sanama, Águas do Sertão, Agreste Saneamento e Casal que: “Vemos hoje uma transformação em curso, com obras estruturantes, ampliação do acesso à água tratada e evolução dos índices de coleta e tratamento de esgoto. São ações que, mais do que números, significam melhor qualidade de vida, saúde pública e geração de oportunidades. Esse processo é também fortalecido pelo novo Marco Legal do Saneamento, que trouxe metas claras, atratividade para investimentos e segurança jurídica para o setor. Em Alagoas, os efeitos dessa nova legislação já se refletem no canteiro de obras e na mudança na vida das pessoas”. Também é verdade, mas tudo (ou muito dessas conquistas) pode ir por água abaixo se os projetos para construção das barragens não saírem do papel.

Significa dizer que: a OAM está fazendo a sua parte, ao levantar números e reunir personagens importantes, mas a mesma OAM precisará, a partir de agora, também focar que tudo o que foi feito e está sendo executado, na capital e interior, pode descer pelas correntezas do descaso. O problema também é das concessionárias, porque quando as águas levarem casas, carros, móveis e corpos, também levará tubulações.

O presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Marcelo Beltrão, está no evento como palestrante. Está aí, Presidente Marcelo, sua melhor oportunidade para trabalhar em Brasília a urgentíssima atenção do Governo Federal para que milhares de pessoas durmam sem o medo de terem suas vidas afogadas pelo descaso.

Agora, faço um apelo a você, Marcelo Beltrão.

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