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Sobrou para Arthur Lira mexer com o bolso do povo. Ser o relator do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) para R$ 5 mil, pode parecer um bônus de gratidão do presidente da Câmara, Hugo Motta, ou um sinal de que Lula continua contando com o poder de articulação do ex-presidente da Câmara Federal e ex-líder absoluto do “Centrão”, para facilitar as negociações e a governabilidade.

Observando aqui o roteiro da complexa trama (eleições de 2026, em Alagoas) percebi, claramente, que os autores criaram uma linha de suspense para transformar Arthur no protagonista do mal.

Analise comigo:

- O deputado federal Agnaldo Ribeiro, presidente do Progressista da Paraíba, mesmo estado de Hugo Motta, era o nome indicado para a relatoria que, agora, será de Arthur. O mesmo Agnaldo está lutando para ser o presidente da federação do Progressista com o União Brasil. Alguém vai ter que ceder neste episódio (em cedendo, deixa de ter).

- Como explicar o silêncio de Arthur, no meio do fogo cruzado em Rio Largo, onde o prefeito Pedro Carlos, o vice-prefeito, Peterson Henrique, o presidente da Câmara de Vereadores, Rogério da Silva, e o ex-prefeito Gilberto Gonçalves, até agora o protagonista do mal da trama, são do partido presidido em Alagoas por Arthur Lira? A ausência o líder partidário fez com que o prefeito buscasse apoio no grupo opositor de Arthur. (Como em política não há vazio, já há perda e mudança significativas).

- Davi Filho e Alfredo Gaspar, aliados no último pleito, têm o mesmo interesse de Arthur, que é a disputa por uma das vagas ao Senado. Pelo que estamos assistindo haverá mortos e feridos (politicamente falando).

- Renan, talvez Arthur não saiba ou não tenha dado importância, criou sua própria cartilha de sobrevivência política. Nela, estão tópicos fundamentais para evitar uma queda que o deixe com sequelas irreparáveis, como: saber manter aliados por muito tempo, atrair adversários para vencerem juntos, destruir aliados que não atendem aos fundamentos da cartilha (o mesmo para adversários que ficam no seu caminho) etc etc e tal.

Na disputa com Renan, o menino buchudo brotado às margens do Rio Mundaú, em Murici, dá um show de estratégia no garoto da capital, ao ponto do matuto dizer que é o Zorro de Arthur. Ou seja: o tem como o “Vaqueiro Sargento Garcia” (kkkkk).

Vejam só os próximos episódios:
Renan (Zorro), como presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, fala para a imprensa sobre a necessidade de disciplinar a divida da União, como sendo um marco necessário para o equilíbrio fiscal dos estados.

Arthur (Sargento Garcia para Renan) vai ter uma pauta de Leão: Agnaldo Ribeiro, Davi Filho, Alfredo Gaspar, Gilberto Gonçalves, Pedro Carlos e Rogério da Silva. Pelo menos o cavalo é de raça (deve ser o que lhe dá esperança).

Em tempo: Eu não duvido que o Sargento Garcia consiga pegar o Zorro, afinal, os políticos alagoanos também criaram um manual próprio, capaz de mudar as regras, roteiro e resultados inimagináveis.