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Maceió/Al, 19 de abril de 2024

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Wadson Regis Wadson Regis
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.
18/11/2019 às 09:15

A lição que rebaixou Maurício Quintella ensinará a outros iguais

Até o final da década de 1990, o jovem Maurício Quintella era só mais um vendedor na orla de Maceió. Apoiado pelo primo, Ronaldo Lessa, então governador do Estado, virou secretário de Educação de Maceió, depois vereador na capital, secretário de Estado da Educação e quatro vezes deputado federal, até chegar ao ápice, como ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil do Brasil.  Maurício virou ministro por méritos próprios e poderia permanecer em Brasília, no quinto mandato como deputado federal, mas optou pelo caminho mais difícil.

Decisões equivocadas muitas vezes aniquilam a carreira política do indivíduo. Quem não lembra de Celso Luiz, o todo poderoso da Assembleia Legislativa, com bases sólidas nos quatro cantos de Alagoas? Ser vice de João Lyra ao governo do Estado, nas eleições de 2006, parecia ser a grande jogada, mas Celso não contava com a derrota.

Talvez os mais jovens não saibam, mas Cícero Almeida, no auge do segundo mandato, tinha recall para ser governador em 2010, mas nunca teve força política para seguir os próprios passos e mudava de opinião mais rápido que um piscar de olhos.

Ronaldo Lessa, após a surpreendente derrota para Collor ao Senado, nas eleições de 2006, tinha tudo para chegar ao Senado em 2010, mas as manobras dos caciques, como Renan e Lula (então presidente) fizeram o presidente do PDT, Carlos Lupi, forçar Ronaldo a disputar o Governo.

João Lyra, Celso Luiz, Cícero Almeida e Ronaldo Lessa nunca mais foram os mesmos após derrotas por erros estratégicos. Para não dizer que é impossível retomar o protagonismo, Renan Calheiros (derrotado para o governo em 1990) e Teotonio Vilela (em 1992, derrotado para prefeito de Maceió) deram a volta por cima. Não é segredo que, para prosperar, a dupla mudou todo o jeito de fazer política.

Pouca gente dá conta, mas o pleito de 2020 será um daqueles testes de grandeza política. No momento só há dois líderes em evidência (Renan Filho e Rui Palmeira) e um deles será derrotado.

Também há a turma do baixo clero querendo o papel principal. Por ordem, a partir de Brasília, Arthur Lira sonha com 2022, mas dá sinais de mais um equívoco na hora de ciscar para dentro. Marx Beltrão terá uma eleição municipal emblemática em Penedo, Jequiá e Coruripe. Se optar por gastar capital político em Maceió, como indica, a tendência é que saia menor.

Ao que parece, 2020 será o tudo ou nada para JHC, cada vez mais isolado dos grupos políticos, e Ronaldo Lessa, que iniciou um processo de reconstrução parecido com o modelo vitorioso de Renan e Teotonio. Ao se confirmar a aliança de Rui e Ronaldo tudo muda para a tropa de iguais que pensa no papel principal.

2022 pode morrer antes para muita gente.

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